Miracema já abrigou inúmeras festas juninas. Muito antes de minha existência havia festas nos quintais das casas, nas fazendas e nas ruas, com fogueira, quadrilhas, bandeirinhas, sanfoneiro, barraquinhas de quitutes e muita alegria. Afinal, viva São João! Um primo me relatou que o Caxambu também integrava a festa da Rua Santo Antônio, organizada pelos moradores, era a Maria Batuquinha, sua maior representante à época.
Nossa ex-professora, June de Souza Carvalho, em sua coluna "Lembranças", do Jornal Liberdade de Expressão, edição de maio comentou:
No mês de junho, Miracema sempre esteve em festa. A Igreja comemorava (como até hoje) o padroeiro Santo Antônio e a Praça do Coreto ficava animada com barracas de chocolate, bolos, salgados, pescaria e também o famoso leilão. Quando a prenda era interessante a pessoa arrematava para presentear a alguém e a curiosidade aumentava para saber o porquê do presente. As lembranças veem se amontoando e me parecia ver o movimento das costureiras que ficavam ocupadíssimas nessa época. Tudo isso era para que as pessoas se enfeitassem e participassem da tradicional festa. Outra barraca que motivava os jovens era a "barraca do amor", onde os recadinhos para as paqueras davam trabalho ao "carteiro". O mês de junho não parava por aí, pois as festas juninas se espalhavam por várias ruas, uma das mais comentadas era a do João Cândido, lá pelos lados da Rodagem. Além das festas nas ruas, muitas famílias faziam em suas fazendas: fogueiras, "bailes" com sanfona, comidas características, fogos, tudo para comemorar os Santos do mês.
Já no meu tempo, já na década de 80 (um pouco do fim dos anos 70), todo ano aprontávamos as roupas da quadrilha, no colégio e no clube XV. Ficávamos na expectativa de quem seriam os nossos pares. As professoras e os adultos (pais e funcionários da escola e do clube) organizavam as barracas de quitutes, de churrasquinho, de pescaria, de brincadeiras... E curtíamos antes da festa, não só a roupa, mas as gincanas, organizadas para angariar recursos para a grande festa. Nas gincanas, os alunos eram dividos em 2 grupos, cada um tinha que cumprir várias tarefas, sagrava-se vencedor o que melhor desempanhasse cada uma delas. Nas tarefas eram incluídos: disputa do casal mais bonito, disputa de perguntas com alunos, arrecadação de prendas, até garrotes e cabritos ganhávamos.
Além da tradicionalíssima festa de Santo Antônio, na Praça das Mães (do Coreto, ou Ary Parreiras), no Centro Histórico da cidade, organizada pela Igreja e que ainda existe, as festas juninas eram realizadas nos colégios e nos clubes. Eram momentos de muita alegria, de confraternização e diversão, festejando o Dia de São João. O apogeu das quadrilhas era a realização do casamento de jeca. E o desafio era pular a fogueira e subir no pau de sebo.
Hoje os tempos são outros, mas em Miracema, no seio do Centro Histórico, na Praça das Mães, ainda acontece a Festa de Santo Antônio, nas escolas realizam-se as festas juninas, no clube não vejo mais. E a mais concorrida festa junina da cidade, que será realizada hoje, é a festa do Padre Olavo. Os cavaleiros se apresentam a caráter, montados em seus cavalos, tem quadrilha, tem quitutes e o desafio da fogueira. É considerada a maior festa junina da região, na Escola Nossa Senhora do Bom Conselho.
Leia aqui um histórico sobre festas juninas no Brasil e no Sul, principalmente.
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