O Grupo Neoenergia, por meio da sua empresa controlada Rio PCH I, inaugurou na manhã de sexta-feira (10/07) duas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), a PCH Pirapetinga e a PCH Pedra do Garrafão, construídas no Rio Itabapoana, na divisa dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. As duas usinas têm potência instalada total de 39 megawatts (MW) e energia assegurada de 25,14 MW – suficiente para abastecer uma cidade de 100.000 habitantes – que será fornecida aos consumidores por meio do Sistema Elétrico Interligado Nacional.
A construção das PCHs foi iniciada em outubro de 2007, com investimento total de aproximadamente R$ 200 milhões, dos quais R$ 121,10 milhões financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os recursos foram alocados na construção das usinas, respectivas subestações e linhas de transmissão. O empreendimento é controlado pela Rio PCH I, que tem 75% do negócio, em parceria com a empresa Performance Centrais Elétricas Ltda, com 25% de participação."
Através da construção dessa usina, para que houvesse o licenciamento ambiental de uma das usinas, foi necessária uma prospecção arqueológica, na usina de Pedra do Garrafão, que identificou remanescentes de um dos primeiros povoados brasileiros, Vila da Rainha, fundado no ano de 1536, que será transformado no Parque Histórico-Arqueológico Vila da Rainha.
A descoberta é um marco fundamental da colonização portuguesa no Brasil, de grande relevância para a história do Estado do Rio de Janeiro e do País. A Vila da Rainha compreende um conjunto arquitetônico integrado por vestígios de construção em pedras de cantaria composto por cais, canaletas, edifícios e moinho.
O projeto de criação do Parque Histórico-Arqueológico Vila da Rainha é uma extensão dos Programas de Educação Patrimonial e de Resgate do Patrimônio Arqueológico da PCH Pedra do Garrafão e será realizado pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Segundo as pesquisas do Museu Nacional, a Vila da Rainha foi fundada pelo colonizador português Pero de Góis, donatário da Capitania Hereditária de São Tomé, que deu este nome ao povoado em homenagem a D. Catarina da Áustria, esposa de D. João III. Pero de Góis trouxe mudas de cana-de-açúcar e construiu engenhos no local, explorando os abundantes recursos do Rio Itabapoana.
O projeto de criação do Parque prevê a consolidação das ruínas expostas e da sua estrutura pela pesquisa arqueológica. Paralelamente, será feita pesquisa histórica referente à documentação escrita, além de mapas e iconografias da região.
O Parque será uma espécie de museu a céu aberto, onde os visitantes poderão acompanhar os trabalhos de escavação e resgate arqueológico, além de conhecer informações sobre a herança cultural do País e da região.
O projeto pretende contar a história da região segundo a perspectiva do Rio Itabapoana, relatando a formação geológica da sua bacia hidrográfica, os primeiros grupos que acamparam em suas margens, a instalação dos ceramistas, a posterior ocupação portuguesa e os diversos embates entre os diferentes grupos culturais que ocuparam a região.
Os diversos usos e apropriações das águas do Rio Itabapoana serão apresentados no Parque, desde as pequenas cidades que se instalaram em suas margens até a hidrelétrica. A comunidade terá participação ativa em todo o trabalho, fazendo do sítio arqueológico um sítio-escola, com visitação durante e após a escavação, a fim de aproximar a Arqueologia e a sociedade.
Os visitantes serão recebidos por guias treinados, contratados essencialmente na região, fazendo do Parque um verdadeiro “canteiro-escola” para capacitação de pessoal. A educação patrimonial será realizada em escolas dos municípios de Bom Jesus de Itabapoana, São José do Calçado, Mimoso do Sul, Bom Jesus do Norte e nos distritos de Santo Eduardo e Ponte de Itabapoana, que estão mais próximos dos sítios pesquisados.
O projeto também capacitará cerca de 120 professores, preferencialmente da rede pública, oferecendo material didático sobre educação patrimonial voltada para o patrimônio arqueológico. A expectativa do Grupo Neoenergia e dos pesquisadores do Museu Nacional é que o potencial arqueológico poderá ser usado como forma de ampliar o desenvolvimento social, educacional, cultural e turístico da região."
Para saber mais, leia aqui, diretamente no site do Jornal "Dois Estados", a matéria completa da ASCOM da Empresa Neoenergia.
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