A pandemia do Sars-CoV-2 estabeleceu uma mudança nos fluxos do turismo, hoje mais direcionado para pequenas distâncias. O novo movimento favorece o interesse de visitação dos destinos no interior, tanto pela população residente na capital quanto da originária de estados próximos, em especial as de Minas Gerais e São Paulo.
Um projeto Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro) receberá apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro. Coordenado pela pesquisadora Valéria Lima, o projeto "Vivências do Rio Rural: a geração de oportunidades pela via do turismo fluminense em tempos de pós-pandemia”, foi contemplado no Programa de Bolsa de Treinamento e Capacitação Técnica (TCT) em apoio ao desenvolvimento do setor agropecuário e da agroindústria do estado do Rio de Janeiro e terá início neste mês de novembro.
A Pousada Boa Vista, em Bom Jesus do Iatabapoana, é uma das das opções de turismo rural no Estado do Rio (Foto: Gustavo Brito), do site da FAPERJ. |
Segundo Valéria, o projeto pretende implementar ações para o desenvolvimento do turismo rural no território fluminense, a partir da capacitação técnica e da qualificação de produtos e serviços no setor. O público-alvo é formado por produtores rurais, profissionais do setor, gestores e agentes públicos, e empreendedores locais. A ideia, de acordo com a pesquisadora é valorizar a natureza e os atributos do campo, e ela está certa de que o setor rural fluminense pode, deste modo, fazer do turismo uma alternativa para a complementação de renda de muitas famílias, sem prejuízo das atividades essenciais do pequeno produtor ou de famílias campesinas. “O turismo aplicado em bases de sustentabilidade enseja o fortalecimento de identidades culturais e colabora no resgate de tradições por vezes esquecidas ou desvalorizadas”, alega.
O projeto da Pesagro tem abrangência ampla e diversa, pois contempla 43 municípios de cinco das 12 regiões turísticas do estado e, durante sua vigência, serão realizadas oficinas de validação do diagnóstico da oferta e demanda turística; de oficinas de sensibilização sobre as oportunidades de contribuição do segmento com o desenvolvimento socioeconômico local e regional visando a melhoria de vida das populações; a formação de comitê gestor do turismo rural nas regiões; a construção participativa do plano de ação para desenvolvimento da atividade, entre outros.
“A proposta que nos norteou é de podermos fazer uma entrega que perdure para aqueles que permanecerão nos territórios, com uma perspectiva de melhor qualidade de vida, em todos os sentidos”, explica a professora. Para ela, esse objetivo final só será alcançado se a fase de planejamento for realizada com cuidado, criando as âncoras necessárias para uma gestão participativa e que integre os setores público, privado e a sociedade civil. “Com produtos, serviços e roteiros bem edificados, restará, então, divulgá-los e comercializá-los de modo coerente e responsável”, esclarece Valéria.
Como divulgado no site da Faperj, a pesquisadora destaca que "Entre os exemplos de potenciais oportunidades de turismo rural nos municípios contemplados no projeto, a pesquisadora destaca os roteiros que integrem experiências na região Águas do Noroeste Fluminense, composta por 13 municípios. Um exemplo é a produção de cafés especiais e plantação de uvas de Varre-Sai, município fluminense mais distante da capital. Outra atração da região são as fazendas históricas com degustação de produtos da roça em Natividade e Itaperuna. “Além de roteiros locais, temos o interesse no desenvolvimento de roteiros intermunicipais e até inter-regionais. Essa lógica favorece a complementaridade de atrativos e o consequente aumento no tempo de permanência do turista na região”, esclarece a pesquisadora. Valéria diz que uma possibilidade que não pode ser descartada é a integração de outros segmentos turísticos à experiência no campo, como cavalgadas e caminhadas, banhos de cachoeira, estâncias hidrominerais e compra de artesanato local".
NOTA DO BLOGUE:
Essa é uma ótima oportunidade dos municípios do noroeste fluminense olharem para o longo prazo e investirem no turismo rural e cultural. Que os municípios possam aproveitar esse momento promissor.
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