MIRAGEM
Abri a janela
para ver a chuva respingar na vidraça ...
jorrava a cântaros... com sua magia
há uma espécie de lei imutável
nesses fenômenos inevitáveis...
por longos anos
de minha vida
um chá de alecrim... acalma e eterniza
e... ir ver a chuva na janela...
cessada a tormenta...
olhando lá fora,
me imaginando então uma criança...
do lado de cá desse devaneio,
com um papel, fiz meu barquinho
fui colocá-lo na correnteza
como se um rio... que ali seguisse
senti meus sonhos se naufragarem
vendo-o lá longe a desmantelar-se
depois da chuva só mesmo a bonança
e, um elo perdido naquele barco...
tão longe e tão perto da felicidade
e das fantasias de toda infância!
Glória Vargas
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