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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

CARNAVAL, CULTURA E POLÍTICA

Ontem, na madrugada, após o desfile dos blocos na Marechal Floriano, Centro Histórico de Miracema, sentamos no Garage Bar para descansar, reidratar e o papo que surgiu foi a respeito do renascimento do carnaval de Miracema. E também foi abordado o caso da Cidade Maravilhosa, que fez renascer o carnaval de rua nessa primeira década do séc. XXI.
Desde fins da década de 1980, as cidades do interior viram o carnaval decair, perder público e as praias e os axés tomaram conta. A onda era viajar para uma cidade praiana, onde o axé "comia solto". A Bahia, então, era o Paraíso. 
Aquele espírito de carnaval, que fazia do interior o melhor destino nos carnavais, começou a se perder. Miracema, por exemplo, tinha o melhor carnaval do interior do Rio de Janeiro. E isso foi se perdendo. Copiando nosso amigo Giu Tostes: "os bombadinhos não sabem o que é carnaval, têm vergonha de vestir de piranha". E por aí vão, várias versões para o declínio da festa de Momo no interior.
Assim como os blocos fizeram ressurgir o carnaval de rua na capital fluminense, acredita-se que o interior começa a dar sinais de fôlego. Exemplo disso, é o carnaval de Miracema 2013!
Deve haver algum estudo sobre o tema, mas desconheço. Hoje li no blogue do miracemense Hélcio Menezes, uma matéria de Nielmar de Oliveira/Tereza Barbosa da Agência Brasil, que traz uma explicação para a questão do renascimento do carnaval carioca. E talvez, sirva de reflexão. Abaixo seleciono alguns trechos:

O aumento do número de blocos no carnaval de rua é um movimento que tem ligação direta com o fim da ditadura militar e a volta ao país dos exilados políticos, que viram neles uma forma legítima de voltar a ganhar as ruas da cidade. A opinião é de Rita Fernandes, presidenta da Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Tereza e Centro da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, a Sebastiana.
[...] 
Em entrevista à Agência Brasil, Rita disse que, embora para muitos pareça um fenômeno recente, a retomada do carnaval de rua começou na década de 1980, com a redemocratização do país, quando os primeiros blocos começaram a sair. “E aí surgiram os primeiros blocos como o Simpatia é Quase Amor e o Barbas”.
Segundo Rita Fernandes, o movimento ganhou as ruas e não parou mais de crescer. “O crescimento se deu de tal modo que já no início da década de 2000 devíamos ter cerca de 30 a 40 blocos espalhados pela cidade, alguns pouco conhecidos, mas alguns já com bastante representatividade e que angariavam uma legião de seguidores como o Simpatia e o Bola Preta – que apesar da ditadura militar nunca deixou de existir”.
Ela chama a atenção para o período de 2005, quando então o carioca começa a reconhecer e a dar a devida importância ao carnaval do Rio. “A partir daí muitos cariocas começam a ficar na cidade, a participar efetivamente do carnaval de rua e os blocos começam a crescer”.
Segundo a presidenta da Sebastiana a cidade tem hoje cerca de 500 blocos registrados, fora os que não são ainda conhecidos. São pequenos grupos de bairro que saem pelas ruas espontaneamente. “E isto voltou com tamanha força que hoje a cara do carnaval do Rio é o carnaval de rua, que é mais democrático e não exclui ninguém”.
Para Rita, o movimento gerado a partir da intensificação do carnaval de rua não tem volta. Hoje o movimento já é conhecido por todo o país e atrai turistas brasileiros e estrangeiros. “Mas é preciso que as autoridades comecem a dar maior atenção à organização desta bagunça organizada, mas ao mesmo tempo ainda desorganizada”.

2 comentários:

Rachel Bruno Siqueira disse...

Olá, Angeline, Hélcio e Conterrâneos!

Os estudos para o Concurso não me permitiram ir até aí, mas estou vendo pela internet.

Através da GLOBO MG, tenho visto o caminho dos Blocos por cidades tradicionais em Minas também, inclusive aqui em Juiz de Fora. Acabou de passar em S. João Del Rei, ruas lotadas de pessoas de todas as idades no rítmo das Marchinhas e Carnavais antigos e, com o calor, adorando o banho promovido pelos Bombeiros.

Aqui em Juiz de Fora são vários Blocos também e a Polícia Militar é rigorosa, com planejamento já previsto e aumentado a cada ano, segundo seu Comandante.

Voltando à nossa Miracema, por volta de 1973, existia uma música de um grupo de amigos, que pode completar a letra, que lembro um pedaço:
- " A cachaça de Miracema

é diferente,

tem Vitamina

e faz bem

pra toda gente.

Beba e encha o papo

com Vitamina,

... pereira

e jenipapo..."

Alô, José Márcio, Marcelo, Ricardo, Fernando Renato, José Luiz, José Augusto!!!!!.........

Parabéns ao Jhonata Bernardo da Silva, 8 anos, 1ª vez, sem ensaio, no Mineiro Pau Carinhoso! Está batendo muito bem, segundo soube e o grupo está em 1º lugar ( é de adultos ). Parabéns a todos os outros, incluindo os Marcos ( tira o leite 2 vezes depois de Paraíso e corre para a avenida ), Sérgio e Carlos César.

Abraços a todos,
Rachel Bruno

AngelMira disse...

Quem conhece a letra é a Terezinha SOldati!

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