A subsecretária de Estado de Vigilância em Saúde, da Secretaria de Estado de Saúde, Hellen Miyamoto, afirmou que os registros de casos de dengue no estado, este ano, cresceram 550% em relação a 2010. O anúncio foi feito durante audiência pública da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), presidida pelo deputado Bruno Correia (PDT), realizada nesta segunda-feira (31/10). De acordo com Miyamoto, o grande aumento se deve a uma série de fatores – o estado já registra mais de 160 mil casos e 133 óbitos. “Os principais fatores para esse grande aumento são o aumento populacional, o abastecimento irregular de água e o significativo aumento de produção de lixo urbano. Temos estimulado todas as prefeituras do estado a trabalharem a mobilização, principalmente agora, no período pré-verão. Precisamos reduzir o número de criadouros de mosquitos”, alertou a subsecretária.
O presidente da comissão, porém, defende que é preciso se preocupar também com o combate, em vez de somente com a prevenção à doença. “O combate não pode parar por aqui. Pelo que foi apresentado aqui, muito se trabalha para a prevenção e pouco para o combate à dengue. É importante investir na mobilização, mas é primordial investir na qualidade dos agentes de saúde”, explicou. O pedetista também lamentou a ausência dos municípios para o debate. “Das 92 cidades chamadas, apenas São Gonçalo, Resende e Tanguá compareceram à reunião”, queixou-se.
A secretaria também informou que o município de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, possui o maior número de casos de dengue tipo 4, com 11 ocorrências, o que aumenta a chance da doença se tornar hemorrágica. Oriunda da região amazônica, o vírus ainda é incipiente no Rio de Janeiro, mas pode se proliferar. Por conta das enchentes, Hellen disse que a Região Serrana pode ser facilmente infectada.
Vacina contra dengue fica pronta em 5 ou 6 anos
Dados da Subsecretaria de Vigilância em Saúde apontam que a vacina contra a dengue ficará pronta somente em cinco ou seis anos. De acordo com Miyamoto, testes já estão sendo feitos na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio, e no Instituto Butantã, em São Paulo, mas os resultados atuais mostram que a vacina ofereceria imunidade por até três meses. Testes em seres humanos começarão a ser feitos no ano que vem. No início do mês de outubro, a Secretaria de Saúde lançou a campanha ’10 minutos contra a dengue’, que incentiva moradores a gastarem 10 minutos de seu dia no combate aos focos do mosquito Aedes Aegypti. Os deputados Paulo Ramos (PDT), Miguel Jeovani (PR), Enfermeira Rejane (PCdoB) e Janira Rocha (PSol), além de representantes do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), também estiveram presentes.
(texto de Paulo Ubaldino - Ascom da Alerj)
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