Arquivo VAGALUME

sábado, 23 de julho de 2011

RESTAURADA A ESTAÇÃO SÃO PEDRO DA ALDEIA

Foto: Arquivo MPMemória, cedida pelo autor do texto


Por Luiz Carlos Martins Pinheiro, engenheiro ferroviário.*

O IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional anuciou em 20/07/2011 a restauração da Estação de São Pedro da Aldeia, situada na Rua Teixeria Brandão, 137, com 110 m2, na Cidade de São Pedro da Aldeia, Região dos Lagos, RJ, na qual instalará seu escritório técnico ao atendimento dos 13 municípios daquela região e ao Nnorte fluminense.
Trata-se da estação da prmnitiva E. F. Maricá, sobre a qual nos conta a MPmemória - Volume V - Leopoldina:
"Nada sabemos quanto às origens e a implantação da E. F. Maricá, contudo impressiona-nos que tenha se justificado em sua época (década de 1910) e hoje não se justifique, diante do desenvolvimento, principalmente turístico que atingiu a Região dos Lagos, cujos acessos rodoviários tornam-se cada dia mais dispendiosos e de trânsito congestionado, o que jamais terá solução adequada sem o trem.
Serviu a localidades cada dia mais importantes, de tal zona oceânica do RJ, a saber:
· Neves (km 1,033, 3 m , ?) em Niterói (São Lourenço), RJ (contato com o Ramal de Niterói da Leopoldinacujo terminal siuta-se a l,033 km mais ao Centro da Cidade, hoje inoperante;
· Barreto (km 39,100, 9 m , 30/06/1929) em Niterói;
· Maricá (km 49,401, 5 m, ?);
· Sampaio Correia (km 83,280, 14 m, 01/05/1913);
· Bacaxá (km 100,776, 17 m , 04/08/1913) em Saquarema, RJ;
· Araruama (km 116,750, 3 m, 13/12/1913);
· Iguaba Grande (km 131,665, 4 m, 07/12/1914);
· São Pedro da Aldeia (km 146,879, 4 m, 11/09/1937);
· Cabo Frio (km 158,249, 4 m , 11/09/1937) 50 milhas náuticas do Rio de Janeiro e uma das primeiras feitorias da América Portuguesa.
Como se vê, no final da década de 1930, ainda, era importante à Região dos Lagos, além de servir a zona urbana de Niterói em franco desenvolvimento e já carente de eficiente serviço suburbano. Era uma viagem muito pitoresca e o mais importante meio de transporte à mesma, embora em bitola métrica, com locomotivas a vapor e carros de madeira, de tecnologia do tempo do início das ferrovias no Mundo. Contornar a Lagoa de Araruama era um encanto.
Passou pela Central do Brasil, na qual foi uma de suas filhas enjeitadas. Em geral, só se preocupava com sua bitola larga, ou seja, mais precisamente, com a Linha do Centro. Em 1960 já sob o manto da RFFSA (1957) passou à Leopoldina como autêntico abacaxi. Não teve melhor sorte. Com o inevitável desenvolvimento rodoviário perdeu, gradativamente todo seu apelo público. Diante de tanto desprezo dos poderes públicos, nos seus três níveis, pesando no combalido custeio da União à RFFSA, não se é de estranhar tenha acabo extinta, como tantas outras vias férreas brasileiras, em 1974.
Não sabemos o que mais dela o povo se interessou em preservar.
Foi substituída por moderna rodovia pavimentada a Amaral Peixoto (RJ-106) que a margeou, derivando em São Pedro da Aldeia para Campos dos Goytacazes. Outra mais moderna (BR-101) acompanhando a Leopoldina em adiantada duplicação, na qual se construiu a Ponte Rio-Niterói, também veio servir a Região dos Lagos através da RJ-124. Quantas mais serão necessárias, num futuro próximo? Não será de se pensar na volta à ferrovia, com o que ela tem hoje de melhor a oferecer. Já se cogita da extensão do metrô do Rio de Janeiro a Niterói e São Gonçalo, o que muito poderá facilitar uma nova solução ferroviária, muito mais eficiente que qualquer rodoviária poderá assegurar. Porque não se efetuar, pelo menos, um estudo de viabilidade econômica de como melhor se atender às futuras necessidades de transporte do Rio de Janeiro e Niterói, com a região em questão?"
Quem sabe não possa até fazer parte de um projeto mais audacioso para se restabelecer o transporte ferroviário de passageiros pelo litoral, com a mais moderna tecnologia, rapidez, conforto e segurança, ligando Rio/Niterói a Vitória, ES, via São Pedro da Aldeia e Campos dos Goytazes, retirando-os da rodovia e quiça da aerovia, com ramal para Cabo Frio?
Buscam-se fotos da extinta ferrovia, especialmento do que dela tenha restado, como é o caso da Estação São Pedro da Aldeia.

2 comentários:

Luiz Carlos Martins Pinheiro disse...

Amiga Angeline

Muito obrigado.

Ao nosso ver não é apenas história (a esta altura a notícia já é historia), mas uma sugestão ao futuro transporte ao longo da região litorânea muitíssimo povoada e que se povoa aceleradamente.

Já imaginou o que poderá ser deixar a rodovia e viajar num confortável trem, comendo e/ou bebericando, lendo, enfim divertindo-se, sem preocupação, em lugar de um ônibus ou de um automóvel?

Abraços, saúde e Paz de Cristo.
Luiz Carlos/Mpmemória.

Luiz Carlos Martins Pinheiro disse...

Amiga Angeline

Esta matéria está repercutindo bem.

Poderá dar bons frutos.

Abraços, saúde e Paz de Cristo.
Luiz Carlos/MPmemória.

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