A política brasileira tornou-se mais interessante e intrigante após as eleições. As campanhas mostrraram-se inócuas no sentido de não conseguirem apresentar um projeto de nação para o Brasil. Principalmente o opositor tucano não teve coragem de se mostrar opositor ao governo Lula, devido à popularidade de mais de 80% que o presidente carrega com ele. Desde o final do ano passado, havia muita gente boa dizendo que Lula não seria capaz de transferir votos ao seu candidato, quando ainda nem havia definição. Exemplos citados foi o caso do Chile, com a vitória de Piñera, opositor de Michelle Bachelet, que saiu do governo com boa popularidade. Enfim, no Brasil são outros quinhentos...
Passada a guerra eleitoral, a CPMF volta ao cenário, instigada por governadores que clamam por recursos; se a presidenta Dilma vai concordar, ou se será uma decisão Legislativa, só o tempo dirá. Em campanha, ao ser entrevistada por um cardeal na TV Aparecida, Dilma respondeu que reconhece e acha extremamente eficiente a forma de tributação da CPMF, pois todo mundo sabe que o efeito anti-sonegação era extraordinário, dado que não tinha (o sonegador) como correr. Mas, de qualquer maneira não manifestou interesse em resgatar a CPMF, mas sim numa Reforma Tributária, o que requer tempo e articulação...
Como são todos seres humanos, antes de receberem a farda de políticos, após essa maratona todos foram descansar. Os jornais estão tontos atrás dos viajantes: Dilma, em Itacaré-BA, com a filha e o neto Gabriel, já foi descoberta, só não identificaram a hospedagem; Serra, em Biarritz, na França, acompanhado do filho Luciano, para palestrar em um Seminário sobre América Latina, promovido pela União Européia. Esse é o mote da postagem... Ah! Até o digníssimo candidato a vice-presidente, derrotado, Índio da Costa, os jornais já informaram que está em Madrid.
A última notícia, da Folha de São Paulo, sobre a viagem do tucano José Serra é a seguinte:
- acusou o presidente Lula de desindustrializar o país e adotar um "populismo" de direita em matéria econômica.
- "afirmou que o país está "fechado para o exterior" porque passa por um "processo claro de desindustrialização".
- criticou os investimentos do governo federal e a alta carga tributária do país.
- o presidente Lula exerce um "populismo cambial" e não tem um modelo econômico definido.
- Criticou o sistema de orçamento participativo, uma das marcas das administrações municipais do PT, na qual o contribuinte decide sobre a destinação de parte dos impostos.
Segundo Serra, no seminário sobre relações da América Latina e a UE, "ele não pode expor essas ideias do jeito que gostaria durante a campanha eleitoral, na qual foi derrotado pela candidata governista, Dilma Rousseff (PT)." Ele não pode ou não teve coragem?
E o principal:
Serra também comentou as ações brasileiras na política externa. Ele acusou o país de se "unir a ditaduras como o Irã". Nesse momento, o tucano foi interrompido por um membro da Fundação Zapata, do México, que gritou "por que non te callas?", provocando um alvoroço na sala.
A frase se tornou conhecida depois de o rei Juan Carlos, da Espanha, dirigi-la ao presidente da Venezuela, Hugo Chavéz, durante a Cúpula do Chile, em 2008.
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