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terça-feira, 13 de abril de 2010

SOLENIDADE HOMENAGEIA MORTOS NO HOLOCAUSTO NAZISTA

“Que se tenha o máximo de documentação – façam filmes, gravem testemunhos – porque, em algum ponto ao longo da história, algum bastardo se erguerá e dirá que isso nunca aconteceu”.

A frase, dita pelo comandante das forças aliadas na Segunda Guerra, Mundial, Dwight D. Eisenhower ao chegar ao campo de concentração de Dachau, na Alemanha, foi utilizada pelo deputado Gerson Bergher (PSDB) como síntese da solenidade que homenageou, nesta segunda-feira (12/04), os mortos no Holocausto Nazista. Para o parlamentar, a instrução dada pelo comandante americano em abril de 1945 se provou correta, porque, mais de 60 anos depois, o extermínio de mais de 6 milhões de pessoas pelo regime nazista ainda é questionado. “É o que estamos assistindo hoje, ouvindo o (presidente do Irã) Mahmoud Ahmadinejad (...) Eisennhower tinha razão”, lamentou o deputado, que conduziu o evento na Assembleia Legislativa do Rio. Após a afirmação, ele projetou fotos dos campos de extermínio nazistas.
Jornalista e colunista do Jornal do Brasil, Villas-Boas Corrêa também defendeu que se mantenha viva a memória do genocídio – enquanto relatava sua ida, no início dos anos 80, ao campo de concentração polonês de Auschwitz. Revelando existência, no local, de instrumentos e objetos intocados, como uniformes utilizados pelas crianças aprisionadas, ele afirmou: “Nada é mais repulsivo do que esta segregação, esta violência. É uma coisa que o mundo não pode esquecer”, enfatizou. Seu colega Merval Pereira, colunista do jornal O Globo, analisou a questão do Irã, cujo presidente nega a existência do Holocausto. “Se Mahmoud Ahmadinejad nega o Holocausto e se prepara para fazer uma bomba atômica, dizendo claramente que pretende varrer Israel do mapa, fica difícil negar o risco que isso representa para todo o mundo”, alertou. O jornalista criticou a postura do presidente Lula. “Quando houve protestos contra a eleição fraudada no Irã, Lula tratou o assunto como uma disputa entre torcidas de futebol”, lembrou. “A questão dos direitos humanos não pode ser relativizada nem analisada com flexibilização”, argumentou.
Embora tenha tido homenagens predominantemente judaicas, como a reza do Rabino Stauber e o Hino de Israel, a solenidade deu voz a representantes de outros grupos perseguidos e mortos pelos nazistas. Conselheira da secretaria especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) da Presidência da República e presidente Fundação Santa Sara Kali, Mirian Stanescon Batuli aproveitou o convite para “romper o silêncio”. “Em se tratando do Holocausto, os ciganos são os esquecidos dos esquecidos”, lamentou, informando que, apenas em Auschwitz 20.933 foram mortos. “Estima-se que de 500 mil a um milhão de ciganos tenham sido dizimados”, disse ela, que se referiu ao judeus como irmãos. “Desde a infância aprendi a cultivar por eles o sentimento de gratidão. Ouvia que, não fosse o amor pela música e a solidariedade judaica, todos do meu povo teriam morrido”, explicou.
Representante das Testemunhas de Jeová, o professor de História Francisco Carlos esclareceu a principal razão da perseguição sofrida pelos adeptos da religião: A recusa em fazer a saudação nazista (o braço direito erguido acompanhado da frase ‘Heil Hitler’, que significa ‘salve Hitler’). “A saudação hitlerista tinha um significado insuportável para os Testemunhas de Jeová, que não poderiam fazer juramento a um homem. Apenas a Deus”, argumentou. O Holocausto também perseguiu e matou doentes mentais, comunistas, negros e homossexuais.
Durante a sessão, representantes da comunidade judaica acenderam seis velas, representando as mais de seis milhões de mortes no Holocausto. Entre eles, Maria Efremovid, de 94 anos, sobrevivente dos campos de Bergen-Belsen e Auschwitz. Também estiveram presentes a vereadora da capital Teresa Bergher e o deputado federal Marcelo Itagiba, ambos do PSDB.

Por Fernanda Porto da Assessoria de Comunicação da Alerj.

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