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terça-feira, 25 de agosto de 2009

SENADORA MARINA SILVA E A UTOPIA

A Senadora Marina Silva é, sem dúvida alguma, um símbolo da luta pela preservação ambiental e do desenvolvimento sustentável. Talvez só encontre paralelo no falecido ambientalista Chico Mendes. É hoje uma das personalidades mais respeitadas do Brasil. Foi filiada no Partido dos Trabalhadores desde a sua fundação há 30 anos. Acabou de deixá-lo e já anunciou que irá filiar-se ao Partido Verde no próximo dia 30. Foi ministra do atual governo por 6 anos e ao sair do partido afirmou reconhecer os avanços obtidos. Ao rumar para o Partido Verde, direcionou-se também a um objetivo que poderá alcançar ano que vem: conquistar a Presidência da República. Ao justificar o movimento que fez, a senadora disse que estava sentindo “falta de utopia”. Longe de querer achar que ela não deva procurar por utopia ou candidatar-se – até porque, todos sonhamos e, graças a Deus, vivemos em uma Democracia, onde todo cidadão pode se candidatar ao cargo que quiser. Mas vale a pena lembrar a composição do Poder Legislativo existente há muitos anos e que provavelmente continuará a existindo a partir de 2011: um Congresso Nacional dominado por um grande percentual de políticos fisiológicos. Só para lembrarmos: o sociólogo, professor e intelectual consagrado Fernando Henrique Cardoso foi eleito em 1994 e imaginávamos que quem estava no leme a partir de então saberia colocar em prática todo seu conhecimento em favor do Brasil. Mas, em primeiro lugar, um presidente para governar precisa de sustentação no Congresso Nacional, e é aí que está problema. FHC teve que se aliar ao então PFL – antigo PDS e ARENA, hoje Democratas-, para governar. Quer dizer, o PSDB do presidente FHC, um partido dito social-democrata, surgido de uma dissidência do PMDB – presidido pelo então Governador de São Paulo Orestes Quércia, com o qual seu grupo fundador não conseguia mais conviver-, tiveram de lidar com o que tinha de mais atrasado na política brasileira. Com o Presidente Lula e o PT não foi diferente. Em seu primeiro governo até tentou formar uma base com diversos partidos e deu no que deu em 2005: escândalo do mensalão que quase desemboca em seu afastamento da presidência. Depois da crise que passou e com a reeleição garantida em 2006, Lula e o PT aceitaram a realidade de ter que realizar um “governo de coalizão” junto ao PMDB e arcar com todos o ônus que isso implica. Por isso fico a imaginar qual seria a base congressual de um eventual governo Marina Silva!

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