POR PEDRO DE FIGUEIREDO
Rio - O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) alterou, às 6h deste domingo, para o estágio de alerta máximo a situação do Norte e Noroeste do estado. A região é cortada pelo Rio Muriaé, que voltou a encher com a chuva desta madrugada. De acordo com o Inea, estão em alerta máximo os municípios de Cardoso Moreira, Laje do Muriaé, Itaperuna e Italva, sendo que os três últimos ainda entraram em estado de alerta para deslizamentos.
"Estamos fazendo um apelo para que todas as famílias que vivem em comunidades localizadas em área de risco de encosta sem muro de contenção procurem casas de parentes para se abrigar. Se não houver familiares, eles podem fazer contato com a Defesa Civil para procurar um abrigo", disse o coronel Joelson Oliveira, coordenador da Defesa Civil de Itaperuna.
Segundo o coronel Douglas Paulich, coordenador da Defesa Civil da região, Italva e Itaperuna estão em situação de maior risco. "Foram as cidades que apresentaram o maior volume de precipitação de chuva, cerca de 100 milímetros. Por causa disso, estamos em alerta para a possibilidade de deslizamentos", disse Paulich ao iG.
Avenida Cardoso Moreira, em Itaperuna, totalmente alagada neste domingo | Foto: Leitor @engandreraeli
O coordenador também explicou que o acúmulo de água impede que o nível do rio Muriaé diminua. "As três cidades seguem em alerta máximo para enchentes, assim como Santo Antônio de Pádua e Cardoso Moreira já que a previsão é de mais chuva para todo esse domingo. Felizmente, não tivemos notícias de óbitos".
Risco de deslizamento em Italva
A chuva que atingiu Italva esta madrugada foi mais do que o dobro do esperado para o município. Os meteorologistas previam chuva de 30mm para a cidade, mas houve mais de 70mm de precipitação. As principais ruas do Centro estão alagadas. Segundo a Prefeitura de Italva, apenas neste domingo já são 12 feridos, 650 desalojados e 150 desabrigados em função das chuvas. A estimativa é de que 7 mil dos 15 mil habitantes do município tenham sido afetados.
Avenida Cardoso Moreira, em Itaperuna | Foto: Leitor @engandreraeli
"As pessoas já tinham voltado para suas casas, mas a chuva desta vez foi ainda pior. Os morros estão com grande risco de deslizamento a qualquer momento", disse o prefeito de Italva, Joelson Soares. O prefeito afirmou também que o estado de calamidade pública no município deve ser decretado ainda neste domingo.
Choveu granizo em Santo Antônio de Pádua
Chegou a chover granizo na madrugada deste domingo em Pádua, mas a precipitação não foi o suficiente para que o nível dos rios subisse ao ponto de transbordar. Segundo o vice-prefeito do município, Ralph Kezen, uma força-tarefa foi montada para limpar os bueiros e, assim, tentar impedir novos alagamentos.
"A cidade já está praticamente limpa dos alagamentos de terça, quarta e quinta. Fizemos um trabalho preventivo de limpeza de bueiros, porque estamos trabalhando com a hipótese de muitas chuvas para os próximos dias", afirmou. Não há desalojados nem desabrigados no município. Nesta manhã, não chove no local.
Mais chuva nesta segunda-feira
De acordo com a previsão do tempo, nesta segunda-feira, os temporais voltam com força em todo o estado por causa da chegada de uma frente fria. De acordo com o meteorologista Paulo Matsuo, do Climatempo, o tempo só melhora na quinta-feira. Em todo o estado, são 7.707 pessoas desalojadas e 2.510 desabrigadas por causa das enchentes. Duas pessoas morreram, em Miguel Pereira e Laje de Muriaé.
Apesar da inundações, cerca de 2 mil famílias de Três Vendas se recusaram a deixar suas casas. Muitas permanecem em cima das lajes. Equipes da prefeitura estão indo de casa em casa, de barco, levando alimento, água e colchonete e orientando os moradores a saírem para os abrigos. Um posto comunitário foi montado na localidade pela Defesa Civil para atender às vítimas, com médicos e doações de cestas básicas.
De acordo com a prefeitura, a comunidade levará três meses para se recuperar dos prejuízos.
O governo do Estado estima uma perda de 1,5 mil toneladas de produtos agrícolas nas lavouras de milho, mandioca e abóbora e 80 mil litros de leite por dia. Não há risco de desabastecimento.
Do Jornal O Dia. Imagens do professor da Faculdade de Engenharia da Redentor, André Reali.
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