Segundo matéria do jornal O Globo, da autoria de Henrique Gomes Batista, enviado especial, "o Rio de Janeiro ainda está ameaçado por outras 12 barragens de rejeitos de Minas Gerais, que estão próximas a rios da bacia do Paraíba do Sul. O governo mineiro garante que não há riscos de novos acidentes, mas o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) do Rio teme novos desastres ambientais."
A matéria se refere a 22 bilhões de litros de rejeitos nessas 12 barragens. A maior parte delas está com rejeitos de bauxita e fica em Itamarati de Minas, Juiz de Fora, Miraí, Mar de Espanha e Descoberto. O que aumenta ainda mais a preocupação da população fluminense, segundo a matéria, é a falta de dados sobre as represas, nem mesmo a Agência Nacional de Águas (ANA) sabe exatamente a situação delas. Soma-se a isso, o histórico de incidentes ocorridos desde o grande acidente ocorrido em Cataguases-MG, no ano de 2003.
Um estudo realizado na UENF (Universidade Estadual do Norte Fluminense) sobre os Impactos Ambientais do Acidente da Cataguases, trata do "que veio a ser conhecido internacionalmente como o maior incidente de poluição fluvial causado por uma industria de celulose no mundo ocorreu no dia 29 de março de 2003 no município de Cataguases (MG), quando um reservatório de substâncias tóxicas mantido pela Industria Cataguazes Papel rompeu-se por causa de seu péssimo estado de conservação; despejando cerca de 1.2 bilhões de litros de dejetos químicos no Rio Pomba, um dos maiores afluentes da porção media do Rio Paraíba do Sul. A mancha tóxica que foi liberada no Rio Pomba atingiu rapidamente a calha principal Rio Paraíba do Sul, atingindo sete municípios fluminenses que juntos possuem uma população estimada de 600.000 habitantes" (Postagem deste blogue aqui).
Conforme outra postagem deste blogue (aqui), a partir de informação do secretário Carlos Minc, houve outros eventos de contaminação após esse incidente enorme de 2003 e "Cataguazes não é a única, há + 8 casos. Rio Pomba não é única vítima. Há + 12 rios envenenados. RJ não é única vítima, em 2007 litoral do ES foi afetado". Ainda conforme a matéria de O Globo, "Esse não foi o único caso: em Miraí, uma barragem de rejeitos de bauxita, que já havia vazado em 2006, se rompeu em 2007, matando peixes e arrasando propriedades rurais da cidade e da vizinha Muriaé. E as barragens de lignina de Cataguases quase romperam novamente em 2009, o que poderia ter jogado de uma vez 1,4 bilhão de litros de rejeitos no Paraíba do Sul. Essa situação emergencial forçou uma solução inédita: a liberação controlada de efluentes sem tratamento no rio para esvaziar as duas represas, operação concluída em agosto de 2012."
Segundo outra postagem deste blogue (aqui), este último caso citado por O Globo tem a ver com o novo vazamento em Cataguases que afetou o Rio Pomba. O pior de tudo é que a contaminação foi AUTORIZADA pela Agência Nacional de Águas (ANA). Segundo o jornal "O Globo" da época, a ANA deu a outorga para o despejo em pequenas quantidades, cem metros cúbicos por hora, no Rio Pomba. E depois mandou reduzir o fluxo para 30 metros cúbicos por hora. Conforme os jornais divulgaram, as autoridades liberaram o fluxo controlado a fim de evitar um rompimento da barragem, que poderia provocar novo incidente como o ocorrido em 2003 e julgam bem sucedida a operação.
O rio Pomba é afluente do Rio Paraíba do Sul e abastece municípios da região Noroeste do estado. O reservatório da Cataguases tem um histórico de problemas ambientais. Ressalte-se que houve outro rompimento da barragem em 2007, com despejo de lama misturada com dejetos químicos do reservatório, como já destacado por O Globo.
Com informações a partir do blogue Miracema.RJ.
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