Nesta sexta-feira (08/04), finalizaram-se as negociações na conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas em Bangcoc, Tailândia. No entanto, poucos avanços foram feitos em relação às discussões de Cancún, na Conferência do Clima (COP16), em dezembro de 2010.
Conforme declarações da representante da ONU para mudanças climáticas, Christiana Figueres, a ideia desse encontro na Tailândia era fazer “os governos manter um impulso e formalizar um plano de trabalho para 2011. Isso inclui colocar em pleno funcionamento as instituições para financiar a luta contra as mudanças climáticas, a cooperação tecnológica e a adapatação, nos prazos de Cancún”.
No entanto, ao longo das negociações, que se iniciaram em 03 de abril, Christiana chegou a assumir que seria provável haver um intervalo de tempo entre o fim do Protocolo de Quioto (que encerra em 2012) e o começo de um novo acordo climático. Isso porque houve muitas divergências entre os países participantes.
O grupo formado pelo G77 mais a China chegou a apresentar uma agenda com questões que não haviam sido abordadas em Cancún, mas que acreditavam ser importantes para o debate. Os outros países desconsideraram, afirmando que o encontro em Bangcoc deveria ser utilizado para confirmar e detalhar os compromissos já formulados.
No saldo do encontro ficou firmada a posição da Nova Zelândia e do Japão, os quais comunicaram que não assinarão um período de ampliação do Protocolo de Quioto, pois preferem não estar vinculados a um pacto internacional, mas criar uma agenda própria de compromissos de corte de emissões. Essa posição pode ser seguida pela Rússia, Canadá e Austrália.
A União Europeia, por sua vez, considera prolongar o pacto adotado em 1997 e compromete-se cortar as suas emissões em 20%, em 2020. Entretanto, seus representantes afirmam que sem o apoio desses países será impossível atingir os objetivos.
Assim, a conferência em Bangcoc termina sem a garantia de que na COP17, em Durban, África do Sul, será fechado um acordo para prolongar a vigência de Quioto ou que seja elaborado um novo plano para substituí-lo.
Por Flávia Moraes do Portal Eco.
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