Ainda não assisti ao filme, mas esperava por uma opinião de alguém sensato. Aí vai, a opinião do Paulo Daniel, do blog Além da Economia:
A versão cinematográfica de O Bem Amado, dirigido por Guel Arraes, apresenta ao espectador três possibilidades; uma histórica, uma outra das questões políticas e a cômica.
Odorico Paraguaçu elege-se prefeito de uma cidade com uma promessa um tanto quanto inusitada, construir um cemitério na cidade fictícia nordestina de Sucupira, só que após o término da obra, o prefeito, seus assessores e correligionários; sempre passam por tentativas frustradas de realizar seu feito de inaugurar o cemitério.
O filme parece não ter a pretensão de contar a história política do Brasil, mas sempre que possível entre as cenas, apresenta fatos desde a renúncia de Jânio Quadros, o Golpe Militar de 1964 e os vários comícios das Diretas-Já pela redemocratização da política brasileira.
No que diz respeito às questões políticas, Odorico Paraguaçu, com excelente interpretação de Marco Nanini, utilizando-se de seu “odoriquês”, demonstra os bastidores da política, o jogo de favores. De outro lado, a esquerda aparelhada, faz oposição de forma caricaturada e inocente.
Em algumas cenas e em outras não, pode-se traçar o paralelo entre Brasil e Sucupira.
As situações são completamente inusitadas que, aliás, é um excelente remédio para quem está de mal humor.
Talvez o grande erro do filme seja a indefinição entre contar uma história (principalmente da ditadura militar e o processo de redemocratização), a política e a comicidade.
É um filme que deve ser visto não porque apresenta flashes de parte da história política brasileira, ou por conta da política; mas sim, pela atuação de seu elenco.
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