Casta dos intocáveis. É um nome adequado para essa barbaridade que a Câmara votou ontem a toque de caixa. Um projeto de lei da filha do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha que cria uma blindagem especial para deputados, juízes e governadores, e que não podem sequer ser admoestados, ser questionados numa conta no banco.
Algo do tipo "você sabe com quem está falando?". É uma carteirada institucional.
Vejam: ninguém pode ser agredido, já há leis para isso. Ninguém pode ser caluniado. As pessoas podem entrar na Justiça, e normalmente fazem isso.
O Código Civil e o Código Penal protegem as pessoas de perseguições, mas esse projeto cria uma armadura para aqueles que já têm mais poder e recursos, e não querem ser criticados e questionados. Aqueles que não querem ver sua ficha corrida divulgada.
Quer dizer, não se pode mais criticar ou questionar. É crime.
Quem deveria ter uma proteção extra são os defensores dos direitos humanos, dos indígenas, do meio ambiente que são sempre assassinados pelos pistoleiros. Esses sim devem ter uma proteção extra e não quem já tem segurança e imunidade parlamentar.
Como é que a Câmara Federal aprova a toque de caixa sem passar pelas comissões, enquanto projetos fundamentais para as mulheres, para o meio ambiente dormem há anos. Na verdade, a maior parte dos deputados funcionou como um sindicato dos poderosos.
Isso é inadmissível. Vamos fazer uma campanha pública para que o Senado nunca aprove essa barbaridade.
Texto: Mandato Deputado Estadual Carlos Minc (PSB)
NOTA DO BLOGUE:
Em números absolutos, os cinco partidos que mais votaram em favor da proposta foram PT (43 votos), PL (37), União Brasil (35), Republicanos (27) e MDB (24). Os cinco partidos com mais votos contra foram: PL (44), União Brasil (16), PP (13), PT (11) e PSD (11) (O Estado de Minas).
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