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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Censo 2011 revela as deficiências do Brasil em saneamento básico e a necessidade de mais investimentos

Publicado por Sylvia Miguel no Jornal da USP

Para suprir o déficit de saneamento básico no País, seriam necessários investimentos da ordem de RS$ 12 bilhões por ano, durante 20 anos consecutivos. Os cálculos foram feitos pelo professor Wanderley da Silva Paganini, do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, baseados nos dados preliminares do Censo 2011, divulgados no final de abril pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o especialista em saneamento, os números do Censo 2011 revelam uma situação “preocupante” no que diz respeito ao acesso à rede de coleta de esgoto e abastecimento de água no País.
“Falamos de cerca de 85% de cobertura da rede de esgotamento para o Estado de São Paulo, e ainda nos escandalizamos com esse índice, quando comparado aos países europeus. Mas esquecemos que no resto do País esse número cai para 50% em média. Há locais onde não há sequer coleta. Em Manaus, por exemplo, apenas 11% do esgoto é coletado, o que significa que quase todo o esgoto produzido permanece no meio onde as pessoas vivem”, afirma.
No meio rural, quase 40% não tinham banheiro de uso exclusivo no domicílio, entre a faixa de rendimento domiciliar mensal per capita de até R$ 140,00. Dos que possuíam banheiro no meio rural nessa faixa de renda domiciliar per capita, menos de 20% estavam ligados à rede geral de distribuição ou fossa séptica. No Brasil, do total de 57.324.185 domicílios pesquisados, 6,2% não possuíam banheiro de uso exclusivo (3.562.671).
Por outro lado, no meio urbano a situação se inverte. Em São Paulo, 86,79% possuíam equipamentos ligados à rede geral de coleta; no Distrito Federal, 80,58%; no Rio de Janeiro, 76,69%; e em Minas Gerais, 76,33% tinham equipamento sanitário ligado à rede de coleta.

Um comentário:

Luiz Carlos Martins Pinheiro disse...

Amiga Angeline

É uma realidade muito antiga que não se soluciona.

Insistimos que é indispensável que os municípios só aprovem loteamentos com os necessários projetos de infra-estrutura e que só licenciem edificações no mesmo quando a infra-estrutura esteja concluida.

Em boa hora a CE vem de se recusar a financiar imóvel em logradouro sem infra-estrutura.

Junto à nossa toca em Itaipu, foram feitos dois condomínio e para obter financiamento da caixa o resposável pelo mesmo teve que canalizar um trecho de vala em nossa rua. Só que não fazendo parte de um projeto global não passa de uma enganação.

Abraços, saúde e Paz de Cristo.
Luiz Carlos/MPmemória.

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