27/07/2010
terça-feira, 27 julho, 2010 11:29
Xico Graziano, José Eduardo Cardozo, Adalberto Giotto (mediador) e João Paulo Capobianco
Encontro promovido pelo Trata Brasil discutiu a importância do saneamento básico no programa de governo dos três principais concorrentes ao cargo de presidente da República
O Instituto Trata Brasil promoveu um debate entre coordenadores das campanhas eleitorais de Dilma Rousseff, Marina Silva e José Serra, o deputado federal José Eduardo Cardozo (PT-SP), o ex-secretário-executivo do ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco e o ex-secretário de Meio Ambiente de São Paulo, Xico Graziano (PSDB-SP), respectivamente, na manhã dessa segunda-feira, 26, em São Paulo, com a presença de jornalistas de vários estados e veículos brasileiros.
Os coordenadores concordaram que o saneamento básico é um fator de inclusão social e de fomento à economia, educação e saúde, como comprovam as pesquisas realizadas pelo Instituto. Para o presidente do Trata Brasil, André Castro, "o debate reforça a importância do saneamento e seus reflexos na vida do brasileiro, e permite que coloquemos o setor na agenda dos políticos".
A discussão começou com os coordenadores se posicionando sobre quando foi a última vez que seus candidatos conversaram sobre saneamento. "O único candidato a tratar de saneamento foi o Serra, que tem um compromisso pra valer com essa agenda", afirmou Xico Graziano. Capobianco enfatizou, "que a candidata Marina Silva tem o saneamento como uma de suas diretrizes de governo e visitou recentemente a represa de Guarapiranga". José Eduardo lembrou que, "no último sábado conversou com Dilma sobre a participação no debate e que recebeu dela informações sobre o PAC do saneamento".
Os coordenadores também concordaram que o próximo governo federal deva priorizar o saneamento básico. "A próxima década será a década do saneamento", afirmou Graziano. Para Eduardo Cardoso, "é fundamental colocar a cidadania em seu lugar, saneamento é muito mais do que rede de esgoto, é inclusão social. Qualquer cidade que se pense como cidade não pode ter esgoto a céu aberto". Já Capobianco considera que "é preciso transformar a idéia de que são necessárias grandes obras, é preciso apostar em soluções alternativas e descentralizadas".
O programa Minha Casa Minha Vida foi alvo de debate mais acalorado entre José Eduardo e Capobianco. Para o petista, "quando se fala em construção civil, o Brasil é totalmente irregular, mas isso não pode ser um obstáculo para a inclusão social. É preciso regularizar, mas o processo de regularização não pode impedir a execução de políticas sociais". Já Capobianco considera que primeiro se deve regularizar e depois oferecer políticas públicas, "dar recursos para "puxadinhos" é incentivar a ilegalidade e agravar o problema de saneamento e de exclusão".
No final da discussão, os coordenadores destacaram que é necessário apoiar a capacitação técnica dos municípios, haver uma gestão mais eficiente dos recursos, apoio às grandes obras de saneamento e às novas alternativas tecnológicas, além de do compromisso real dos governos federal, estadual e municipais
A apresentação do encontro e mediação do debate ficou a cargo do Embaixador do Instituto Trata Brasil e âncora da CBN, Adalberto Piotto. O debate foi transmitido ao vivo pelo site www.tratabrasil.org.br.
A pesquisa "Benefícios econômicos da expansão do saneamento básico", lançada pelo Instituto Trata Brasil e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), revela que a implantação da rede de esgoto reflete positivamente na qualidade de vida do trabalhador gerando o aumento da sua produtividade e da renda, além de contribuir para a valorização dos imóveis. Segundo a pesquisa, apesar dos investimentos feitos no setor, apenas 43,5% dos brasileiros são atendidos pela rede de esgoto.
"A evolução do setor é inquestionável, mas o déficit continua. Os investimentos precisam se crescentes para reduzir o número de brasileiros que ainda não tem acesso ao saneamento básico", esclarece o presidente do Trata Brasil, André Castro.
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