VOO 447 E A SOBERANIA NACIONAL

A Força Aérea Brasileira informou ter encontrado na manhã deste sábado dois corpos e destroços do Airbus A330 da Air France, desaparecido na noite do último domingo quando fazia a rota Rio de Janeiro-Paris com 228 pessoas a bordo.

"Hoje pela manhã, às 8h14, tivemos a confirmação do resgate na água de peças e corpos que pertenciam ao voo da Air France," disse a jornalistas o coronel Jorge Amaral, vice-chefe da Comunicação Social da FAB.

Os dois corpos encontrados são do sexo masculino.

Entre os objetos achados, estão uma poltrona azul com número de série e coloração igual aos usados pela Air France, uma mochila com cartão de vacina e uma pasta de couro com um bilhete da Air France. O trabalho de coleta foi feito pela Marinha.

"Foi confirmado com a Air France o número da reserva desse bilhete. Foi passado para a Air France e foi citado um nome que constava da lista, porque nós não tínhamos a relação de passageiros desaparecidos," complementou.

"O nome coincidiu com o nome que foi encontrado nessa maleta."

"Outros equipamentos foram encontrados, como máscara de passageiros e mais outros materiais que estão sendo recolhidos..."

Os corpos e os materiais recolhidos foram encontrados a cerca de 900 quilômetros de Fernando de Noronha, aonde chegarão no domingo para a identificação inicial. Depois, deverão ser transferidos para o Recife.

Na sexta-feira, agentes da Polícia Federal recolheram material de parentes hospedados em hotel no Rio de Janeiro para a realização de exames de DNA que poderão identificar as vítimas.

O voo AF 447 tinha 216 passageiros de 32 nacionalidades, incluindo sete crianças e um bebê. Segundo a Air France, 61 eram franceses, 58 brasileiros e 26 alemães. Dos 12 tripulantes, um era brasileiro e os demais franceses.

(Da Reuters, Edição de Aluísio Alves)

Ao longo dessa semana, todo o Brasil acompanhou pela tv as notícias de busca dos destroços ou sinais de localização do avião da Air France que desapareceu. Houve muita apreensão, por haver possibilidade grande de morte, um número grande de passageiros, famílias inteiras buscando informações e toda a responsabilidade jurídica e de culpabilidade envolvendo empresas, técnicos e países. Aliás esses momentos serão eternos para a grande maioria de pessoas ligada a vítimas desse voo.

Chegou-se a cogitar o apoio da guarda costeira americana, com todo seu arcabouço tecnológico (radares, sonares etc.). Pelo menos por parte das autoridades brasileiras, não vimos movimento algum nesse sentido, pois acreditavam em seus técnicos e oficiais da Marinha e Aeronáutica, responsáveis pelo espaço aéreo e marítimo brasileiros. De qualquer forma, o "ousado" presidente francês, que talvez esteja com as costas mais pesadas que as nossas, ousou e contactou Obama para um alerta no sentido de necessitar de ajuda tecnológica. Pelo menos foi o que ouvi na tv.

Nesse momento, surgiu-me a idéia: será que não temos capacidade de localizar o que houve na costa brasileira?

Em tempos de globalização, o governo brasileiro que já assinou acordo com o governo francês para investimentos na área de defesa nacional, não poderia ser subestimado pelo ousado Sarkozy. Ele ousou, subestimou ou cumpriu com seu papel de chefe de Estado e de presidente do país "hóspede" da empresa responsável pelo voo? Seria uma questão de soberania nacional?

Se concordam ou não, não tem problema, deixem seus comentários e ponto de vista.