O Blog O Vagalume realizou uma entrevista com o candidato ao Senado Lindberg Farias, do PT, cumprindo o objetivo de entrevistar os candidatos ao Senado para apresentar um pouco de cada um ao leitor vagalume. Nessa eleição que se aproxima teremos que escolher dois candidatos ao Senado Federal, o que só é possível conhecendo um pouco mais cada um desses candidatos. É claro que eles são entrevistados por vários meios de comunicação, porém, nenhuma dessas entrevistas busca observar o conhecimento desses candidatos sobre os problemas e as necessidades do Norte e Noroeste fluminense.
BIOGRAFIA
Lindberg Farias é paraibano e tem 40 anos. Filho do médico e professor universitário Luiz Lindberg e da professora universitária Ana Maria, tem dois irmãos e uma irmã.
Em 1985, já participava das grandes mobilizações populares do Diretas Já. Lindberg contribuiu para a reorganização do Movimento Estudantil nas universidades depois da ditadura.
Em 1992, foi eleito presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e veio para o Rio. Nessa época, liderou o movimento da juventude cara-pintada, que lutava contra a corrupção e exigia a saída do presidente Collor.
Com apenas 24 anos, Lindberg foi eleito deputado federal pelo PCdoB.
Durante as privatizações do governo FHC, Lindberg participou das mobilizações populares em defesa do patrimônio nacional. No caso da Vale do Rio Doce, chegou a se reunir com estudantes dentro da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro para protestar.
Em 1997, desligou-se do PCdoB e filiou-se ao PSTU. Filiou-se ao PT em 2001. No ano seguinte, quando Lula foi eleito Presidente, Lindberg conquistou seu segundo mandato de deputado federal. Foi vice-líder do PT na Câmara, e mostrou-se combativo e competente. Mais uma vez foi considerado um deputado nota 10 pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP).
Em 2004 foi eleito prefeito de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense e se reelegeu em 2008.
Fonte: Sítio do Candidato - http://www.lindbergnarede.com.br
Twitter do candidato: @lindbergnarede - www.twitter.com/lindbergnarede
ENTREVISTA
LINDBERG: Sim, tive a honra de constatar o apoio dos prefeitos do noroeste fluminense recentemente, quando estive na região com o vice-governador Pezão. No dia 25 de agosto estivemos em Italva, Bom Jesus do Itabapoana, Santo Antônio de Pádua e São José do Ubá. Também neste dia estive em Cardoso Moreira, município vizinho da região norte. Foi muito gratificante. Os prefeitos caminharam com a gente e manifestaram apoio a minha candidatura. Mas a melhor surpresa foi a recepção que eu tive da população. Quando estávamos chegando a São José do Ubá, já tinha uma carreata de mais de um quilômetro nos aguardando no acostamento da estrada. No centro da cidade, reunimos uma multidão. Em todos os municípios fui recebido com muito carinho, tive a oportunidade de ouvir da boca das pessoas o que elas esperam de mim no Senado Federal. Isso pra mim é muito importante, porque eu gosto de conversar com as pessoas, saber o que elas pensam, o que elas sentem. É o que me dá ânimo para continuar lutando todos os dias.
Blog: O sr. esteve visitando o N e NO fluminense, foi prefeito de Nova Iguaçu, líder estudantil e há bastante tempo atua na política em nosso estado. Isso lhe permitiu conhecer os problemas do estado? Quais as possibilidades de desenvolvimento para o interior do RJ que o sr. vislumbra? (Norte e Noroeste)
LINDBERG: Além de líder estudantil e prefeito de Nova Iguaçu, fui deputado federal duas vezes e por minha atuação na câmara recebi nota 10 do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar). Minha trajetória política certamente me deu condições de conhecer os problemas dos municípios e as dificuldades dos prefeitos para conseguir recursos. As regiões Norte e Noroeste do Rio de Janeiro têm bastante potencial econômico. Tem a agropecuária, a cana-de-açúcar, o polo de rochas ornamentais, algumas indústrias, e, claro, o petróleo na costa do norte fluminense. Todos esses setores podem e devem crescer. E esse crescimento é importante, porque traz melhoria de vida para o povo. Mas temos questões urgentes, como a luta pela manutenção dos royalties do petróleo, a necessidade de resolver os problemas da falta de saneamento, dos lixões a céu aberto, das ruas sem calçamento e sem asfalto. O senador pode ajudar muito, e é por isso que o Senado Federal precisa de políticos comprometidos com as necessidades do povo. Eu vou ser esse senador, o senador que é a voz do povo, o senador da renovação e da união do Rio de Janeiro, com força política para conseguir os recursos necessários. E vou ser o senador da educação, porque acredito que para melhorar de verdade a vida do povo é preciso investir muito na educação.
Blog: Uma das questões mais importantes para o RJ refere-se ao risco que representa a Emenda Pedro Simon. Qual a sua posição em relação ao tema? Se eleito tem alguma ação pronta em defesa dos royalties para os estados produtores?
LINDBERG: Sou integralmente contra a emenda Pedro Simon. O modelo atual de distribuição dos royalties do petróleo é muito justo. Funciona da seguinte forma: 40% dos royalties são destinados a União, 22,5 % são dos municípios localizados em frente às áreas produtoras, 7,5% vão para fundos de participação e 7,5% para os municípios afetados por instalações ou serviços de embarque ou desembarque de petróleo. A emenda Ibsen manteria os 40% dos royalties para a União e distribuiria os 60% restantes para todos os estados e municípios brasileiros. Seria um retrocesso para o Rio de Janeiro, que perderia 4,8 bilhões em arrecadação já em 2011. Esses recursos são importantes para investirmos em infraestrutura (saneamento, construção de estádios, rodovias, estradas, aeroportos). E é importante lembrar que os estados produtores precisam de recursos para reduzir os impactos ambientais, elaborando planos de contingência em casos de derramamento de óleo, por exemplo. O dinheiro dos royalties não pode sair do Rio de Janeiro. A emenda deve ser votada no Senado no final do ano. Se for aprovada, tenho certeza que o presidente Lula vetará, ele me disse isso pessoalmente.
Blog: O fato de terem como candidata do PT Dilma Rousseff faz com que uma eventual vitória de José Serra prejudique seu trabalho no Senado?
LINDBERG: Eu realmente não acredito na vitória de José Serra. Isso também seria um retrocesso. Nosso país está crescendo, vamos ser a quinta maior economia do mundo e a Dilma vai manter o Brasil no caminho do crescimento. Quero estar em Brasília, dando apoio ao governo da Dilma, trabalhando ao lado dela, ao lado do governador Cabral e dos 92 prefeitos do nosso estado.
Blog: Qual é a região do estado em que sua expectativa de votos é maior?
LINDBERG: Acho que vou ter votos em todas as regiões.
Blog: O nosso leitor quer saber qual a sua opinião sobre a legalização do aborto, a descriminalização da maconha e o casamento de homossexuais?
LINDBERG: Sou contra o aborto e a descriminalização da maconha. Sou a favor da união civil entre pessoas do mesmo sexo.
Blog: Quanto às eleições no estado, quais seriam as implicações caso vença Sérgio Cabral, ou Gabeira? E o relacionamento do senador com cada um deles?
LINDBERG: O povo do Rio de Janeiro aprova a gestão do governador Sérgio Cabral, é o que mostram todas as pesquisas. Por isso ele deve ser reeleito logo no primeiro turno. Como senador, vou fazer o meio-de-campo entre os três níveis de governo: municipal, estadual e federal. Vou trabalhar pela união de todos, porque assim o povo ganha muito mais.
Blog: Quais são suas principais estratégias e abordagens retóricas de campanha?
LINDBERG: Não existe isso. O que eu tenho são propostas concretas. No Senado vou lutar para trazer recursos para a infraestrutura e urbanização de nossos municípios, vou lutar para que os investimentos da Copa do Mundo e das Olimpíadas cheguem a todo o estado, vou lutar por uma educação de qualidade para todos, vou lutar, principalmente, por aqueles que mais precisam.
Blog: O nosso leitor quer saber do sr. sobre as imagens de santos e crucifixos em repartições públicas. As imagens de Santos em prédios públicos são consideradas como uma prática cultural. O que o candidato pensa sobre o assunto? É verdadeiramente necessário retirar os crucifixos e imagens de santos das repartições públicas?
LINDBERG: O que acho importante é que precisamos entender que o Estado é laico e não pode defender ou privilegiar uma determinada religião. O Estado deve respeitar todas as religiões.
Blog: Por que o eleitor do Rio de Janeiro deve votar em Lindberg Farias (nº 131) para o Senado Federal?
LINDBERG: Porque o Rio de Janeiro precisa de um senador comprometido e experiente, que tenha muita disposição para o trabalho como eu tenho, e que trabalhe em harmonia com os governantes. Eu já fui parlamentar e prefeito. Conheço de perto as necessidades do povo e tenho poder de mobilização. Possuo maturidade política, combinada com juventude e é por isso que eu vou ser o senador da renovação que o Rio de Janeiro tanto precisa.
2 comentários:
Lembro-me bem do início da carreira política desse paraibano,um bravo"lutador".
Lindberg foi eleito presidente da UNE num Congresso da UNE realizado no Ginásio do Caio Martins em Niterói.Participei ativamente como membro do DCE da UFF e estava do lado contrário dele.Eu estava nas fileiras da "Convergência Socialista" e ele no PC do B.
Dali em diante,apesar de não concordar com o nome do movimento,aliás ,acho eu que nem ele,os "cara-pintadas" lhe deram um cacife eleitoral muito grande.Deu no que deu!
Um dos meus votos para senador é dele.
Abraços a todos do Blog e leitores.
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