Pamella Lima , Jornal do Brasil
RIO - Estudo realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abelpe) apontou que o brasileiro já produz a mesma quantidade de lixo que os europeus. Segundo o Panorama dos resíduos sólidos no Brasil de 2009, a média de geração de lixo no país atingiu a marca de 1,152 quilo por habitante ao dia. A dos países da União Europeia é de 1,2 quilo/dia.
O problema é que quase a metade do lixo coletado não alcança um destino final adequado. Os números da pesquisa apontam que a situação do estado do Rio de Janeiro é crítica, onde 36% dos resíduos sólidos não têm tratamento apropriado. Mais que em São Paulo, por exemplo, cuja taxa é de 24%. Os efeitos disso são doenças e contaminação do solo e do ar.
Iniciativas
Iniciativas privadas têm usado uma proposta que combina tratamento ambientalmente correto e economicamente viável.
– Dá para se tirar muitos benefícios do lixo. No futuro, teremos um colapso energético, por exemplo, e uma das soluções está justamente no que vem sendo desperdiçado – alerta Dirceu Pierro Junior, biólogo e diretor comercial da empresa Estre Ambiental, uma das responsáveis pelo centro de tratamento de resíduos que será inaugurado em agosto em Itaboraí, nos moldes de um existente em Paulínia.
Em uma área de 2,7 milhões de metros quadrados projetado para atender as necessidades dos municípios do Leste Fluminense, o centro terá capacidade para receber, por dia, cinco mil toneladas de resíduos. Ao contrário dos depósitos de lixo tradicionais, este terá coleta seletiva e reciclagem de escombros, sistema em que entulhos são triturados e transformados em matéria prima para a construção civil. Também tratará terra contaminada por resíduos industriais.
O processo funciona da seguinte forma: coloca-se uma manta impermeabilizante para proteção do solo entre as camadas de terra que cobrem o lixo despejado. Com a decomposição, um sistema de tubulação recolhe o chorume até um reservatório para filtragem, onde será tratado e transformado em água para ser reutilizada para limpeza urbana, por exemplo.
Outro tubo transportará o gás metano produzido pelos resíduos para ser queimado e gerar, como subprodutos, água e dióxido de carbono, menos prejudicial para o efeito estufa do que o metano. Com a redução das emissões, obtém-se créditos de carbono que podem ser comercializados, de acordo com o projeto aprovado pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), previsto no Protocolo de Kyoto.
Recuperação do entorno é fundamental, diz especialista
Apesar de a produção de biogás ter o potencial de gerar receita por meio da venda de energia e transferência de créditos de carbono, diminuir os custos de operação e manutenção do aterro e representar uma alternativa ao sistema global de manejo do lixo, é preciso alguns cuidados.
– Deve haver um plano de recuperação ambiental constante no entorno, de forma a causar o menor impacto ambiental possível, a médio e longo prazo – explicou Cláudio Mahler, professor de engenharia da Coppe. – Aterros sanitários são passíveis ambientais e os custos de monitoramento e recuperação têm que ser assumidos pelos que geram os resíduos, e não pelas gerações futuras.
A duração média de um aterro sanitário pode chegar a 30 anos, segundo o especialista da Coppe.
17:57 - 12/06/2010
Do JB: acesso aqui.
RIO - Estudo realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abelpe) apontou que o brasileiro já produz a mesma quantidade de lixo que os europeus. Segundo o Panorama dos resíduos sólidos no Brasil de 2009, a média de geração de lixo no país atingiu a marca de 1,152 quilo por habitante ao dia. A dos países da União Europeia é de 1,2 quilo/dia.
O problema é que quase a metade do lixo coletado não alcança um destino final adequado. Os números da pesquisa apontam que a situação do estado do Rio de Janeiro é crítica, onde 36% dos resíduos sólidos não têm tratamento apropriado. Mais que em São Paulo, por exemplo, cuja taxa é de 24%. Os efeitos disso são doenças e contaminação do solo e do ar.
Iniciativas
Iniciativas privadas têm usado uma proposta que combina tratamento ambientalmente correto e economicamente viável.
– Dá para se tirar muitos benefícios do lixo. No futuro, teremos um colapso energético, por exemplo, e uma das soluções está justamente no que vem sendo desperdiçado – alerta Dirceu Pierro Junior, biólogo e diretor comercial da empresa Estre Ambiental, uma das responsáveis pelo centro de tratamento de resíduos que será inaugurado em agosto em Itaboraí, nos moldes de um existente em Paulínia.
Em uma área de 2,7 milhões de metros quadrados projetado para atender as necessidades dos municípios do Leste Fluminense, o centro terá capacidade para receber, por dia, cinco mil toneladas de resíduos. Ao contrário dos depósitos de lixo tradicionais, este terá coleta seletiva e reciclagem de escombros, sistema em que entulhos são triturados e transformados em matéria prima para a construção civil. Também tratará terra contaminada por resíduos industriais.
O processo funciona da seguinte forma: coloca-se uma manta impermeabilizante para proteção do solo entre as camadas de terra que cobrem o lixo despejado. Com a decomposição, um sistema de tubulação recolhe o chorume até um reservatório para filtragem, onde será tratado e transformado em água para ser reutilizada para limpeza urbana, por exemplo.
Outro tubo transportará o gás metano produzido pelos resíduos para ser queimado e gerar, como subprodutos, água e dióxido de carbono, menos prejudicial para o efeito estufa do que o metano. Com a redução das emissões, obtém-se créditos de carbono que podem ser comercializados, de acordo com o projeto aprovado pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), previsto no Protocolo de Kyoto.
Recuperação do entorno é fundamental, diz especialista
Apesar de a produção de biogás ter o potencial de gerar receita por meio da venda de energia e transferência de créditos de carbono, diminuir os custos de operação e manutenção do aterro e representar uma alternativa ao sistema global de manejo do lixo, é preciso alguns cuidados.
– Deve haver um plano de recuperação ambiental constante no entorno, de forma a causar o menor impacto ambiental possível, a médio e longo prazo – explicou Cláudio Mahler, professor de engenharia da Coppe. – Aterros sanitários são passíveis ambientais e os custos de monitoramento e recuperação têm que ser assumidos pelos que geram os resíduos, e não pelas gerações futuras.
A duração média de um aterro sanitário pode chegar a 30 anos, segundo o especialista da Coppe.
17:57 - 12/06/2010
Do JB: acesso aqui.
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