As postagens feitas aqui da autoria de Luiz Carlos Martins Pinheiros, engenheiro ferroviário, foram enviadas pelo autor, da mesma forma que para esse blogue, para alguns deputados e senadores. Luiz Carlos informou ao blogue hoje, que o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), aliado e fiel escudeiro de José Serra, enviou resposta a seus e-mails. Vejam:
Em resposta ao e-mail acima, o leitor e colaborador vagalume, Luiz Carlos respondeu:De parte do Senador Aloysio Nunes Ferreira recebemos:"Prezado Senhor Luiz Carlos,Incumbiu-me o Senador Aloysio Nunes Ferreira de agradecer seu e-mail.Inclusive no dia 16 de fevereiro, manifestou-se no Plenário do Senado Federal, destacando a inconveniência da obra. Seja pelo alto custo, seja pela baixa prioridade, seja pela carência de estudos técnicos e financeiros.Encaminho o texto do pronunciamento, para seu conhecimento, destacando, adicionalmente, que requereu na Comissão de Infraestrutura a realização de audiência pública para esclarecer detalhes do obra.Cordialmente,Nilson Rebello, Chefe de Gabinete"
Caro Sr. Nilson
Por favor transmita ao ilustre Senador Aloysio nossa satisfação com a atenção desta resposta, que comprova para nós dois fatos da maior valia: importância que dá ao assunto e o respeito pela opinião de um simples eleitor, que se dedicou à Engenaria Ferrovária, de 1961 a 1994, quando se aposentou a serviço do governo federal.Como se vê estamos de acordo em muitos pontos e respeitamos o direito de opinião contrária à nossa, mas, perdõe-nos não concordamos que problema tão relevante ao Brasil seja colocado a mero nível de disputa de oposição x situação.Como bem sabe, o interesse pela política de transportes no Brasil deve estar muito acima disto e estamos péssimos em transportes, com isto penalizando os nossos produtores e os nossos consumidores.É inadimissível a situação atual de nossas ferrovias, em geral, praticamente transformadas em meios de transportes apenas para cargas e ainda assim de grandes clientes. No longo e médio percurso o povo está expulso da ferrovia, quando na Europa, por exemplo, é tratado como seu mais importante usuário.Para se reverter isto não há solução sem TAV.Quanto a ser ou não oportuno e mesmo prioridade é perfeitamente discutível e é o povo que deveria isto dizer de maneira direta através do voto.Quanto a haver ou não parceria da União é mera questão de viabilidade econômica, o que cabe aos técnicos e cientistas, como lastro à decisão política. Efetivamente se queremos um TAV privatizado, temos que garantir potencialidades de lucro ao negócio, caso contrário não haverá interessado. As ferrovias assim nasceram e se desenvolveram no Brasil, no seu período áureo.Os argumentos apresentados até agora, tanto na defesa, como no ataque, não têm nada de técnico e muito menos de econômico.Nossos 81 anos de Brasil, nos convecem que se o TAV não for levado a efeito, nenhum real será acrescentado, de fato, a qualquer outro empreendimento.Desculpe-nos, mas nos parece que o parlamento está debatendo o assunto sem o indispensável suporte técnico e econômico. Está tratando o assunto apenas como uma disputa política entre maioria e minoria, cujo resultado não se ignora.Noticiou-se que hoje haveria a aundiência pública, mas não estamos conseguindo saber nada a respeito.*****
O objetivo do blogue em apresentar essa discussão, além da relevância do tema, é por termos a colaboração do experiente engenheiro Luiz Carlos, que tem contribuído brilhantemente para a melhor compreensão de tema tão importante. Assim o blogue entendeu por bem divulgar e compartilhar as informação com os seus leitores.
4 comentários:
Amiga Aveline
Muitíssimo obrigado. Sempre muito generosa conosco.
Em verdade mandamos nossas considerações a alguns senadores mais destacados, da maioria e da minoria, inspirados no que vimos nos debates a respeito na Câmara, pelo que não houve oportunidade para enviar a deputados.
Embora os costumeiros discursos conclamando manifestações dos cidadões, até agora este foi o único retorno que tivemos.
Pelo que se diz a matéria terá que ser decidida no Senado até quinta-feira e se alguma coisa lá se está fazendo não conseguimos saber.
Como de hábito, tudo idica que será decidida no dá ou desce, com rolo compressor para aprovar sem modificações, que impliquem no retorno à Câmara.
A minoria esperneará, apenas para marcar presença e a maioria tolerará com rédeas curtas, para parecer tudo muito democrático.
O que realmente importa acabará ficando como está, sem uma devida consideração por quem quer que seja.
Abraços,saúde e Paz de Cristo.
Luiz Carlos/MPmemória.
Amiga Aveline
Após uma audiência pública na véspera, que não conseguimos ver, ontem o Senado, como amplamente sabido deu AMEM ao TVA Brasil, criando mais uma mega estatal, para felicidade de muitos governistas desempregados ou subempregados.
O debate foi bem mais civilizado do que na Câmara, mas predominou a retórica contra e a favor, em geral com argumentos sem maior consistência técnica e econômico.
Algus até se aventuraram neste domínio, mostrando pouco ou nada saberem realmente. Até mesmo em termos de histório do TAV no mundo não mostraram bom conhecimento.
O mais curioso é que governistas votaram contra e inclusive foram a tribuna defender seus pontos-de-vistas.
Oposição informou que recorrerá ao STF.
Pelo que sabemos da história ferroviária, na Eurpopa e na Asia as ferrovias lá foram estatizadas desde antes da II Guerra Mundial e assim permanecem. Desta forma elas é que teriam desenvolvido a Engenharia Final aos seus TAV, com a participação da iniciativa privada na produção do material e equipamento especifico, bem como na execução das obras civis.
Quanto à exploração não sabemos da participação da inicitiva privada. Portanto cabe em última análise ao povo dessas nações o lucro ou prejuizo de seus TAV.
Contudo o Brasil parece-nos ter optado por uma solução inédita, ou seja da privatização do TAV Brasil, ficando à concessinária a Engenharia Final e assim na prática a deteção da tecnologia, a ser repassada à nova estatal. Para atrair licitantes oferece garantias financeiras. Assim se prejuizo houver este será nosso, também. Não esqueçamos que tecnologia não se passa apenas com documentos, mas fundamentalmente com cérebro humano.
Empresa estatal ferroviária brasileira vendendo tecnologia de TAV no mundo parece-nos coisa da Ilha das Fantasias.
O Japão para criar o primeiro TAV do mundo criou um órgão estatal de ciência e tecnologia ferroviária e não uma empresa estatal ferroviária, que já tinha e não se entrometeu em tal órgão.
A France isto fez através da SNCF e sua industria, mas já partiu do sucesso da experiência japonesa.
Nos parece as duas melhores tecnologias comprovadas à partida do TVA Brasil. Que não nos venham com apredizes de marinheiros, por mais tentadores que sejam.
Abraços, saúde e Paz de Cristo,
Luiz Carlos/MPmemória.
Luiz Carlos:
Pelo que vimos no jornal da noite, a empresa será "Empresa Estatal Trem de Alta Velocidade". Foi aprovada a MP que autoriza o BNDES a emprestar R$ 20 bi para o vencedor da licitação.
Curioso, que o jornal destacou trecho da apresentação do senador Aloysio Nunes e ele assim disse: "vamos investir nesse projeto, com dinheiro público, o que o país não investiu nas últimas 2 décadas - somando investimentos públicos e privados". Causou-me risos. Se vivemos num país sem investimento algum em ferrovias, apenas pequeníssimos e pontuasis (ex. Vale), como podemos ter por base análise de dados históricos recentes?
Amiga Angeline
A ferrovia no Brasil precisa de um milagre para que saia do túmulo em que se encontra.
Há um monte de propostas e sugestões para isto, mas quase todas que só agravaram o problema.
Não cabem mais as ferrovias ditas econômicas do Império e do início da República, que realmente nos permitiram o nosso passado ferroviário de tanta glória.
Ou se fazem ferrovias com base em estudos sérios, profundos e respeitáveis de viabilidade técinica e econômica ou é melhor não fazer nada.
Isto se iniciou no DNEF, contratando consultorias nacinais que se foram realizando e importantes trabalhos foram realizados como o que levou à construção da tal Ferrovia do Aço, desvirtuando o estudo original. Porém o DNEF foi morto em 1974, ficou sem sucessor e o trabalho foi arquivado. O grande pecado de então é que o transporte de passageiro foi pura e simplesmente descartado, devido a mentalidade reinante inclusive no meio técnico ferroviário, contra o que esperneiamos inutilmente.
Não compreendos importantes projetos de transporte público ferroviário sem passageiro.
No início o Japão cogitou de utilizar sua linha de TVA, também ao transporte de carga. A procura pelo TVA suplantou muito as previsões e tal idéia foi totalmente descartada.
Abraços, saúde e Paz de Cristo.
Luiz Carlos/MPmemória.
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