Poluição industrial contaminou, em 2003, o Córrego Cágado, afluente do Rio Pomba, em Cataguases-MG - Fotografia: Fernando Souza/EM/D.A Press - 03/04/03, divulgada no "Uai "
Cedae garante boa qualidade da água em Miracema e
Inea protesta contra lixívia jogada nos rios
A população de Miracema pode ficar tranquila que é “de excelente qualidade” a qualidade da água servida pela Cedae nas residências e nos estabelecimentos comerciais, industriais e do setor de serviços, bem como nos prédios públicos da cidade. A garantia foi dada pelo gerente regional da Cedae no Noroeste Fluminense, Giovani Freitas, durante reunião realizada no último dia 12, no Centro Cultural Melchíades Cardoso. O encontro foi convocado pelo Conselho Municipal de Saúde, por solicitação do secretário municipal de Saúde, Jorge de Oliveira Daibes, para esclarecer a população sobre os mais recentes acontecimentos envolvendo o lançamento de lixívia, pela Indústria Cataguazes de Papel, no rio Pomba, no qual a Cedae capta a água que abastece Miracema.
Ao final da reunião, ficou acertado que o Conselho de Saúde de Miracema reforçará a posição do governo fluminense, que vai protestar junto ao governo federal pelo descumprimento do acordo feito com a Ana. Está sendo analisada também a possibilidade até de uma ação através do Ministério Público, pedindo a suspensão imediata dos despejos de lixívia, em qualquer escala, que a Indústria Cataguazes de Papel tem feito no rio Cágado, que deságua logo em seguida no rio Pomba e este, por sua vez, desemboca no rio Paraíba do Sul.
O superintendente regional do Instituto Estadual de Águas (Inea), Renê Justen, principal órgão do setor governamental fluminense, subordinado à Secretaria estadual de Ambiente, veio de Campos dos Goytacazes especialmente para a reunião. Ele relatou que o despejo da lixívia no rio Pomba foi autorizado pela Agência Nacional de Água (ANA), mas sem comunicar o governo do Estado do Rio de Janeiro, conforme acordo firmado depois que ocorreu a maior catástrofe do Brasil em águas, em 29 de janeiro de 2003, quando a referida indústria, situada no município de Cataguses-MG, teve uma de suas duas barragens de rejeitos químicos estourada, deixando vazar para o rio Cágado e, consequentemente para os rios Pomba e Paraíba do Sul, cerca de 1,2 milhão de metros cúbicos de substâncias tóxicas.
Na ocasião, tiveram o seu abastecimento de água suspenso totalmente as cidades de Miracema, Pádua, São Fidélis, Campos dos Goytacazes e São João da Barra, dentre as 37 localidades abastecidas com água do Pomba e do Paraíba do Sul. Milhares de peixes foram mortos por causa da lama tóxica despejada nos rios. Com a mortandade de peixes, centenas de famílias que vivem da pesca tiveram que receber ajuda oficial para sobreviver durante vários meses, já que não podiam tirar o seu sustento do Pomba e do Paraíba.
Durante a reunião do último dia 12, em Miracema, o gerente regional da Cedae, Giovani Freitas, apresentou um trabalho áudio visual contendo uma retrospectiva dos lançamentos de lixívia feitos pela indústria de Cataguases, demonstrando o claro descumprimento das normas estabelecidas no acordo feito com a ANA. Mesmo assim, garantiu que a Cedae mantém rigoroso controle no tratamento da água bruta captada no rio pomba, no distrito paduano de Paraoquena. Segundo ele, todas as normas e padrões técnicos para manter a boa qualidade da água servida à população são rigorosamente seguidas pela Cedae.
Nos últimos dias, inclusive, a Cedae chegou a interromper por uma vez o tratamento da água, fazendo com que toda a quantidade captada voltasse ao rio Pomba, por que constatou que ela estava com o nível de turbidez muito acima do admissível. A captação, o tratamento e a distribuição da água para a população miracemense, no entanto, já voltou ao normal, informou Giovani Freitas, principalmente porque a Indústria Cataguazes parou de despejar lixívia no rio.
ASCOM: PMM
Fotografia meramente ilustrativa, do rio Cágado, que recebeu a maior contaminação em 2003, que foi considerada o maior acidente ambiental fluvial do Mundo.
FONTE: www.doisestados.com.br
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