Idosos levam vantagem sobre jovens, solteiros e donas de casa para ter crédito
POR ALINE SALGADO
Rio - A cada mês, aposentados e pensionistas do INSS movimentam mais de R$ 2 bilhões na economia brasileira só em empréstimos consignados, segundo dados do Ministério da Previdência Social. A renda segura e vitalícia, o desconto direto na folha de pagamento e a inadimplência, quase nula, fazem desse grupo de consumidores o alvo preferido de bancos e financeiras.
O baixo risco da transação garante aos idosos e, diretamente, às suas famílias, vasta oferta de crédito. Especialmente quando comparado a outros tipos de público, como jovens, solteiros, autônomos, donas de casa, que precisam apresentar boas garantias de pagamento para conseguir afastar o preconceito de serem impulsivos, endividados ou sem planejamento.
Mas a suposta vantagem traz também seus riscos. Levados pela emoção e sentimento, muitos aposentados fazem empréstimos de longo prazo para ajudar familiares e estouram o orçamento doméstico.
Socorro à família
“Pelo desconto ser em folha, o empréstimo consignado apresenta baixíssimos índices de inadimplência, mas eles existem. Geralmente são motivados por endividamentos desnecessários, isto é, para a compra de itens que não estão ligados diretamente à sobrevivência do aposentado e sim para socorrer familiares”, aponta o assessor econômico da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida.
Para se proteger de dívidas, é importante que, antes de assumir um empréstimo, o idoso fique atento à relação: prazo e tempo do empréstimo. “Apesar dos juros serem os mais baixos do mercado, tomar o dinheiro pelo menor prazo possível é a saída para evitar pagar além do necessário. Use o crédito com inteligência, apenas quando houver emergências e para financiar projetos que trarão retorno a longo prazo, como investimentos na reforma da casa ou outros bens duráveis. Por fim, não renove o empréstimo se não houver necessidade”, aconselha a economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), Myrian Lund.
Aos 72 anos, Maria Pedroza já se considera uma veterana quando o assunto é empréstimo consignado. Segundo ela, escolher um banco seguro e avaliar se o parcelamento na loja é mais vantajoso que o crédito é a saída para fugir de dívidas. “O meu primeiro empréstimo foi em financeira e a dívida ao final chegou ao triplo do valor pedido. Hoje avalio melhor”, diz.
Como se proteger de armadilhas
Nos últimos dois anos, o empréstimo consignado teve um verdadeiro ‘boom’. Multiplicaram-se as financeiras oferecendo crédito fácil e com isso também, os golpes. Especialista em Direito do Consumidor, Igor Leão, do escritório Pinelli & Mattar, destaca que é de responsabilidade das financeiras respeitarem o limite de 30% sobre a renda do aposentado.
“Se o banco aprovar o crédito além da cota, o segurado pode acionar a Justiça, por meio de um advogado, para cessar a cobrança através de medida cautelar. Além da restituição dos valores pagos acima do limite, o cidadão tem direito ainda a indenização por danos morais. Ele não fica livre da dívida, mas também poderá pagá-la sem comprometer a sua sobrevivência”, aponta.
Fique atento
MARGEM DE 30%
A margem consignável, que é o valor máximo da renda a ser comprometida, não pode ultrapassar 30% do valor da aposentadoria ou pensão recebida pelo beneficiário, dividida da seguinte forma: 20% da renda para empréstimos consignados e 10% exclusivamente para o cartão de crédito. O número máximo de parcelas é de 60 meses.
OLHO NO CONTRATO
Os bancos credenciados também devem informar ao titular do benefício o valor total financiado, as taxas mensal e anual de juros, acréscimos remuneratórios, moratórios e tributários, o valor, número e periodicidade das prestações e a soma total a pagar pelo empréstimo. O segurado deve exigir cópia do contrato.
CUIDADO COM GOLPES
Não ofereça cartão ou a senha do banco a terceiros. Antes de pegar um empréstimo, pesquise as taxas, consultando instituições conveniadas ao INSS. (O DIA)
Essa postagem tem por objetivo alertar as pessoas com relação ao que tem ocorrido com frequência, sobretudo golpes.
Um comentário:
Amiga Angeline
A facilidade com que falsos empréstimos são aceitos INSS é impressionante, tanto quanto a dificuldade para que o aposentado ou pensionista possa se livrar dos descontos indevidos.
Afinal o INSS tem obrigação de pagar ao beneficiário. Faze-lo a terceiro em seu nome é uma excessão, portanto tem a obrigação de saber se isto é o realmente desejado por ele. Se não o faz com segurança é problema exclusivamente seu e tem que responder sem mais delongas quando o fizer indevidamente.
Outrossim o beneficiário deve ter o poder de mandar cancelar o desconto em seu benefício, a revelia do credor. O problema do crédito deve ser tão somente entre o devedor e o credor.
É pratica corrente que tomador se vicia e faz tantos débitos quantos consiga, não raro acabando arrasado como jogador etc. Quanto maior a facilidade de crédito mais se agrava.
Assim a exemplo do cigarro se deve proibir a publicidade destes créditos, feitos até por personagens muito populares dos meios artísticos e esportistas. Deveriam se envergonhar de ganhar grana custa da desgeaças dos nossos idosos.
Abraços, saúnde e Paz de Cristo.
Luiz Carlos/MPmemória.
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