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domingo, 10 de outubro de 2010

OS NÚMEROS E O NOBEL DA PAZ

Em vários debates falou-se de números. Lembro-me de William Bonner e sua mulher Fátima, na entrevista que fizeram a Dilma Rousseff no Jornal Nacional, terem massacrado a candidata, a despeito do tratamento mais ameno com os outros. Uma das perguntas que Bonner fez à Dilma era sobre o crescimento do PIB no Brasil. Ele se referiu aos Brics (principalmente à China) e aos países da América Latina, dizendo que o Brasil crescia menos que alguns países.Fato curioso é que o jornalista deveria estar com os dados na mão e as perguntas prontas. 
Recentemente, foi divulgado no JB Digital, dados da Cepal que traduzem o seguinte:
O Brasil lidera o crescimento econômico que os países da América Latina e do Caribe têm registrado após saírem da crise mundial que atingiu as nações da região. 
A previsão de crescimento do país para este ano é de 7,6%.
"O crescimento é mais alto do que se previa. Mas o desempenho é muito heterogêneo na região. Destacam-se os países do Mercosul e aqueles Estados que tiveram maior capacidade de implementar políticas públicas", afirmou Alicia Bárcena, secretária-executiva da Cepal.
Já com relação à China, que é o país que mais cresce no mundo, há vários fatores negativos que não são observados no cálculo do crescimento. Ao contrário, o Brasil tem evoluído em fatores sociais e democráticos. Exemplo disso é o caso do Nobel da Paz, que retrata as condições sociais em que vive o país que mais cresce no mundo. Segundo a revista Época, o ativista chinês sequer sabia do prêmio, soube depois através dos seguranças, pois está preso e é considerado um dissidente.
O ativista preso Liu Xiaobo chorou ao saber que foi agraciado com o Nobel da Paz e dedicou o prêmio aos "mártires da Praça da Paz Celestial", em referência ao massacre de estudantes que pediam reformas democráticas na China cometido pelo Exército do país, em 1989.
A mulher o dissidente, a poetisa Liu Xia, comunicou a informação neste domingo depois de um encontro que teve com o marido na prisão de Jinzhou, em Liaoning, onde ele cumpre pena de 11 anos por ter redigido um manifesto que reivindicava reformas democráticas em seu país.
Liu Xia, que está sob prisão domiciliar, disse que os guardas da prisão informaram a seu marido sobre a decisão do júri do Instituto Nobel Norueguês no sábado. Ao retornar a Pequim, a poetisa, que se casou com Liu Xiaobo em 1996, enviou mensagens através de seu Twitter.
A mulher do Nobel está sob prisão domiciliar mesmo não tendo cometido nenhum crime, segundo a ONG Freedom Now, grupo de advogados internacionais especializados em direitos humanos que se ocupa do caso de Liu Xiaobo. "Liu Xia está recebendo uma enorme pressão", disse Yang Jianli, um dos membros da ONG. "Esperamos que os líderes mundiais condenem este vergonhoso ato do governo chinês e peçam a libertação imediata de Liu Xia". 
Na quarta-feira passada, a poetisa disse que não esperava que concedessem o Nobel a seu marido. Para ela, ele é um homem prestativo, doce e com um alto senso de responsabilidade social. 
O governo chinês reagiu à concessão do Nobel ao dissidente reforçando a vigilância sob a qual sua mulher vive desde dezembro de 2008. Foi neste ano que ele foi preso após assinar, junto com outros 300 intelectuais, o manifesto político "Carta 08", que pede a entrada em vigor de direitos constitucionais, como a liberdade de imprensa e de expressão e o pluripartidarismo. 
Após o anúncio do ganhador do prêmio, Pequim convocou o embaixador norueguês na China para expressar sua rejeição à concessão do Nobel da Paz a Liu Xiaobo e para dizer que as relações bilaterais entre os países poderiam sofrer as consequências dessa decisão. 
Além disso, o Governo impediu que a notícia aparecesse nas capas dos meios de comunicação do país, restringindo seu espaço a notas editoriais que definem Liu Xiaobo como um "criminoso", e a concessão do Nobel, um "absurdo". 
Embora a maioria de chineses nem saibam quem é Liu Xiaobo, a censura que o regime está exercendo sobre o assunto está despertando a curiosidade em muitos cidadãos da República Popular da China, onde as manifestações de estudantes da Praça da Paz Celestial que o intelectual liderou junto com outros ativistas até hoje é considerada um tabu.

É difícil avaliar um governo ou país só pelos números, não acham? O que pretendia a família Bonner?

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