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segunda-feira, 11 de março de 2013

"De como o Norte-Flu vai sair da miséria via açúcar, álcool, petróleo e royalties"

O blogue campista, do professor Roberto Moraes, divulgou uma importante matéria que traz um jornal de 1981, cuja matéria é intitulada "De como o Norte-Flu vai sair da miséria via açúcar, álcool, petróleo e royalties".
Trago aqui as imagens do jornal de 1981, que foi enviado àquele blogue pelo urbanista e arquiteto Renato Siqueira. É apenas um estímulo à reflexão.

Jornal Correio de Campos - 14-dez-1981 - seção Royalties e Desenvolvimento, p.3.


CLIQUE NAS FOTOS PARA AMPLIÁ-LAS





Transcrição do trecho final feita pelo blogueiro Roberto Moraes.


"Mão de gato"
"A última parte da matéria de Orávio de Campos no Correio de Campos em 14-12-1981: "Por aí se vê no simples noticiário de que os royalties são viáveis, principalmente com o sinal vermelho do Governo, as classes de domínio da produção agrícola, já se apressam com mão de gato, a puxar a sardinha para o seu lado, não se referindo aí, em nenhuma hipótese, no fortalecimento dos setores terciários da economia e nem na promoção ao bem-estar mais urgente, como a extinção das favelas, e a consequente construção de habitações condignas para o povo da periferia. Não se toca também na diversificação industrial, evidentemente fora dos meandros da agricultura. Não há nenhuma projeção para se resolver os problemas do saneamento básico da cidades do Norte Fluminense, o incentivo à pesca, de lagoas e rios, da fauna e da flora, que ficarão totalmente arrasados caso o fundo seja recolhido ao pé da letra, pelas autoridades, que podem até desconhecer o volume de vinhoto produzido para se alcançar 500 milhões de litros de álcool/ano.

Depois dentro da utopia do presidente da Acic há, ainda, o desconhecimento científico das dificuldades (até impossibilidade) de promover a viagem de volta ao interior, sem uma estrutura urbanística e sem uma política fundiária capaz de desenvolver uma reforma agrária racional para que a terra possa servir de meio de produção e ser, verdadeiramente, útil ao bem estar social. O mar é de todos e o peixe pertence a quem pescar. A terra deveria ser bem da sociedade, que dela tiraria seu sustento, a partir de cooperativas de produção sem dono e de lucros iguais, gerando escolas, lazer, casa decente para todos, meios de transporte mais barato e confortáveis, alimento sem as especulações de mercado, a ponto de ser atirado no lixo para não aviltar preços...

Pode-se até afirmar que o Fundo de Desenvolvimento do Norte Fluminense, seja bom, mas não oferecerá recursos diretamente para a população pobre da região. Depois é até possível que o leque de providências venha gerar empregos, mas aí, os royalties sob controle dos dominantes e ninguém assegura que os empresários, queiram pagar mais pela mão de obra, diminuindo a distância da mais valia. O lucro estará sempre à frente das razões dos investimentos. Retomar posições implica, historicamente, na afirmação de que quem gerou tudo isto os que hoje procuram as alternativas dentro da crise e que não se cansam de chorar junto às tetas do Governo, para mamadas mais substanciais."

"Consciências"
"Desenvolvimento sugere consciência democrática e espírito aberto aos reclamos populares. Enquanto perdurar a essência das ganância, qualquer investimento industrial, comercial, agroindustrial e pecuário será nulo, porque o máximo que vai promover é a concentração de recursos nas mãos de meia dúzia de latifundiários ricos. Dentro desta escala, a pobreza vai continuar como cancro, instalado pelo desequilíbrio social. Se tudo continuar assim, com royalties ou sem eles, com diversificações ou sem elas, a cidade poderá, até, conhecer o progresso à luz de técnicas justificadas, mas o povo operário vai continuar pisando com os pés no chão."

Um comentário:

Lion disse...

Interessante... bem interessante

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