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sábado, 15 de dezembro de 2012

MIRACEMENSE É DESTAQUE NA MINISSÉRIE GLOBAL "SUBURBIA"

Maria Salvadora, miracemense. Fonte: Site Museu da Pessoa - http://www.museudapessoa.net/suburbia/tema_religiosidade_maria_salvadora.php
O blogue tem o maior interesse e satisfação de divulgar o sucesso dos miracemenses por todos os cantos do mundo. Dessa vez, o leitor vagalume Kvari, enviou essa surpresa para o blogue, que não conhece a atriz e nem sabia que era miracemense. A matéria divulgada na página da Rádio Itaperuna FM, dá conta de que a atriz Maria Salvadora que encarna o papel de Margarida, a mãe de Cleiton (Fabrício Boliveira), na minissérie Suburbia, da Rede Globo de Televisão nasceu em Miracema e saiu de lá aos 5 anos de idade. 
O vídeo divulgado no youtube, Museu da Pessoa, apresenta uma entrevista com a atriz miracemense onde ela narra um pouco da sua biografia, inclusive o fato de ser miracemense e filha de paduanos. 




Como a Rede Globo bloqueou o vídeo, sugiro que leitura do texto divulgado na página da Rádio Itaperuna FM, que pode ser acessada aqui.

Mais informações:


É óbvio que a nossa geração e a nossa raça, traz muita coisa da África. Então, eu tenho um conhecimento, eu conheço a coisa de lá. Por exemplo, eu sei que meu avô foi curandeiro; a minha avó era índia, aquele cruzamento que tem das raças. Eu sei que a minha mãe tinha um certo conhecimento também de Umbanda e, depois, ela meio que me encaminhou pela linha católica. Eu fiz primeira comunhão. O que era o caminho "normal". Por exemplo: meus irmãos nasceram em casa; eu fui a única pessoa que nasceu no hospital. Eu nasci no Hospital de Miracema. Então, ali era de freiras e eu fui batizada, crismada e consagrada; era o kit completo. Que já chegavam outras pessoas e eles meio que faziam tudo pra não ter erro. Como eu nasci anos depois eu ia chamar Salvadora. Aí sugeriram: por que não colocar Maria Salvadora? Antes de eu me tornar atriz, eu não conseguia levar o meu nome de Salvadora. Tem pessoas que me conhecem como Mariazinha, porque Salvadora é um nome forte. "Vem cá, Salvadora!" e eu olhava como que não era comigo; era Mariazinha. Quando eu entrei pro teatro meio que esse Salvadora tomou força. (Por Maria Salvadora, do site Museu da Pessoa)
A História de Maria Salvadora, por ela mesma, divulgado no site do Museu da Pessoa:

Minha mãe teve cinco filhos, sendo que quatro homens, e eu sou a única menina. Nasci16 anos depois, então eu sou temporão; super paparicada. Vivi numa fazenda em Cataguases e quando eu fiz cinco anos de idade minha mãe veio para o Rio de Janeiro, só comigo e com meus irmãos, e aqui eu deslanchei minha vida. Minha mãe é aquela pessoa que se chama de “mão de fada”, que cuidava de uma fazenda, cozinhava super bem, sabia fazer sabão, manteiga; muito afetuosa, muito carinhosa, mãezona... Eu não herdei esse dom, sério! Depois ela resolveu vir pro Rio de Janeiro pra ter uma nova chance.
Meu pai, pelo que minha mãe contou, era músico, daí essa coisa minha de gostar de cantar: Tem uma coisa musical grande dentro de mim. Sou aquela pessoa que se você me cutuca eu já acordo cantando. Já está no meu DNA. E meus irmãos tocavam violão, então eu sou uma criança que consegue cantar as músicas antigas da época áurea. E eu era coisa fofa, uma pitoca dentro de casa. Aquele bando de grandalhões que eram os meus irmãos, com uma diferença de 16 anos... Me protegeram muito. Fui criada como uma princesa, num mundo cor de rosa, cresci muito segura. Eu fazia questão de estar sempre bonita, bem. Mesmo pequenininha eu era vaidosa demais.

A nossa geração e a nossa raça traz muita coisa da África. Eu sei que meu avô foi curandeiro; a minha avó era índia, aquele cruzamento. Eu sei que a minha mãe tinha um conhecimento de Umbanda e depois ela meio que me encaminhou pela linha católica. E a minha mãe colocou na minha vida o seguinte: se você estudar você chega em algum lugar. Então eu tinha que estudar pra ser diferente de todo aquele universo ao meu redor. Mas eu tirava acima de nove no ano inteiro, e dois em comportamento, porque eu era um azougue. Qualquer tipo de ilê, bagunça,
farra, eu estava envolvida. Eu fiz Dança Contemporânea, fiz Ginástica Rítmica e quando eu saí da ginástica fui fazer Balé Clássico. Eu queria ser bailarina, só que a vida da bailarina é curta. Aí fui estudar canto, e depois falei que eu queria ser atriz. Por isso que eu falo que eu sou atriz, cantora e bailarina. Consegui unir essas três artes, que é o que me facilita.
Estrei em 83 num musical chamado “Vargas”, e tive a oportunidade de trabalhar com um grande ator cômico que é o Grande Otelo Eu estreei com Paulo Gracindo, Grande Otelo, Isabel Ribeiro, Milton Gonçalves! E eu era uma guria de 13 anos. Trabalhei na Ópera “Aida”; fiz a Ópera “Porgy and Bess”, no Teatro Municipal... E teve uma época na minha vida que eu era ginasta, e convivia com um universo de búlgaras, húngaras, não sei que, e eu queria chamar “Radovalas Maria” que seria Salvadora de traz pra frente, pra eu me considerar uma russa. Aí veio aquele mulatão e disse: “Não pode, Maria Salvadora!” Você tem que aceitar seu nome de
Maria Salvadora. Hoje em dia eu amo meu nome. Salvadora é um nome forte, bonito. Eu engrenei pela parte da ginástica, competi como ginasta nessa fase de 15 pra 16 anos, porque como eu sempre tive muita flexibilidade... Depois virei árbitro nacional, selecionava as atletas para Olimpíadas.

Tinha uma época que Lupe Gigliotti tinha um grupo de teatro, e fazia peças infantis em aniversários. Eu comecei a trabalhar com peça infantil, depois fui fazer a CAL, me formei e deslanchei na minha carreira. O primeiro Teatro que eu fiz legal foi com o Moacyr Goés, “Baal”. Fiz “Fausto”, “A Serpente”; “Fedra”, “Balé Carmem”... Cada ano eu tava com um diretor, porque com essa coisa de eu cantar, dançar e interpretar fica fácil de me pegarem! Eu sempre falei que eu queria ser a Marília Pêra negra. Canta, dança e interpreta!: Botei isso na minha cabeça e corri atrás desse resultado.

Na TV trabalhei no seriado “Mulher”, fiz participações em “A Favorita”; “Maysa”, e agora que eu tô voltando com essa minissérie que pra mim é tudo! É fantástica essa personagem, Margarida, tô apaixonada! Na casa dela tem Tim Maia, James Brown... Uau! Com esse universo musical que eu tinha na minha infância. E a Margarida criou seu filho com todo amor porque o marido a abandonou com esse filho no ventre. E se o filho estava sorrindo, ela estava sorrindo; se ele não estava em casa, ela ficava em casa, prostrada, janela fechada. Ela é uma mulher muito densa!
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