Arquivo VAGALUME

domingo, 1 de agosto de 2010

"SENADOR NÃO PODE SER APENAS UM 'VEREADOR' NACIONAL"

O Blog O Vagalume dá continuidade às entrevistas que tem buscado realizar com os candidatos ao Senado Federal pelo Rio de Janeiro. Entrevistamos o jornalista MILTON TEMER, que na campanha está registrado sob o nº500, na disputa por uma das duas vagas no Senado Federal, seu paartido é o PSOL (Partido Socialismo e Liberdade).

MILTON TEMER é carioca, nascido em Vila Isabel, filho de Gabriel Temer, comerciante sírio, e de Julia Temer, professora de literatura francesa. Formado oficial da Marinha e cassado pelo golpe militar de 64, tornou-se jornalista político em destacados jornais e revistas como Jornal do Brasil, O Globo e publicações da Editora Abril. Como correspondente internacional, realizou importantes reportagens sobre política na América Latina e na África, cobriu lutas de libertação e rebeliões em diversos países, como Nicarágua e Angola, e entrevistou estadistas como Salvador Allende, derrubado e morto por Pinochet, no Chile, em 1973. Neste mesmo ano, exilou-se na Europa, onde prosseguiu como jornalista político independente. Em 1978, retornou ao Brasil e à imprensa brasileira, sendo anistiado em 1985.
Na TVE Brasil, foi criador do programa "Hoje já é amanhã", onde entrevistava, no fim da noite e ao vivo, editores de jornal que comentavam as principais matérias do dia seguinte. Fez ainda o "Em Busca do Tempo Perdido", onde abria espaço para cientistas e outros intelectuais, com discussão de teses e projetos de impacto no desenvolvimento da ciência e tecnologia no Brasil.
Militou no Partido Comunista Brasileiro (PCB) nas décadas de 60 e 70. Foi membro do Partido dos Trabalhadores (PT) de 1988 a 2003, partido pelo qual exerceu, nas décadas de 1980 e 1990, mandato como deputado estadual constituinte (1987-1991) e, depois, duas vezes como deputado federal (1995 a 2003). Na Câmara, em Brasília, foi um dos mais atuantes na oposição aos governos FHC. Em 1990, concorreu ao Senado Federal pela primeira vez.
Em 2003, rompeu com o PT, após discordar de algumas políticas praticadas pelo partido e pelo governo Lula. No ano seguinte, colaborou intensamente para a fundação do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e, em 2006, foi candidato a governador do Rio de Janeiro pelo novo partido.
Em Março de 2010, foi escolhido consensualmente candidato ao Senado para as eleições deste ano. Forma a chapa majoritária do PSOL no Rio de Janeiro com Plínio de Arruda Sampaio (50) para presidente da República e o sociólogo, presidente estadual do PSOL, Jefferson Moura (50), para governador."
Essa biografia que simplificamos foi extraído do site do candidato - www.miltontemer.com.br

Particularmente, assistimos a muitas edições do programa da TVEBrasil, intitulado "Espaço Público", sob a liderança da jornalista Lúcia Leme, onde o candidato era um debatedor de primeira.

Uma de suas maiores ferramentas de jornalismo e campanha, hoje, é o Miniblog Twitter (@miltontemer
 

ENTREVISTA

Blog: O sr. tem algum apoio político no Noroeste fluminense?

MT- tenho apoio dos setores conscientes da esquerda local que, diante do espectro limitado de dignos candidatos ao Senado, encontram no meu nome alternativa concreta, tanto no primeiro quanto no segundo voto a que o eleitor terá direito nesta eleição.

Blog: Se eleito, qual a sua proposta para o estado?

MT- Não tenho proposta específica para o Estado porque não sou político de feudo. Tenho proposta para um projeto de Nação no qual o Estado do Rio de Janeiro verá suas prioridades reconhecidas e valorizadas.
São 3 os eixos:
a- Reforma Tributária, que ouse inverter a atual lógica de taxar o consumo e a produção, dando privilégios ao capital e à especulação financeira (agiotagem "legal"que enriquece os banqueiros à custa da criminosa política do Banco Central). Nossa isenção irá para quem vive de produção e de salário, ampliando o número e baixando os valores das alíquotas aí aplicadas, focalizando as mais altas cobranças de imposto naqueles que vivem de renda e de capital imobilizado, ou especulativo
b- Reforma Agrária, porque se trata de questão essencial não apenas no campo como também para a sobrevivência civilizada dos centros urbanos. O Brasil de 1970 tinha 90 milhões de habitantes, com apenas 40% da população em áreas urbanas. Hoje, somos 190 milhões, com apenas 20% vivendo em áreas rurais. Na inversão dessa proporcionalidade distributiva está a razão principal da favelização e aumento de violências nas cidades médias e capitais. O camponês expulso de sua posse para dar espaço ao grande latifúndio do agronegócio prefere trocar a miséria do campo pela miséria da cidade, onde mais oportunidade de sobrevivência lhe é oferecida. Uma Reforma Agrária justa , fundada em propriedades coletivas ou cooperativas, manteria a população rural em suas raizes habitacionais, e faria retornar os que vivem em condições de barbárie nas favelas urbanas
c- Reforma Política que liquidasse a hegemonia do poder econômico nas processos eleitorais, e garantisse representação mais justa do povo brasileiro através da eliminação das distorções de voto promovidas pelo sistema atual. Uma reforma política que permitisse controle social dos mandatos no período compreendido entre os processos eleitorais -- ocasião única em que o candidato se comunica com o segmento social que representa, não raro ocultando as mazelas que promoveu durante o mandato

Blog: Quais as possibilidades de desenvolvimento para o interior do RJ que o sr. vislumbra? (Norte e Noroeste)

MT- Não faço demagogia. Esta pergunta deve ser dirigida aos candidatos a governador. O Senador pensa a política nacional, a partir do que dela pretende o segmento social fluminense e carioca que representa

Blog: Uma das questões mais importantes para o RJ refere-se ao risco que representa a Emenda Pedro Simon. Qual a sua posição e suas ações em defesa dos royalties?

MT- Não tenho preocupação apenas com os futuros royalties do pré-sal. Tenho lutado há muito tempo pela criminosa aplicação dos royalties já recebidos, que em nada melhoraram a situação da educação e da saúde pública em nosso Estado. Pelo contrário. Serviram para o fisiologismo e a má administração posta em prática por candidatos que hoje ocupam os maiores índices das pesquisas divulgadas. E que continuarão a ocupar caso a preocupação sobre a tarefa de um Senador do Estado continue concentrada no regionalismo e na pequena política. Senador não pode ser apenas um "vereador" nacional.

Blog: Como seria sua posição em relação ao governo, em caso de vitória de Dilma Rousseff ou de Serra? Faz diferença?

MT- Com a eleição de Serra, não tenho dúvidas de que serei oposição permanente, tendo em vista os segmentos que ele representa -- todo o leque da direita mais racista, reacionária, privatista do Estado --.
Com Dilma, vai depender do que ela vier a propor. Se priorizar o atendimento do fisiologismo e clientelismo corrompidos de seus principais aliados, me terá na oposição. Se priorizar as políticas propostas pela esquerda petista, pode encontrar apoios.
Mas não tenho dúvidas que o Presidente da República não pode ser escolhido pelas pesquisas antecipadas. O que receberá meu total apoio é Plínio de Arruda Sampaio

Blog: O nosso leitor quer saber qual a sua opinião sobre a legalização do aborto, da maconha e  do casamento de homossexuais?

MT- Sou da opinião que o Estado não tem direito a criminalizar, como faz hoje, nenhum desses itens. Sou pela descriminalização de todos.

Blog: Quanto às eleições no estado, quais seriam as implicações caso vença Sérgio Cabral, ou Gabeira? E o relacionamento do senador com cada um desses?

MT- As opções são lamentáveis. Não me relacionarei com eles. Serei representante dos segmentos progressistas no combate nacional por um novo projeto de Nação. Contra os banqueiros, contra os latifundiários e contra os especuladores. Estes podem votar nos candidatos da direita...

Blog: Há possibilidades para o candidato do PSOL? De quem é o seu apoio na campanha?

MT- Estamos lançando o presidente regional do Partido, um ex-operário metalúrgico, hoje auditor do Tribunal de Contas do Estado, fazendo doutorado em Sociologia, Jefferson Moura, que vai surpreender a cidadania tão logo suas propostas venham a ser conhecidas nos debates que serão oferecidos pelas redes de televisão.

 Blog: Quais são suas principais estratégias e abordagens retóricas de campanha?

MT- De pronto, chamar o cidadão-eleitor à reflexão. Não adianta demonizar a política como ambiente de bandidos e pilantras e continuar votando neles, porque nenhum chega ao Congresso caído de paraquedas. Chega pelo voto do eleitor. E,na sequência, tentar convencê-lo a votar não apenas pelo que é prometido na campanha, mas através da pesquisa ao passado político de cada candidato.

Blog: Por que o eleitor do Rio de Janeiro deve votar em Milton Temer (nº 500) para o Senado Federal?

MT- Porque mostrou, num mandato de constituinte Estadual, e em dois de Deputado Federal -- em ferrenha oposição ao neoliberalismo do governo FHC --, ser o mais fiel aliado dos movimentos sociais representativos do mundo do trabalho, no seu embate permanente com os representantes do grande capital

2 comentários:

rosane chonchol disse...

Gostei!

Anônimo disse...

MILTON TEMER NELES!!!!!!!!!!! OUTROS 500!!!!!!

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