*Luiz Carlos Martins Pinheiro
"Desde antes de 1500 o transporte para atravessar a Baía de Guanabara, se resolvia pela Navegação, por razões mais do que óbvias.
Por razões não muito claras, nos idos de 1500, os índios de lá e cá eram inimigos.
A Baía da Guanabara foi fundamental ao transporte entre o Rio de Janeiro e os sertões do interior.
Com a chegada da ferrovia, em 1854,se estabeleceu o primeiro modal hidro-ferroviário do Brasil.
A medida que a ferrovia foi se implantando, em geral, pela iniciativa privada surgiu a concessão de um túnel ferroviário, em bitola métrica, com tração a vapor sem fumaça, ligando Rio a Niterói, diretamente. Contudo não se viabizou, seja por não conseguir atrair o capital necessário, mas principalmente diante da competitividade hidroviária.
O tempo passou e diante da política brasileira de transporte fundamentalmente rodoviária,com todo o progresso da navegação, a travessia de veículos rodoviários foi se tornando insustentável, pelos custos, pela demora e pelas insatisfações.
Assim a idéia da travessia em ponte ou em túnel rodoviário foi ganhando força, culminando com a ponte, aberta em 1974.
Tão logo ficou evidente a possibilidade de sua construção, ocorreu-nos a defesa da idéia de que fosse rodo-ferroviária, a exemplo de tantas outras pontes pelo mundo a fora, com a de Eifel sobre o Rio Minho, entre Portugal e España, ainda, em pleno uso.
Com a chegada da ferrovia, em 1854,se estabeleceu o primeiro modal hidro-ferroviário do Brasil.
A medida que a ferrovia foi se implantando, em geral, pela iniciativa privada surgiu a concessão de um túnel ferroviário, em bitola métrica, com tração a vapor sem fumaça, ligando Rio a Niterói, diretamente. Contudo não se viabizou, seja por não conseguir atrair o capital necessário, mas principalmente diante da competitividade hidroviária.
O tempo passou e diante da política brasileira de transporte fundamentalmente rodoviária,com todo o progresso da navegação, a travessia de veículos rodoviários foi se tornando insustentável, pelos custos, pela demora e pelas insatisfações.
Assim a idéia da travessia em ponte ou em túnel rodoviário foi ganhando força, culminando com a ponte, aberta em 1974.
Tão logo ficou evidente a possibilidade de sua construção, ocorreu-nos a defesa da idéia de que fosse rodo-ferroviária, a exemplo de tantas outras pontes pelo mundo a fora, com a de Eifel sobre o Rio Minho, entre Portugal e España, ainda, em pleno uso.
Diante do nosso abandono ao ferroviarismo, propusemos, tão somente que se estudasse a viabilidade técnica e econômica da ponte ser rodo-ferroviária, mesmo que de início fosse apenas rodoviária.
Não conseguindo emplacar a idéia na área ferroviária, embora o apoio pessoal de respeitáveis engenheiros do DNEF - Departamento Nacional de Estradas de Ferro e da Leopoldina, a maior interessada pelo assunto, fomos bater na área rodoviária, apresentando um trabalho em congresso do IPR - Instituo de Pesquisas Rodoviárias, que para surpresa nossa foi muito bem acolhido, decidindo seu envio ao Ministério dos Transportes.
Não conseguindo emplacar a idéia na área ferroviária, embora o apoio pessoal de respeitáveis engenheiros do DNEF - Departamento Nacional de Estradas de Ferro e da Leopoldina, a maior interessada pelo assunto, fomos bater na área rodoviária, apresentando um trabalho em congresso do IPR - Instituo de Pesquisas Rodoviárias, que para surpresa nossa foi muito bem acolhido, decidindo seu envio ao Ministério dos Transportes.
Causou indignação do responsável pela obra, que num ridículo parecer de meia página, sem ouvir a quem quer que fosse, fulminou pela rejeição, por ser inoportuno e dispendioso.
Para coroar, fomos convocados pelo Diretor-Geral do DNEF, que nos comunicou que o assunto estava incomodando ao ministro e que não mais devíamos insistir no pleito.
Hoje, mais do que nunca, estamos convencidos, do quanto se prejudicou o transporte na área e se continuará prejudicando.
Um mera linha de metrô, com apenas duas vias, transportando até 80 000 passageiros/hora. Quantos veículos rodoviários precisamos para isto e a que custos? Como transitariam?"
* O autor é Engenheiro Ferroviário e coordenador da obra "Logradouros de Miracema".
Foto: enviada pelo autor, Barca Rio-Niterói, década de 1970.
Para coroar, fomos convocados pelo Diretor-Geral do DNEF, que nos comunicou que o assunto estava incomodando ao ministro e que não mais devíamos insistir no pleito.
Hoje, mais do que nunca, estamos convencidos, do quanto se prejudicou o transporte na área e se continuará prejudicando.
Um mera linha de metrô, com apenas duas vias, transportando até 80 000 passageiros/hora. Quantos veículos rodoviários precisamos para isto e a que custos? Como transitariam?"
* O autor é Engenheiro Ferroviário e coordenador da obra "Logradouros de Miracema".
Foto: enviada pelo autor, Barca Rio-Niterói, década de 1970.
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