12/maio/1990
O momento que estamos vivenciando nas questões políticas, corrupção desenfreada, e um “aparente comando” dos que estão a margem da sociedade, devem servir como um alerta para aquilo que todos almejam, um futuro melhor.
Devemos ir a luta para uma mudança em nossa sociedade, que hoje é fraca , e que reflete o atual quadro que se apresenta, através de alguns políticos. Não adianta só por a culpa nos governantes, porque a eles atribuímos nossos votos. A maioria da sociedade é justa, honesta, porém "O que preocupa não é só o grito dos maus, mas o silêncio dos bons. Para que as forças dos marginais triunfem, basta apenas que as pessoas de bem não façam nada".
Quando a força do bem prevalecer, uma sociedade mais politizada, teremos então um bom governo, pois será dessa sociedade, que escolheremos nossos representantes. O governo sempre é o reflexo da sociedade.
Chocolate e merenda 1960, Escola São José, Santa Catarina |
Quero aqui reafirmar o que Herbert de Souza, o “Betinho” de saudosa memória, vinha sempre alertando, “possuímos mais de 20 milhões de cidadãos abaixo da linha de pobreza, Como também dizia que a Elite é o Pai e a Mãe da miséria, e se cada um de nós fizermos alguma coisa, vamos mudar esse Brasil”. E dizer que mudar o futuro depende de como se pensa o presente.
Só pensamos na mudança, depois que acontecem os problemas, quando o correto seria a prevenção, um planejamento para evitar a convulsão social que pode chegar ao caos. É só observar o problema histórico na educação, e os sistemas penitenciários.
A má distribuição de renda, maior problema nacional, como também do atraso na questão da reforma agrária, só será amenizado se melhorarmos a qualificação da nossa mão de obra, e isso só serão possíveis, com ação eficaz do Estado na educação básica. Entendemos que uma melhor distribuição de renda só vai acontecer quando a educação escolar básica for ofertada a todos e com boa qualidade, proporcionando igualdades de condições, qualificando melhor a mão de obra e como conseqüência um aumento do preço da mão de obra não qualificada, por diminuição de sua oferta.
- A Educação, sabemos, é dever do Estado e, vemos com os "bons olhos da esperança", que um dia cada criança, futuros cidadãos brasileiros, possam ver isso se tornar realidade.
Diante de tanta desordem institucional, não podemos permanecer passivos, de braços cruzados, precisamos participar, deixar de ser omissos. A sociedade sem participação é fraca, oprimida, e desunida, torna-se palco das discussões mais polêmicas, de intrigas, todos sabem o que falta, mas não encontram o caminho. A forma de fazer, e as soluções não saem do chão, por falta de iniciativa e liderança. Precisamos ser organizados, idéias as mais diversas, diferenças de toda ordem fazem parte de qualquer grupo social. Ao juntar-se a fé, a esperança de cada indivíduo, podemos dizer que vivenciamos a verdadeira fraternidade, sonhada por todos nós. Não devemos cair no descrédito, isso fará com que percamos a esperança. Vamos fazer nossa parte.
Arquivo Adalberto e Dalva Day e in memorin Dimas dos Santos.
O autor é Cientista Social
Adalberto Day 12/maio/1990
Blumenau-SC
O autor escreveu esse artigo em 1990, mas acabou de divulgá-lo em seu blogue, aqui, porque continua atual.
4 comentários:
Angeline
Obrigado por publicar também este tema em seu blog. Como falo no texto, escrevi em 1990 e parece que continua tudo a mesma coisa ou pior. Espero que nossas futuras gerações não se envergonhem dessa situação caótica que vivemos nos dias atuais e que vem de muitos anos. Espero que um dia este artigo escrito há 21 anos, não seja mais necessário repetir e parecer atual. Precisamos mudar este país nas questões de Educação, saúde, segurança pública, reformas. Só assim poderemos deixar um Brasil bem melhor para nossos filhos, netos. Algum avanço já tivemos, mas é pouco, falta muito e esperamos que nossa Presidente consiga resolver pois este é o seu objetivo.
Adalberto Day cientista social e pesquisador em Blumenau SC
Amigo Angeline
Perfeito.
Todos temos direitos e deveres.
Devemos reclamar, mas também cumpri-los.
As formas para isto são infinitas. Alguma nos é possível.
Abraços, saúde e Paz de Cristo.
Luiz Carlos/MPmemória.
Caro Adalberto,
Torço para que esse texto se desatualize o quanto antes.
Angeline
Também torço pra que este texto que escrevi ou crônica, seja coisa do passado. Torço por isso e quero acreditar que nossa presidente, valente, humana, consiga resolver pelo menos estas coisas ruins de nosso Brasil, que vem de séculos de exploração e de maus governantes.
Abraços
Adalberto Day cientista social e pesquisador da história em Blumenau
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