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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

PRINCIPAIS ERROS DA CAMPANHA DE JOSÉ SERRA

Segundo matéria da BBC Brasil, divulgada pelo Portal Diap, o candidato tucano apresentou várias erros nessa disputa presidencial. O maior deles, com o qual compartilhamos, foi não se mostrar como oposição ao governo Lula, a começar pelo fato de não reconhecer ou não valorizar a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao seu lado. Além disso fez promessas que contrariavam o rigor fiscal, segundo analistas ouvidos pela BBC Brasil, como a 13ª parcela do Bolsa Família e o salário mínimo de R$ 600.
Os especialistas também citaram, entre o que consideram os principais erros da campanha do tucano, a demora de Serra em lançar-se candidato e a sua insistência em abordar temas morais e religiosos durante a disputa com Dilma Rousseff, do PT.
Para Pedro Bahia, cientista político da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Serra cometeu um grave erro ao "criar o conceito do pós-Lula", apresentando-se como um candidato que daria continuidade ao governo atual.
"Se é para ser continuidade, a tendência é que o eleitor vote em quem o Lula indicar. Se queria ganhar, Serra tinha de se assumir como opositor", diz Bahia.
O Consultor em Marketing Político, Carlos Manhanelli concorda e diz que o tucano deveria ter se apresentado "como alguém que resolveria os problemas que Lula deixou". Ele diz ainda que o tucano demorou para sair às ruas - lançou sua candidatura em abril deste ano e só começou a viajar pelo país em campanha em julho.
Neste domingo, o senador e presidente do PSDB, Sérgio Guerra, defendeu que o partido lance seu próximo candidato à Presidência com dois anos de antecedência, em 2012.
A professora de ciências políticas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Helcimara Telles avalia que, além de afastar eleitores, as promessas de Serra alijaram o mercado.
Ela também acha que, ao trazer para o debate questões morais, Serra permitiu que o PT atraísse setores que ainda não estavam participando da campanha, como os intelectuais.
Telles diz ainda que os esforços da campanha tucana em apresentar Dilma como uma mulher sem atributos pessoais para presidir o país tiveram um "efeito bumerangue".
Embora divirjam sobre o impacto dos resultados deste pleito para o PSDB, a maioria dos analistas consultados pela BBC Brasil considera que o partido terá de se reformular. 
Para Carlos Manhanelli, o partido terá de "formar novas lideranças com discurso de oposição". Ele crê que, por causa da idade (68 anos), Serra dificilmente poderá disputar a próxima corrida presidencial.
Helcimara Telles avalia que o PSDB terá de optar por uma das alternativas para manter sua influência: "ou se assume como um novo partido de direita - e as eleições mostram que há espaço para a direita no Brasil -, ou se refaz, já que disputar o posto de partido de centro-esquerda com o PT se provou inviável".
Apesar da conquista de oito governos estaduais, Pedro Bahia crê que o partido sai das eleições enfraquecido no plano nacional, com a perda de cadeiras no Senado e na Câmara.
Ele acredita que Aécio Neves, ex-governador de Minas Gerais e senador eleito, desponta como a principal liderança da oposição no governo Dilma, mas não crê que o mineiro vá continuar no PSDB devido a disputas internas.
Para Maria do Socorro Sousa Braga, caso prossiga na sigla, Aécio terá de disputar a liderança do PSDB com o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, "que também sai fortalecido desta eleição". 

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