Na imprensa:
"Irã, Brasil e Turquia assinaram nesta segunda-feira um acordo para a troca de urânio iraniano por combustível nuclear enriquecido a 20% em território turco, com o objetivo de superar a crise provocada pela política de enriquecimento de urânio de Teerã.
O acordo foi assinado pelos ministros das Relações Exteriores dos três países na presença dos presidentes iraniano, Mahmud Ahmadinejad, e brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan.
O projeto, resultado da mediação do Brasil, foi elaborado ao fim de 18 horas de negociações."
Essa é a terceira postagem do blog sobre o tema. Muito se discutiu, muito se criticou e ao final o Brasil mostra que nossa diplomacia evoluiu e evolui a cada dia. Para essa blogueira é muito claro que o debate envolvendo o Irã e a segurança nuclear, além de muito sério, mostra um certo anacronismo imperialista por parte do governo americano. O que agora estão chamando de 'ceticismo'.
Hoje, no mundo globalizado em que vivemos, muitas mudanças ocorrem e até mesmo as antigas relações autoritárias e dominadoras 'bushinianas' terão de ser revistas. E prova disso, é a 'maior vitória da diplomacia brasileira', representada pela conquista de um acordo entre Irã e Turquia, sob a mediação brasileira.
Jornais do mundo inteiro noticiam o acordo como uma vitória e apesar de haver ainda o tão falado 'ceticismo', após negociações que duraram cerca de 18 horas, entre Lula e os líderes iranianos, o acordo que muitos duvidavam que iria sair aconteceu! Apenas a França, a Rússia e a Turquia, com 'ceticismo', apoiaram a tentativa brasileira. Em reunião em Moscou, Lula disse que havia 90% de chances de se conseguir um acordo com o Irã; mas o líder russo, 'cético', cauteloso, corrigiu: '30% de chances apenas'.
Essa é 'a maior vitória da diplomacia brasileira', como disse ontem o nosso colaborador vagalume e sociólogo, Rudá Ricci, no Twitter, ao saber da possibilidade do acordo. Como foi confirmado pelos jornais, a vitória se concretizou. A diplomacia brasileira vem mostrando sua capacidade com lastro no crescimento do país, na importância que temos assumido no mundo como um todo, como potência regional e, alguns ainda dizem, potência global. Recentemente, o Brasil conseguiu perante a OMC (Organização Mundial do Comércio) a autorização de impor sanções a importações americanas que gozam de subsídios, como é o caso do algodão. Esse pleito estava há 9 anos no organismo sem solução.
O joguinho de War dos americanos encontra agora outras estratégias, outras regras e esperamos que isso mude para melhor.O que parece ser preocupação com a segurança nuclear pode estar maquiando outras intenções. É preciso cuidado.
Assisti há pouco à entrevista feita com o embaixador Antonio Salgado, que é embaixador do Brasil em Teerã, capital do Irã. Sugiro que assistam para entender melhor o que é o Irã e o que representa essa vitória brasileira. A entrevista foi realzada por Demarchi para o Blog do Nassif. Assita-a aqui.
Em todos os organismos internacionais, os Estados Unidos da América, como potência econômica que sempre foi, goza de participação importante, estratégica e com grande poder de voto. É natural, que superar essa barreira é difícil. O que importa é que as mudanças que vêm ocorrendo, especialistas chamam de uma 'nova ordem mundial', poderão em muito reduzir esse autoritarismo.
2 comentários:
Mais uma prova de que a política americana de tacar bomba primeiro e depois invadir o pais com a desculpa que vai ajudar a população a se libertar está errada.
Depois dizem que o Lula não faz nada.
Posso estar errado, mas considero que o Brasil evoluiu mito nesses anos de governo do PT, principalmente assumindo um lugar no mundo que deveria ser seu à muito tempo, mas que por covardia, não assumimos por muito tempo.
Creio que será necessária uma quarta postagem, depois do anúncio do Irã - após o extraordinário negociador de reajustes salariais no ABC ter deixado Teerã - de continuar a enriquecer urânio a 20% em seu território.
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