Imprensa
Qua, 04 de Janeiro de 2012
Por conta das chuvas que caem sobre o estado do Rio de Janeiro desde o primeiro dia do ano – com destaque para as regiões Serrana e Noroeste – a Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Estado de Saúde decidiu divulgar uma Nota Técnica sobre leptospirose com orientações aos gestores dos municípios e aos profissionais de saúde.
Detalhes importantes da Nota Técnica:
A ocorrência de enchentes está relacionada ao aparecimento de diversas doenças, transmitidas pelo contato com água e lamas contaminadas. Dentre elas, destaca-se a leptospirose. Neste sentido, considerando as enchentes recentes que ocorreram em alguns municípios do estado, a Secretaria de Estado de Saúde alerta para a possibilidade de um aumento de casos de leptospirose nos próximos 30 dias e para a necessidade de estruturar as ações de vigilância epidemiológica e assistência nos municípios que garantam o diagnóstico e o tratamento dos casos de maneira oportuna.
São suspeitos de ter contraído leptospirose indivíduos com febre, cefaléia e mialgia, que atenda a, pelo menos, um de dois critérios. O primeiro, é se houver presença de antecedentes epidemiológicos sugestivos nos 30 dias anteriores à data de início dos sintomas, como exposição a enchentes, alagamentos, lama ou coleções hídrica; exposição a fossas, esgoto, lixo e entulho; atividades que envolvam risco ocupacional como coleta de lixo, catador de material para reciclagem, limpeza de córregos, trabalho em água ou esgoto, manejo de animais, agricultura em áreas alagadas; vínculo epidemiológico com um caso confirmado por critério laboratorial; residir ou trabalhar em áreas de risco para a leptospirose. O segundo, se a pessoa apresentar sinais ou sintomas como sufusão conjuntival; sinais de insuficiência renal aguda; icterícia e/ou aumento de bilirrubinas; fenômeno hemorrágico.
DESTACAMOS - O Resultado NEGATIVO (não reagente) de qualquer exame sorológico específico para leptospirose (microaglutinação, Elisa IgM ou outros), com amostra sangüínea coletada antes do 7º dia do início dos sintomas, não descarta o caso suspeito. Outra amostra sangüínea deverá ser coletada a partir do 7º dia do início dos sintomas para auxiliar na interpretação do diagnóstico.
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PREVENÇÃO
- Devem ser descartados os alimentos e medicamentos que entraram em contato com as águas de enchentes;
- Realizar a limpeza e desinfecção da água do domicílio e do local de trabalho que sofreram inundação.
- Devem ser observadas as medidas de proteção individual em situações de risco: uso de calçados e vestimentas apropriadas (luvas e botas de borrachas) e, caso não seja possível, o uso de sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés, evitando o contato com da pele e ferimentos em águas possivelmente contaminadas. As pessoas devem ser orientadas sobre os cuidados de lavagem e desinfecção de ferimentos.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - A leptospirose humana apresenta manifestações clínicas muito variáveis, com diferentes graus de severidade. As manifestações clínicas variam desde formas assintomáticas e subclínicas até quadros clínicos graves associados a manifestações fulminantes. Em aproximadamente 15% dos pacientes com leptospirose, ocorre a evolução para manifestações clínicas graves, que tipicamente iniciam-se após a primeira semana de doença, mas que pode ocorrer mais cedo, especialmente em pacientes com apresentações fulminantes.
ATENÇÃO - Os casos da “forma pulmonar grave da leptospirose” podem evoluir para insuficiência respiratória aguda, hemorragia maciça ou síndrome de angústia respiratória do adulto. Muitas vezes precede o quadro de icterícia e insuficiência renal. O óbito pode ocorrer nas primeiras 24 horas de internação.
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