JAPÃO TERÁ QUE DEFINIR FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA!
(Trechos do artigo de Monica Baumgarten de Bolle - Folha de SP, 17).
O Japão terá de encontrar fontes alternativas de energia, adicionando à demanda global por petróleo e derivados o peso da terceira maior economia do mundo. Além disso, o país terá, temporariamente, uma demanda de energia superior à que prevalecia antes do terremoto devido à reconstrução. Por fim, o drama japonês expôs, mais uma vez, o potencial catastrófico dessa fonte de energia quando algo dá errado, levando vários países a reavaliar os seus planos de usinas nucleares.
USINAS NUCLEARES ALEMÃS E OS RISCOS NAS USINAS DE ANGRA-RJ!
1. Em 1989, um grupo de deputados e senadores brasileiros foi convidado a visitar as Usinas Nucleares da Alemanha, da Siemens. Pôde-se conhecer todo o sistema de segurança, desde a entrada, com identificação um a um, fora da usina, foto local, encontro em uma sala reservada, oferecimento de informações, e uniformização fechada e rigorosa antirradiação. No final, a entrega dos uniformes para incineração.
2. Depois, foi feita uma visita ao local de depósito de resíduos nucleares. A corte suprema alemã não havia ainda aceito como definitiva, mas autorizou provisoriamente. É uma antiga mina de sal. O grupo -por partes- desceu a mina num elevador por 800 metros de profundidade, altura do Corcovado-Rio.
3. As caixas de chumbo lacradas são colocadas no meio do sal. Esse se fecha em torno das caixas como pedras, obstruindo qualquer risco de contato com o ar. E assim mesmo a corte suprema de lá não considera um processo 100% seguro.
4. Uma vez de volta, foram visitar as Usinas Nucleares de Angra dos Reis-RJ. O acesso a elas foi direto, sem cuidados de identificação especial. Na mesma sala de recepção foram dadas informações e se vestiu o uniforme antirradiação. Foi feita a visita.
5. Mas o susto maior veio quando foi pedido para se conhecer a área de depósito de resíduos nucleares. São caixas de chumbo como na Alemanha, mas depositadas em prateleiras de um galpão como num supermercado. Este galpão fica a 200 metros do prédio da Usina e pode ser vista da Usina, diretamente.
6. No mínimo, caberia ao Congresso Nacional constituir, urgente, uma comissão especial e visitar esse depósito, ou outro local de depósito das caixas de chumbo dos resíduos nucleares.
7. A imprensa informou, ontem (16), que um tufão se aproximou do litoral do Rio. Se esse tufão atingisse a área da Usina, derrubaria, com um sopro, o armazém e espalharia as caixas, inclusive para o fundo do mar. Essa é uma situação extremamente grave que exige fiscalização e resposta, imediatas, por parte do Congresso. Lembre-se que são duas Usinas e mais uma em construção. E que o contrato de 1977 foi simplesmente prorrogado, portanto, com as mesmas condições estabelecidas na época.
2 comentários:
Amiga Angeline
Com o que ocorre no Japão é fora de dúvida a fragilidade em Angra dos Reis por mais que nos queiram enganar.
Contudo, o que reputamos mais importante é parar com esta loucura de geração com energia nuclear no Brasil, quando dispomos de fontes limpas e renováveis para isto em abundãncia, sem tais riscos, em rios, no mar, no vento, no sol, em vegetais etc. Que investamos sim na tecnologia a estas fontes e não a nuclear.
Abraços, saúde e Paz de Cristo.
Luiz Carlos/MPmemoria.
Concordo plenamente contigo, Luiz Carlos!
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