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quarta-feira, 6 de maio de 2009

SERVIÇOS AMBIENTAIS

BiÓtica
Ambiente e Sociedade

SERVIÇOS AMBIENTAIS
O conceitode “serviços ambientais” surgiu para demonstrar que áreas naturais cumprem funções importantes nos processos de manutenção da vida – toda vida, inclusive a do homem – em oposição à falsa idéia de que ecossistemas intactos são “improdutivos”ou “obstáculos ao desenvolvimento econômico”.

Serviços ambientais são aqueles que a natureza presta para nós, seres vivos, ao absorver, filtrar e promover a qualidade da água, que bebemos e usamos; ao reciclar nutrientes e assegurar a estrutura dos solos, onde plantamos; ao manter a estabilidade do clima, amenizando desastres como enchentes, secas e tempestades; ao garantir e incrementar nossa produção agrícola e industrial, seja providenciando a necessária diversidade genética para melhoria das culturas ou para fármacos, cosméticos e novos materiais, seja complementando processos que a tecnologia humana não domina nem substitui, como polinização, fotossíntese e decomposição de resíduos.

A caracterização dos serviços ambientais derivou dos estudos de valorização ambiental e da inclusão de fatores ambientais em negociações comerciais e em acordos internacionais, no início dos anos 90. A princípio, os serviços eram considerados custos ambientais e estavam associados às avaliações de impactos de grandes obras. Logo essa caracterização negativa, de custo, evoluiu para um conceito positivo, de serviço. O termo serviço ambiental expressa melhor quão inseparável é a qualidade de vida humana e um ambiente saudável. Florestas, cerrados, campos, mangues ou pântanos não são espaços inúteis a serem domados ou conquistados, mas áreas de produção dos serviços ambientais.
Qual seria o preço a ser pago pelo ar que respiramos, pela água que utilizamos e pelas bactérias decompositoras do lixo que produzimos? Na verdade ninguém sabe ao certo quais são e quantas são as espécies necessárias para sustentar a vida humana no Planeta. O que temos certeza é de que existe um processo onde a reciprocidade deveria imperar. Seria muito fácil propor vida na lua, se para isso não tivéssemos que levar junto tantas outras espécies.

De toda essa conversa o que temos hoje, e é fato, são as mudanças climáticas como resultado da ausência da tal reciprocidade por parte da espécie humana, que falamos há pouco. A contribuição para a estabilização do clima é a proposta da inclusão da floresta em pé no acordo que dará continuidade ao Protocolo de Quioto, a ser assinado em 2012. Essa proposta visa ao reconhecimento do serviço ambiental prestado pelas florestas ao Planeta, fixando carbono. Os créditos internacionais gerados dentro dessa lógica estariam vinculados aos compromissos de evitar o desmatamento e reflorestar áreas através de projetos que estejam adequados aos mecanismos de desenvolvimento limpo, com os quais regiões em desespero agrícola poderão ser altamente beneficiadas. Há tempos o Estado do Rio de Janeiro sobrevive dos recursos da compensação ambiental, os royalties do petróleo são um exemplo clássico disso. Agora é hora de pensar em commodity florestal. Produtores rurais, investir no cultivo de florestas e, conseqüentemente, na produção de água - esse é “O negócio”!
Juliana Ribeiro Rodrigues
Bióloga


Artigo do Jornal "O Porta Voz", coluna "BiÓtica", publicado em 2008, gentilmente enviado pela autora.



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Postado no Blog LOGRADOUROS DE MIRACEMA em 09/02/2009 03:00:00 PM

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