covardia
co·var·di·a
sf
1 Comportamento que revela fraqueza de espírito, falta de coragem e medo; cagaço.
2 Característico de indivíduo forte e violento, que age com violência e deslealdade diante de pessoas frágeis.
Fonte: Dicionário Michaelis da Língua Portuguesa
Na relação estado-sociedade precisa haver urbanidade, civilidade, sobretudo legalidade, mas se por um lado o cidadão pode fazer tudo o que não seja proibido, o agente público está restrito ao que a lei permite. Numa cidade, todas essas relações existem. O estado com a força imperiosa do povo, que o representante exerce em seu nome. Os cidadãos, como titulares desse poder e destinatários dos servicos públicos simultaneamente, sofrem para exercer a sua cidadania. Sobretudo numa sociedade que viveu séculos de escravidão, forjada por uma oligarquia agrária, dos coronéis, que carrega consigo valores arraigados dessa reprodução social. O autoritarismo é uma marca brutal que ainda se apresenta no cotidiano das cidades.
É covarde a relação estado-sociedade como hoje estabelecida, sobretudo no âmbito local, onde as pessoas vivem e a vida se realiza. Contraditoriamente, o povo é o titular do poder, mas sua cidadania é impedida pelos que o representam. Devido à força da representação e a dificuldade que o autoritarismo revela, qualquer cidadão que ouse exercer seus direitos é visto e tratado de forma covarde! A começar pela falta de transparência, passando por ilegalidades e o uso da força imperiosa contra o próprio povo, que a legitima. Infelizmente, as instituições de controle são inefetivas nessa situação e justamente ai os governantes se apoiam. As relações espúrias imperam nesse cenário.
O tempo passou realmente, veio a era da informação, as redes sociais, um espaço público onde o cidadão se manifesta, mobiliza. No entanto, uns acreditam que as plataformas são utilizadas por covardes. Pergunto: seriam covardes os manifestantes do espaço público, ou aqueles que imbuídos do poder se silenciam e assim levam a carroça? Intimidam, negam o direito do cidadão, etc.
Por essas e outras, avançar para a democracia participativa, como reza a Constituição é fundamental. A grande dificuldade é que os ocupantes temporários dos governos e seus asseclas não abrem mão de seu poder autoritário para cederem espaço à população. Assim, caminha a humanidade, na contramão, cheia de desigualdades , injustiças e a sociedade em constante crise de representatividade. Esperançamos, mesmo que toda transformação seja lenta, que a sociedade irá se transformar e abandonar esse anacronismo autoritário de outrora. Afinal, a valentia maior dos ocupantes do poder é impedir a participação social, justamente por um misto de medo, covardia e "rabo preso"!
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