Arquivo VAGALUME

quarta-feira, 24 de junho de 2009

PARA REFLETIR...

Aonde andará o meu doutor?

Hoje acordei sentindo uma dorzinha... aquela dor sem explicação
E uma palpitação!
Resolvi procurar um doutor...
Fui divagando pelo caminho...
Lembrei-me daquele médico que me atendia vestido de branco
Que para mim tinha um pouco de pai, de amigo ...e de santo...
Meu doutor que curava a minha dor!
Não apenas do meu corpo,
Mas da minha alma... que me transmitia paz e calma...

Chegando à recepção do consultório, fui atendido com uma pergunta:
-Qual o seu plano?
O meu plano??? Ahhh! O meu plano é viver mais e feliz!
É dar sorrisos, aquecer os que sentem frio, e preencher este vazio que sinto agora!
Mas... a resposta teria que ser outra!
O meu plano de saúde...
Apresentei o documento indispensável, e aguardei.

Quando fui chamado, corri apressado...
Ia ser atendido pelo meu doutor, ele que cura qualquer dor!
Entrei, olhei, e me surpreendi...
Rosto trancado, triste e cansado, será que ele estava adoentado?
É, quem sabe, talvez gripado, não tinha semblante alegre, seria febre?
Dei um sorriso meio de lado e um bom dia!
Olhei o ambiente, bem decorado,
Sobre a mesa, um computador, e no semblante a sua dor...
O que fizeram com o meu doutor?

De repente, ouvi a sua voz :
- O que o senhor sente?
Como gostaria de saber o que ele estava sentindo...
Parecia mais doente do que eu, o paciente...
-“Eu? Ah! Sinto uma dorzinha na barriga e uma palpitação”
-E esperei por sua reação.
Vai me examinar, pensei, escutar a minha voz, auscultar meu coração...

Para minha surpresa, apenas me entregou uma requisição, e disse:
- Peça autorização desses exames para conseguir a realização...
Quando li, quase morri...
“Tomografia computadorizada, Ressonância magnética e Cintilografia”


Ai, meu Deus! que agonia...
Eu só conhecia uma tal Abreugrafia...
Ressonar, para mim era dormir...
De magnético eu só conhecia um olhar...
E cintilar só o das estrelas...


Estaria eu à beira da morte?
De ir para o céu?
Iria morrer assim ao léu?

Naquele instante, timidamente pensei em falar:
-Não terá o senhor uma amostra grátis de calor humano para aquecer esse meu frio?
O que fazer com esta sensação de vazio?
Me observe, meu doutor!
O tal “Pai da Medicina”, o grego Hipócrates acreditava que
“A arte da Medicina está em observar”
-Olhe para mim.

É bem verdade que o juramento dele está ultrapassado!
Médico não é sacerdote...
Tem família e todos os problemas inerentes ao ser humano...
Mas, por favor, me olhe! ouça minha história...
Preciso que o senhor me escute e ausculte!
Me examine!

Estou sentindo falta de dizer até aquele “33”...
Não me abandone assim de uma vez!
Procure os sinais de minha doença e cultive a minha esperança!
Alimente a minha mente e o meu coração...
Me dê ao menos uma explicação!


O senhor não me perguntou se eu ando descalço...
Ando, sim
Gosto de pisar na areia e seguir em frente...
Deixando minhas pegadas pelas estradas da vida...
Estarei errado?
Ou estarei com o verme do amarelão?
Existiria umas gotinhas de solução?
Será que existe uma vacina contra o tédio?
Ou não terá remédio?


Que falta o senhor me faz, meu antigo doutor!
Cadê o Scott, aquele da Emulsão?
Que tinha um gosto horrível, mas me deixava um “Sansão”
E o elixir paregórico e categórico...
E o chazinho de cidreira, que me deixava sem tonteiras?
Será que, pensei, digo asneiras?


Ahh! Meu querido doutor!
Sinto saudade...
Dos seus ouvidos para me escutar...
Das suas mãos para me examinar...
Do seu olhar compreensivo e amigo...
Do seu pensar...
Do seu sorriso que aliviava a mina dor...
Que me dava forças para lutar contra a doença...
E que estimulava a minha saúde e a minha crença...
Sairei daqui para um ataúde?
Preciso viver e ter saúde!
Por favor, me ajude!


Oh!, meu Deus,
Cuide do meu médico e de mim,
Caso contrário chegaremos ao fim...
Porque da consulta só restou uma requisição
Digitada em um computador,
E o olhar vago e cansado do doutor!


Precisamos urgente dos nossos médicos amigos...
A medicina agoniza...
Ouço até os seus gemidos...


Por favor, tragam de volta o meu doutor!
Estamos doente e sentindo dor!
E peço, para o ser humano uma receita de calor
E para o exercício da medicina uma prescrição de amor!


Onde andará o meu doutor?


Autor desconhecido.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito boa a "história".Este "Doutor" ainda existe, mas ...
Abraços, Larry.

Seguidores VAGALUMES

VAGALUMES LIGADOS

Siga-nos

Siga-nos
É só clicar sobre o twitter

NOVIDADES VAGALUMES por e-mail

Enter your email address:

Delivered by FeedBurner

Movimento dos Internautas Progressistas do Rio

Movimento dos Internautas Progressistas do Rio
#RIOBLOGPROG