De janeiro a 14 e junho deste ano, o estado do Rio de Janeiro registrou duas mortes em decorrência da doença, entre oito casos confirmados no período
Com a proximidade dos meses de maior risco de transmissão da febre maculosa, entre junho e setembro, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, por meio da Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde (SVAPS), tem reforçado as orientações aos 92 municípios sobre os riscos da doença, transmitida pelo carrapato-estrela e com alto índice de letalidade. De janeiro a 14 de junho deste ano foram registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), 40 casos suspeitos de febre maculosa, oito foram confirmados e dois evoluíram a óbitos. As duas mortes ocorreram no município de Itaperuna, no Noroeste do estado, em março e maio deste ano.
Equipes da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) têm solicitado aos 92 municípios fluminenses a identificação dos locais prováveis de infecção e a realização de buscas no ambiente pelos vetores da doença. Foram realizadas reuniões com as secretarias municipais de Saúde para orientar os técnicos das vigilâncias epidemiológica e ambiental, atenção primária à saúde, médicos e enfermeiros da assistência, sobre notificação, investigação de casos e de ambientes, diagnóstico e tratamento da febre maculosa.
Desde 2020, todo caso de febre maculosa é de notificação obrigatória às autoridades locais de saúde. Deve-se iniciar a investigação epidemiológica em até 48 horas após a notificação, avaliando a necessidade de adoção de medidas de controle pertinentes.
"É importante que as pessoas tomem alguns cuidados caso residam ou visitem áreas endêmicas, como as regiões Serrana, Noroeste e parte do Norte no estado do Rio de Janeiro. Para quem está nessas localidades, recomendamos que evitem caminhar em áreas conhecidamente infestadas por carrapatos e optem por roupas claras. A tonalidade da roupa facilita a identificação da presença do carrapato para que possa ser retirado", orienta Mario Sérgio Ribeiro, superintendente de Vigilância Epidemiológica da SES-RJ.
Casos confirmados em anos anteriores
Em 2022 foram confirmados 33 casos de febre maculosa no RJ, 12 deles resultaram em mortes. Em 2021, foram 21 casos e nove mortes; e em 2020, 11 casos e duas mortes.
O que é a febre maculosa?
A febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável. Ela pode variar desde as formas clínicas leves e atípicas até formas graves, com elevada taxa de letalidade. A doença é causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato.
No Brasil, os principais vetores são os carrapatos-estrela. Entretanto, potencialmente, qualquer espécie de carrapato pode albergar a bactéria causadora da febre maculosa, como por exemplo, o carrapato do cachorro.
Quais são os sintomas?
- Febre
- Dor de cabeça intensa;
- Náuseas e vômitos;
- Diarreia e dor abdominal;
- Dor muscular constante;
- Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés;
- Gangrena nos dedos e orelhas;
- Paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando parada respiratória.
Além disso, com a evolução da Febre Maculosa é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.
Quando procurar um médico?
O diagnóstico oportuno da febre maculosa é difícil, principalmente durante os primeiros dias de doença, tendo em vista que os sintomas também são parecidos com outras doenças, como leptospirose, dengue, hepatite viral, malária, meningite, sarampo, pneumonia, entre outras. No entanto, o médico fará avaliação dos sintomas e perguntará onde você mora ou se esteve em locais de mata, florestas, fazendas, trilhas ecológicas, onde possa ter sido picado por um carrapato. Ele também poderá solicitar uma série de exames para confirmar ou contribuir com o diagnóstico. Caso apresente sintomas com histórico associado à ida em locais como esses, é preciso ir imediatamente até uma unidade de saúde.
Existe tratamento?
O tratamento é feito com antibiótico específico. Em determinados casos, pode ser necessária a internação da pessoa. A terapêutica é empregada por um período de 7 dias, devendo ser mantida por 3 dias, após o término da febre. A falta ou demora no tratamento da Febre Maculosa pode agravar o caso podendo levar ao óbito.
Prevenção
- Use roupas claras, para ajudar a identificar o carrapato, uma vez que ele é escuro.
- Use calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas.
- Evite andar em locais com grama ou vegetação alta.
- Use repelentes de insetos;
- Verifique se você e seus animais de estimação estão com carrapatos;
- Se encontrar um carrapato aderido ao corpo, remova-o com uma pinça.
- Não aperte ou esmague o carrapato, mas puxe com cuidado e firmeza. Depois de remover o carrapato inteiro, lave a área da mordida com álcool ou sabão e água.
- Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença. Após a utilização, coloque todas as peças de roupas em água fervente para a retirada dos insetos.
Assessoria de Imprensa / Secretaria de Estado de Saúde - RJ
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