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sexta-feira, 29 de setembro de 2023

MIRACEMA: A MÃE DE BRONZE QUE OBSERVA O IR E VIR DE UMA CIDADE

 


Bartolomeu Cozzo, mais conhecido como Humberto Cozzo foi um escultor e autor de mosaicos brasileiro, nascido em São Paulo, em 9 de agosto de 1900 e falecido no Rio de Janeiro, em 18 de setembro de 1981.

Humberto formou-se em 1920 pelo Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Posteriormente, frequentou a oficina do escultor e professor ítalo-brasileiro Amadeo Zani. Por duas vezes presidiu a Sociedade Brasileira de Belas Artes do Rio de Janeiro, foi membro do júri do Salão Paulista de Belas Artes (1937/1938) e do Salão Nacional de Belas Artes (1941), além de ter fundado e dirigido a Associação dos Artistas Brasileiros.

Dos prêmios recebidos, destacam-se dois: o Primeiro Prêmio de Escultura no Salão do Centenário em São Paulo (1922) e medalha de prata no Salão Nacional de Belas Artes (1928).

Possui um vasto acervo de esculturas distribuídos em diversos museus e praças do Brasil, Argentina e Portugal. Um de seus trabalhos de maior destaque é a estátua em bronze de Machado de Assis instalada em 1929, no jardim da sede da Academia Brasileira de Letras, no centro do Rio (o “Petit Trianon”, pavilhão construído para a Exposição internacional de 1922, que foi doado em 1923 pelo governo francês ao Brasil).

Humberto Cozzo concebeu a estátua denominada “Mãe”, produzida em bronze, em 1966 para a nova Praça Ary Parreiras, tendo sido adquirida pela Prefeitura de Miracema à época por 900 Mil Cruzeiros do também escultor Dante Croce, a quem coube a fundição. Esta praça, projetada pelo engenheiro Expedito Antônio, influenciado pela arquitetura modernista de Brasília, foi construída na administração do Prefeito Jamil Cardoso (1963/1966). Apesar do golpe militar instalado no país em 1964, Miracema experimentou, pela primeira vez, durante esse período, um governo comprometido com o bem estar da comunidade e uma época de grandes conquistas e de realizações como a Exposição Agropecuária e Industrial que projetou a cidade no cenário nacional, devido a visão progressista de Jamil Cardoso e, também, ao trabalho exercido pelos jornalistas miracemenses que se uniram com o objetivo de divulgar o nome de sua terra natal.

Na década de 1980 um novo projeto foi executado para a mesma praça. A estátua “Mãe” foi mantida, colocada em outra posição, porém foram agregados outros equipamentos de pouca qualidade técnica e sem diálogo com o conjunto arquitetônico envolvente, como uma concha acústica com inclinação inadequada e disposta de costas para a Igreja Matriz. Logo o conjunto ficou obsoleto e degradado.

Em 2008, por sugestão do Conselho de Cultura, devido ao mau estado em que se encontrava, a praça foi reconstruída, dessa vez seguindo o seu projeto original executado em 1931, sendo na composição final mantidas as quatro palmeiras imperiais e a escultura da “Mãe”.

De acordo com a tradição oral, a cidade teve início exatamente onde estão situadas as praças D. Ermelinda e Ary Parreiras, com a construção de uma capela dedicada ao culto de Santo Antônio, em torno da qual formou-se a vila de Santo Antônio dos Brotos, que a partir de 1883 foi rebatizada com o nome de Miracema.

A praça Ary Parreiras, desde a instalação do monumento “Mãe”, tem sido carinhosamente conhecida por todos como “Praça das Mães”.

Do Jornal Liberdade de Expressão, set/23, p.8

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