Sexto volume da série Governança Metropolitana no Brasil analisa a trajetória, transições e desafios das metrópoles brasileiras
Uma coletânea de artigos e entrevistas que visa aprofundar aspectos que definem e influenciam as regiões metropolitanas. O sexto volume da série “Governança Metropolitana no Brasil” concentra-se na questão das mudanças climáticas e da transformação digital para esclarecer como esses temas afetam as áreas formadas pela aglutinação de municípios em torno das metrópoles brasileiras. A série é resultado de um projeto desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que inclui seminários, debates e dezenas de estudos, desenvolvidos no âmbito de uma parceria com o Ministério das Cidades. Todas as informações do projeto estão disponíveis no portal Brasil Metropolitano.
Esta edição do projeto celebra os 50 anos da Lei Complementar Federal que instituiu as primeiras regiões metropolitanas do país. A publicação foi dividida em três eixos temáticos e apresenta entrevistas e artigos que contribuem para a compreensão da questão urbana do país em uma perspectiva histórica, ao mesmo tempo em que traz para o foco questões bastante atuais e busca qualificar o debate a respeito do assunto.
Em menos de 50 anos, o Brasil passou de um país majoritariamente rural para prevalência urbana. Em resposta a esse processo, houve a necessidade de adequar as cidades. Esse período e suas transformações convidam a uma análise do desenvolvimento dessas áreas urbanas, examinando os desafios de planejamento, gestão e governança metropolitanos ao longo do tempo.
Nesse sentido, a sexta edição aborda as questões climáticas e os processos relacionados à transformação digital. Em um contexto em que as metrópoles são cenários de transições complexas, surge a necessidade de repensar o desenvolvimento territorial em suas diversas dimensões, buscando soluções inovadoras e sustentáveis para os desafios contemporâneos.
Para o técnico de planejamento e pesquisa do Ipea e organizador do livro, Marco Aurélio Costa, “as mudanças climáticas e a transformação digital são causadas por alguns atores e têm diferentes efeitos sociais e espaciais, especialmente nas áreas metropolitanas, que já são afetadas pelos problemas da urbanização desigual do país. Essas mudanças trazem debates e assuntos complicados, que podem ajudar a encontrar soluções em conjunto para lidar com os desafios atuais”, disse
Para os autores, esses desafios metropolitanos contemporâneos não substituem, mas se somam aos problemas estruturais das cidades brasileiras. A oferta habitacional insuficiente, as ocupações irregulares em áreas inadequadas e a falta de infraestrutura persistem, ampliando a complexidade das demandas urbanas. Tendo isso em perspectiva, é fundamental reconsiderar o papel do planejamento metropolitano no contexto atual. A controvérsia sobre a viabilidade do planejamento e da gestão metropolitana abre espaço para reflexões sobre a necessidade de uma abordagem mais flexível e adaptativa, construída a partir das necessidades e demandas específicas de cada território. A coletânea destaca a importância de desenvolver o território com base nessas necessidades e demandas, reconhecendo a interdependência entre o meio ambiente e o meio social.
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Comunicação - Ipea
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