Por Marcelo Salim de Martino.
Neste seu primeiro ano de fundação, a Associação de Amigos do Centro Histórico de Miracema, tem recebido a solicitação de diversas escolas da comunidade para mediar visitas ao Centro Histórico de Miracema, o que foi recebido por nós com grande entusiasmo, uma vez que entendemos que só se valoriza aquilo que se conhece. Temos um Centro Histórico tombado pelo Estado do Rio de Janeiro como patrimônio cultural fluminense desde 2009 que precisa ser conhecido por todos, afinal a paisagem de nossas ruas e praças são testemunhas de nossa própria história.Porém, essa riqueza cultural nem sempre é percebida pelos integrantes de uma comunidade, em especial as novas gerações. O valor do patrimônio cultural, em suas diversas manifestações é algo que precisa ser ensinado.
Através da educação para o patrimônio, os alunos aprendem sobre a história, as tradições, os costumes e os valores culturais de sua própria comunidade e de outras culturas também. Isso promove a compreensão e o respeito pela diversidade cultural. Ao conhecerem e valorizarem seu patrimônio os alunos desenvolvem um senso de identidade e pertencimento à sua comunidade e país. Isso fortalece sua ligação com o ambiente ao redor e com a história que moldou nossa sociedade. Também promove a responsabilidade ambiental e cultural desde cedo.
Ao estudar o patrimônio, os alunos são estimulados a pensar criticamente, fazer perguntas e investigar. Isso desenvolve habilidades de pesquisa, análise e interpretação, além de encorajar o raciocínio lógico e a resolução de problemas. A educação para o patrimônio pode ser integrada a diferentes disciplinas, como história, geografia, arte e ciências sociais. Isso proporciona uma abordagem interdisciplinar e oportunidades para experiências práticas, como visitas a museus, sítios históricos e atividades de campo.
Ao entenderem a importância do patrimônio cultural e natural, os alunos são incentivados a se tornarem cidadãos responsáveis e ativos em suas comunidades, contribuindo para a preservação e valorização do patrimônio local e global. O patrimônio pode ser usado para promover a inclusão e estimular o conhecimento.
A professora Maria da Graça Perucci Amaral, carinhosamente conhecida por Gagaça, solicitou uma visita mediada ao Centro Histórico, visando atender aos parâmetros curriculares que preveem o desenvolvimento de temas transversais. Posteriormente, ela informou que após o evento foi solicitado que os alunos registrassem num relatório as suas impressões sobre o passeio. Havia numa das turmas, um aluno portador do Transtorno do Espectro do Autismo, sempre muito atento às nossas explicações. Alguns dias depois, recebi uma mensagem da professora dizendo que foi desse seu aluno um dos melhores registros sobre o passeio. Ele relatou o seguinte: “O passeio ao Centro Histórico de Miracema, foi incrível, pois nesse passeio nós falamos sobre a nossa cidade! Nós falamos da praça que é antiga, falamos também das casas, ouvimos que Mira, significa uma coisa e cema, outra. Vimos também, os anos que estão nas casas e os anos que foram criadas. Vimos também, diversas estátuas. E esse passeio também foi muito divertido. Nesse passeio a gente falou de Miracema e conhecemos diversas coisas da nossa cidade. Então o passeio foi legal demais!”
À luz desse testemunho singelo, reafirmamos a educação patrimonial como missão da Associação de Amigos do Centro Histórico de Miracema para a construção de cidadãos comprometidos com a sociedade e comunidade que integram.
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