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quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

A IMPRENSA MIRACEMENSE



Segundo o jornalista, escritor e poeta Bruno de Martino, em seu artigo 'Origem e Projeção da Imprensa Miracemense', publicado no jornal Estado Novo nº 59, de 1939, "Miracema desde a idade em que engatinhava deu-se por inteira aos surtos das letras. O seu número reduzido de intelectuais se contrastava com a alentada quantidade de homens da lavoura e do comércio, a todo momento inquietados pelos facínoras que a faziam de doce refúgio". Pois foi assim, nesse clima, em que bandidos ditavam a lei, que surgiu o nosso primeiro jornal - O DISTRITO - fundado por João Antonio Hassel em 18 de novembro de 1896. Com sua coragem, João Antonio Hassel denunciava os terríveis crimes cometidos em Miracema e a revolta da escassa população.Em 4 de dezembro de 1898, circulou o primeiro número de O MIRACEMENSE, de Firmino de Carvalho (Pai de Barroso de Carvalho). Foi em suas colunas que o jornalista abateu para sempre a ambição dos mineiros que pleiteavam a todo o instante a posse do então 2º distrito de Santo Antonio de Pádua. Com o seu falecimento em 17 de agosto de 1900, O MIRACEMENSE passou a ser redigido pelo português Adriano do Vale, que por acaso veio parar em Miracema. Tendo sido absolvido, após tentar contra a existência do Imperador D. Pedro II à saída de um teatro no Rio de Janeiro, Adriano resolveu viajar pelas localidades fluminenses como agrimensor prático. Aqui chegando, passou pela tipografia de O MIRACEMENSE onde ouviu um grupo comentar em voz alta os sucessos que o haviam absolvido, pois alguém havia levado ao jornal a notícia de sua chegada. Foi quando o mais novo dos que conversavam disse: "Não o conheço mas teria grande honra em fazê-lo meu amigo!". Era Firmino de Carvalho. No mesmo instante, Adriano do Vale entrou e deu-se por conhecido.
Em 1901, circulou O MIRACEMA, de Antonio Costa. Em 14 de abril do mesmo ano, surgiu A TROMBETA e em 1º de junho de 1902, A SEMANA, ambos com redação do poeta e professor Mário Fontoura e A. Roussiliers, que devido a problemas políticos, foi forçado a substituir seu nome pelo pseudônimo I. Roma. Ainda de 1902 são: A BRISA, de João Moraes Júnior; O CROMO, de Heitor Leal, ambos de pequeno formato, dedicados ao público infantil; A ASA; O MELRO; A SÁTIRA; O BALUARTE e O BIJOU.
Em 1905 foi a vez de O AGRÁRIO, de Francisco Perlingeiro, órgão do partido político do Clube Agrícola de Miracema, que era editado na Fazenda do Tyrol, em Venda das Flores. Contribuiu muito com as classes produtoras e com o progresso da região. Em 1907, saía aos domingos O ARAUTO. Depois vieram O CORREIO DE MIRACEMA, de Clenório Bastos; O MUNICÍPIO; A NORMA (1909); O BLOCO (1915), de Lucas Damasceno e Lino Alves; A VERDADE, de Lauro Martins e Contran de Carvalho; A GAZETA DOS NAMORADOS (1923), jornal humorístico da mocidade miracemense; A NOVA PHASE (1925), de Barroso de Carvalho e Antero Perlingeiro. Também em 1925 surgiu o LIBERTAS, de Melchíades Cardoso - órgão do Partido Separatista de Miracema, que acompanhou passo a passo a campanha separatista de 1925 a 1934.Surgem ainda O REBATE (1926), de Sinval Bernardino de Barros, que se propunha a defender os interesses do município de Pádua; MIRACEMA ILUSTRADA (1927), de Bruno de Martino; O PAPAGAIO (1928), de Jamil Félix, David Chacar e Miguel Barros - órgão de críticas leves e humorismo fino; O JAZZ (1928), de Wady Miguel - órgão de propriedade da elite miracemense; MIRACEMA SPORT (1929), de José Naegle, Dyrcêo Braga e Fued Damian; A MARRETA (1929), de Miguel Barros, Euclydes Jannotti, Manoel Moraes Mattos e Benedito Alves da Silva - órgão crítico, humorístico e noticioso; O ESTADO DO RIO, de Bruno de Martino; O DIÁRIO DE MIRACEMA, de Altivo Linhares e Bruno de Martino; O LIBERAL (1931), de Altivo Linhares - órgão dos Legionários de 1930; O BRASIL DE AMANHÃ, de Arthur Pinto Júnior e Othério Andretti - órgão da mocidade miracemense; A COISA (1931), órgão crítico da mocidade miracemense; MIRACEMA JORNAL (1933), de José Naegle; CORREIO DO POVO (1935), de Bruno de Martino; A DEFESA (1937), de Paulino Machado - jornal manuscrito - pagava-se a locação pela leitura (2 réis); ESTADO NOVO, de Humberto de Martino, posteriormente dirigido por Danilo Cardoso; JORNAL DE MIRACEMA (1949), de Antonio F. Carvalho; O LIBERTADOR (1953), de Altivo Linhares - órgão do Partido Libertador; O MOMENTO DE MIRACEMA (1971), de Édson Monteiro de Barros; O PORTA-VOZ (1979), de Geraldo Ivan Andrade, atualmente dirigido pelo jovem Júlio César Moreira Santos; DOIS ESTADOS, de Laelson Marques de Barros; O TEMPO, de José Renato Martins Mercante, e finalmente PÁGINA UM, de Marcelino Alvim Tostes."
Miracema conta ainda com o jornal Liberdade de Expressão.

Esse texto foi escrito por Marcelo Salim de Martino, publicado no Jornal "Pagina Um", do saudoso Marcelino Tostes. A última frase foi incluída posteriormente. Veja o que nos disse o próprio diretor do jornal, Marcelino:

"Devo isto ao grande amigo Marcelo Salim de Martino, administrador desta importante instituição, o Centro Cultural Melchíades Cardoso. Sem ele, nada disto não seria possível." Marcelino, 14/02/2007.


"Como se pode notar, todo e qualquer meio de comunicação sempre age movido por interesses, sejam eles pessoais, políticos, ideológicos (É o quarto poder), assim como o Legislativo, Executivo e Judiciário também agem!

Espero que o texto acima não leve a polêmicas, mas sim, ajude a enriquecer o resgate da história de nossa 'terrinha'."



Imagens e texto direto do "Baú do Marcelino", fotografias enviadas pelo colaborador vagalume Carlos Sérgio Barbuto.

Postagem original de 05-set-2009. Hoje publicamos novamente em comemoração ao Dia do Jornalista.

Aproveito para homenagear o amigo Carlos Ferreira, Larissa Mercante e Giovanni Guedes Lettieri

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