A foto, divulgada pelo blogueiro Tadeu Miracema, parece ser de meados da década de 1920, pela imagem dos carros e a rua ainda de terra, com poeira, já que o calçamento em Miracema se deu na gestão do subprefeito Antônio Ventura Lopes, por volta de 1926.
É a principal rua da Princesinha do Norte Fluminense, conhecida por Rua Direita, na altura da esquina com a atual Rua Coronel Josino, com exemplares de prédios maravilhosos de nosso centro histórico, tombados pelo município, na década de 1990 e também pelo ERJ, no ano 2009.
À esquerda, o prédio de esquina, hoje não existe mais, era residência e comércio do Sr. Chicralla Amim, que foi consumido por um incêndio na década de 1980. Lembro-me bem, apesar de ser criança na época, o dia em que acordamos assustados e as pessoas gritavam: fogo! fogo! Muita gente com balde de água tentando conter o fogo, mas foi em vão. Importante foi salvar a vida do proprietário. Naquele tempo corpo de bombeiros ainda era mais difícil do que hoje. Ao lado desse prédio, na porta larga, comercial, funcionou o Bar Leader.
No outro lado da esquina, o prédio onde residiu a família do Dr. Assed Kik, em cima, onde funcionou por muitos anos o tradicional Bar Kiskina. O prédio hoje está sendo reformado.
Outra curiosidade da fotografia é a fila de carros, todos iguais, que não se sabe dizer o que era: uma carreata, uma comitiva de personalidades importantes (proprietários de carro!), fila para a gasolina?
Os carros Ford todos iguais marcaram esse período da história da indústria automobolística mundial. Com o avanço da indústria, em 1909, o empresário Henry Ford adaptou as ideias de contagem de tempo do trabalho de Taylor e as adaptou para a indústria automotiva, Ford Motor Company, localizada em Detroit, nos Estados Unidos.
Ford introduziu técnicas para proporcionar uma produção rápida e barata. Ele introduziu a automotização do processo industrial. Características do Fordismo: padronização da produção, esteira rolante e linha de montagem, diminuição do tempo de montagem, divisão rígida de tarefa, barateamento dos produtos e produção em massa.
Por consequência, os carros e outros produtos fabricados sob o modelo fordista de produção, em grande quantidade, eram todos iguais, da mesma cor. Os carros todos pretos. Esse modelo acumulava grandes estoques, pela produção em massa e barata, o que gerou uma crise de superprodução. Por volta da década de1960-1970, o fordismo entrou e crise e foi substituído pelo toyotismo.
Para estudante há um vídeo legal sobre fordismo aqui.
Essa fotografia é parte do acervo da família de Clenório Bastos e consta do acervo do Centro Cultural Melchíades Cardoso, em Miracema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário