A novela trágico-cômica, como disse um leitor vagalume, foi mal elaborada:
1º) os termos do decreto não são inspiradores de respeitabilidade pública, dado que são muito desapropriados para um documento público-legal;
2º) os argumentos utilizados para o destombamento são frágeis e não têm nenhum respaldo técnico-científico, muito menos comprobatórios; (não há sequer planejamento econômico-financeiro-urbanístico)
3º) enquanto ouvimos clamores por todas as camadas sociais, de respeito ao meio ambiente, do uso de bicicletas para evitar o aquecimento global, o gestor municipal está preocupado com os veículos, não com os seres humanos que transitam no centro histórico da cidade, muito menos com a saúde pública, o que dirá com o patrimônio? Menos ainda com a situação persistente de chuvas e enchentes.
4º) além de se auto-intitular, ao combater um decreto de tombamento de sua própria autoria, com vários adjetivos que não almejamos nem ao pior inimigo, por isso não repetiremos, ainda nega a verdade dos fatos que está sendo comprovada documentalmente;
5º) alegaram todos os adjetivos que "levaram o feitiço a cair sobre o feiticeiro", como também negaram o parecer do Conselho de Cultura Municipal, que deu parecer favorável e solicitou ao Executivo o tombamento em 1994.
Convido você, leitor vagalume, para ler as considerações da vereadora Nedi Damasceno, no blog do PV de Miracema, que merecem ser apreciadas e analisadas, inclusive no que diz respeito ao atual Conselho de Cultura Municipal. Clique aqui e leia.
10 comentários:
Pelos termos inadequados utilizados, pela falta de capacidade de entender os contraditórios (era Ele mesmo o intendente em 1995) e por ignorar fatos relevantes da história de Miracema que se passaram sobre o calçamento da Rua Direita, descritos no decreto de destombamento das ruas do centro de Miracema, não seria exagero se pedissem o impeachment do intendente, por incapacidade.
No mínimo uma explicação, um pedido oficial de desculpas pela terminologia inadequada utilizada na feitura do Decreto de destombamento, afinal há uma parcela significativa da população que é favorável ao tombamento. Estou indignado com tantas palavras e adjetivos impróprios para um ato oficial. Existe manual de redação oficial sabiam?
Será que pretenderam atingir com esse palavriado desqualificado quem eu estou pensando? Uma pessoa que tantos serviços prestou à Miracema?
Que fez a cidade ser conhecida por causa de seu patrimônio, sua cultura, suas tradições e sua história que tão bem soube difundir e preservar?
Quero crer que não. Mas em se tratando de gente de má índole e de péssima educação que atualmente figura no atual governo não é de se estranhar. O tiro acabou saindo pela culatra.
Acho que desse episódio fica a lição. Infelizmente, nós brasileiros aprendemos com nossos erros.
Acho que a nossa Câmara de Vereadores deveria votar urgente projeto do que deve ou não ser tombado como patrimônio histórico de nossa cidade, incluído aí as ruas do centro da cidade, evidentemente.
Se os tombamentos históricos de nossa cidade fossem estabelecidos por lei do legislativo, eles ficariam com imunidade contra atos arbitrários como este que acabamos de ver.
Caro Hélcio:
Teria o Legislativo local independência para isso julgar?
Tenho minhas dúvidas.
Angeline,
Você tem razão. Eu, agora, refletindo sobre o que eu disse, concordo com você.
infelizmente é assim que funciona. Então vamos ficar sujeitos a boa vontade dos prefeitos que tenham discernimento para entender a importância da preservação histórico da nossa Miracema.
Angeline,
Normalmente, procuro estar fiel ao compromisso do meu blog: falo do bem, da poesia, do amor, de "causos" curiosos ou hilários, sejam estes da minha cidade ou do lugarejo que escolhi "viver" minhas memórias. Mesmo à distância, procuro me inteirar das necessidades da "terrinha", mesmo porque estou sempre a visitando e curtindo tudo e todos que me fizeram. Entretanto, me enfezaram, por me entristecerem. Tenho tentado escrever (já iniciei uns seis ou sete textos), porém, por força da revolta, não consigo tino. Volto depois, mesmo porque, vou publicar alguma no meu blog.
Mas... Uma pergunta:
Quem foram os "vereadores" que aprovaram o malfadado e maquiavélico plano de destruição da memória da cidade (a partir daí, continuarão outras maquinações).
Amantes do vernáculo não admitem o empirismo que nem um estagiário de Direito conseguiria imprimir ao texto. Paupérrimo e quase "chulo". Próprio da pequenez da mente.
Desculpe o desabafo.
Abraços e beijos aos miracemeneses de mente sã.
Bebeto Alvim.
Angeline,
Lá, pelo Pontal, buscava a paz, que tantos insistem em não permitir, quando aparece um parceiro da Justiça Federal (MPF). Ao comentar sobre a agressão por que passa a "terrinha", ele me deu uma primeira "dica", que vou me aprofundar. Precisamos conclamar todos os órgãos, jurídicos e ambientais, estimular a população com panfletos, bandeirolas, cartazes e o que mais se fizer necessário. Vamos estabelecer contato; os que puderem se deslocar a Miracema, que o façam, de forma a estabelecer diretrizes da manifestação.
Abraços aos miracemeneses "de fato".
Bebeto Alvim.
Meus caros Angeline e Hélcio,
Isso tudo é problema de formação e de informação. Só se valoriza aquilo que se conhece. Ao votar, temos que estar atentos ao conhecimento dos candidatos, o que pensam sobre cultura, quais suas propostas para a área de preservação. Não é nenhuma surpresa para mim este decreto de destombamento. Afinal, é público que muitos compromissos foram assumidos durante a campanha eleitoral.
Caro Bebeto:
Nâo foram os vereadores, foi o prefeito municipal, através de decreto.
Também se tivéssemos que contar com o Legislativo não seria diferente, pois a representação popular é tacanha, dado que é maioria ligada ao poder público local. Haja vista, que as demandas q assistimos nas sessões, divulgadas, são todas no sentido de defesa do Executivo, num verdadeiro desconhecimento da independência desse poder e do dever que têm como representantes da população.
Não chore, Bebeto! Sei que dá vontade, mas infelizmente, um povo que não valoriza sua cultura, ou melhor, sem cultura, é fadado a esses problemas.
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