Abaixo transcrevo postagem de Rudá Ricci. Qualquer semelhança com o cenário miracemense é mera coincidência.
Não consegui postar estes dias como gostaria em função de uma viagem para o interior paulista. A política paulista, nos espaços onde a música sertaneja, o calor, a cerveja, a ausência de leitura e qualquer sofisticação intelectual campeiam, o conceito de "homem cordial" de Sérgio Buarque de Holanda ganham tintas vivas.Vou postar algumas passagens do texto fundamental do historiador, pai do Chico, mas adianto que o cordial do conceito não se relaciona com bondade ou educação. Pelo contrário, se relaciona com "do coração", com intimidade, com medo da solidão, com falta de rigor. No interior, a compra de voto é algo não só aceito como aguardado neste período, como as chuvas que devem cair no início do ano. O político matreiro não se envergonha de aparecer como tal, distribuindo folhetos luxuosos através de um séquito de cabos eleitorais uniformizados (contrariando a lei que é esquecida pelas autoridades locais). Para piorar, formam-se as equipes de "inteligência" (com perdão do uso indevido da palavra) das campanhas que nada mais são que equipes de sabotagem, de contra-informação e tudo o que se pode imaginar de mais podre que pode ocorrer em política.Um dos candidatos com campanha nababesca para a Câmara de Vereadores chega a orientar seus cabos eleitorais para falar cobras e lagartos sobre os adversários. Mentir é o mote de sua campanha. Difamar cria aquela intimidade não consentida com o eleitor. Como se confidenciasse algo que poucos sabem. Só para os mais chegados.O sertão brasileiro, incluindo os rincões caipiras de São Paulo, fazem do Estado uma ficção. Daí porque as redes sociais acolherem, nestas localidades, fakes e "técnicos em comunicação" dos mais desqualificados e ignorantes que esta terra tupiniquim poderia criar. Gente que não deixará nada de bom quando se forem, desta para uma pior.
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