Publicado em 04 de Março de 2013 - 15:46, no Informativo do Instituto IDEIAS.
Essa é uma questão que deixa preocupados os gestores municipais e que precisa ser encarada de frente, para que se tenha um turismo verdadeiramente planejado e sustentado.
A definição da taxa de ocupação de turistas em um município costuma mudar segundo a instituição que pesquisa e os interesses envolvidos.
Quando se quer dar uma informação maior usa-se a unidade habitacional (UH) como base, quando se quer trabalhar o potencial real usa-se leitos.
Para uma localidade que quer avaliar o numero real de turistas que pode receber e a receita deles advinda, o ideal é utilizar-se o número de leitos, de outra forma torna-se impossível estimar o número de turista em um determinado período.
Isso acontece porque quando se considera a ocupação das UHs, independente do número de leitos ocupados, se tem uma taxa maior do que a real, pois que os leitos vazios poderiam ter sido vendidos e comporiam a renda do turismo de uma localidade ou a possibilidade de recepção de turistas. É uma perda que poderia ser resolvida e um potencial que seria mais bem aproveitado.
Alguns hoteleiros trabalham apenas com o número de UHs ocupadas e isso distorce a capacidade real de absorção de turistas, pois que muitas UHs estarão ocupadas por apenas um turista quando teriam capacidade para 2, 3 ou mais. Isso impacta nas vendas do estabelecimento e nos resultados do município.
Em geral os hoteleiros não calculam o custo fixo e o custo variável considerando o turista, preferindo fazer isso por UH, que é mais simples, mas diminui a possibilidade de gerenciamento de promoções e o marketing mais agressivo, em busca de maiores receitas.
As agência e operadoras, por exemplo, querem sempre saber o número de leitos disponíveis por UH em cada empreendimento, para com isso definirem as suas vendas.
E vendem com valores promocionais diferentes para 1, 2 ou mais pessoas. Tentam tirar o máximo de resultado por UH.
No caso de se querer calcular os benefícios que o turismo pode trazer para um município e a capacidade que esse tem condições de absorver, o ideal é que se trabalhe com a relação entre o número de leitos disponíveis e o de efetivamente ocupados em um dado momento, e se acompanhe ao longo de várias medições para se saber como anda a evolução dos resultados do setor.
Sabendo-se o número real de leitos ocupados, e se tendo o perfil do turista, por meio de uma pesquisa com amostragem definida, pode-se estimar o número real de turistas na oportunidade e projetar-se os demais índices que se pretende apurar, como as receitas de diversos setores, que seriam, na verdade, o resultado do turismo para a localidade naquele momento.
Acompanhar isso ao longo de um tempo torna-se estratégico para as ações de marketing.
Assim, a pesquisa por leito torna-se mais próxima da realidade e permite que se saiba a real capacidade e os resultados do turismo em
uma localidade.
Se o município já tem um bom inventário atualizado e pesquisa de demanda real, é plenamente possível saber, corretamente, qual a taxa de ocupação em cada período medido.
É trabalhar e planejar, que os resultados aparecem e são sustentados.
O Instituto Ideias está desenvolvendo um sistema de banco de dados, que integra as informações do inventário turístico com as obtidas nas pesquisas de demanda real e permite o cálculo automático da taxa de ocupação, por localidade e por período.
Além disso, o sistema permite saber a receita gerada pelo turismo, no período medido, para o comércio, a hotelaria, a gastronomia, os passeios guiados, o transporte e o artesanato.
Seu município sabe quanto o turismo tem gerado de receita?
mais informações:ideias@ideias.org.br
Divulgado apenas pra reflexão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por acessar e participar do Blog O VAGALUME.