Armazenamento de Café na Estação Ferroviária em Miracema. |
Fonte: Jornal A Noite, 03-ago-1919. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/348970_01/15432.
Miracema e região eram grandes produtores de café e enviavam para exportação através da malha ferroviária.
A matéria do jornal carioca "A Noite", do dia 03-ago-1919, intitulada "As Estações da Leopoldina Abarrotadas. Transportes! Transportes! Os Agricultores de Miracema Reclamam", dá conta de que o Clube Agrícola de Miracema enviou ofício ao deputado Maurício de Lacerda, juntamente com a foto que inaugura essa postagem.
O ofício na íntegra está nas imagens de recorte do jornal. A seguir faremos uma síntese:
Em nome dos lavradores de Miracema, o Clube Agrícola pediu ao referido deputado que chame a atenção do governo para o desleixo criminoso da Leopoldina Railways. Informa que Miracema exportaria naquele ano 90 mil sacas de café, que aos preços da época 20 mil réis, correspondem a sete mil e duzentos contos de réis, dos quais a empresa ferroviária - Leopoldina - que cobra 48300 por saca, receberá para mais de 360 contos.
No entanto, a estação é esta porqueira (foto), que demonstra como não tendo, dentro do pardieiro, lugar para o café, este fica sujeito à chuva e ao tempo. Relata que há poucos dias, uma agente - Sr. Álvaro Pimentel - chegou aqui e querendo patentear sua boa vontade com o público, mandou fazer pilhas muito altas de café, que resultou no desmoronamento das pilhas sobre ele. Esse fato causou ao Sr. Pimentel fratura em três lugares na perna.
Muitas vezes, o povo revoltado intenta atear fogo no pardieiro, mas pessoas de responsabilidade aconselham calma e o uso de meios pacíficos para melhorar a situação de Miracema. Esse recurso tendo sido baldado, buscou-se o prestígio do deputado Maurício de Lacerda para que nosso maior produto tenha uma acomodação condigna com seu valor e a riqueza pública que representa.
Quem assina é o Presidente do Clube Agrícola de Miracema.
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