Seguindo a conjuntura econômica brasileira, a economia fluminense vai fechar 2010 com resultados bastante significativos, a exemplo da produção industrial que crescerá a uma média maior do que a média nacional. A Região Norte Fluminense, objeto de nossa análise, também apresentará indicadores muito importantes neste ano que se encerra.
Seguindo a trajetória nacional, a oferta de crédito no sistema bancário da região deverá fechar o ano expressando um crescimento nominal de aproximadamente 25% em relação a 2009. O sistema bancário de Campos dos Goytacazes será responsável por cerca de 50% dessa oferta, enquanto que o sistema bancário de Macaé responderá por 40% do total do credito negociado. O valor esperado relativo a operações de crédito no sistema bancário da região poderá chegar a R$2.015.660.171,00 em 2010, contra R$1.612.528.137,00 no ano passado.
O nível de emprego na região em 2010 superou, substancialmente, o ano passado, cujo saldo negativo, representou a destruição de 817 empregos. A região gerou de janeiro a novembro deste ano, um representativo saldo entre admissões e desligamentos da ordem de 16.554 novos empregos, sendo o município de Campos responsável por 50,65% e Macaé responsável por 45,28% desse total.
As operações de comércio exterior corroboram com a boa conjuntura regional. O saldo superavitário até novembro de 2010 chegou ao valor de US$365.012.217 que é maior 219,77% do que o saldo superavitário de US$114.147.763 apurado em 2009. Nas atividades de comércio exterior, o município de Macaé se destaca em função da indústria petrolífera.
No contexto das contas públicas, a expectativa é de um crescimento nominal de 13,74% nas transferências constitucionais em 2010 com relação a 2009. Tendo em vista a consistente representatividade dessas transferências nas receitas orçamentárias, o crescimento indicado tem um papel relevante. Entretanto a visão, ainda parcial, é de que o nível de investimento nos municípios da região não apresenta avanço. Permanecem em 2010 fundamentos antigos, tais como: uma forte dependência do poder público local as transferências governamentais, receitas tributárias excessivamente baixas e uma grande dificuldade dos municípios em fazer investimentos. Observa-se que parte relevante das receitas orçamentárias tem sido dirigida para custeio.
A visão de ordem sistêmica apresenta resultados importantes, porém, extremamente concentrados. Campos dos Goytacazes conta com uma indústria açucareira em decadência, porém ainda muito importante na geração de emprego, tendo em vista a sua natureza, estabelecida através de elos da cadeia produtiva (atividade agrícola, indústria, serviços diversos e comércio). Por outro lado a construção civil, impulsionada por investimentos públicos e privados, favoreceram também o emprego neste ano pelas boas condições de crédito, poupança privada e orçamento público. A indústria petrolífera em Macaé mantém a sua dinâmica, já que concentra um grande número de empresas nacionais e estrangeiras que com a superação da crise financeira internacional, potencializou o emprego no município. São João da Barra apresenta a sua contribuição, ainda que pequena, já que conta com fortes investimentos no Complexo Portuário do Açu.
Em 2011, espera-se um crescimento mais moderado, já que as boas condições de 2010 geraram certo descompasso entre demanda agregada e a oferta agregada, acelerando o nível inflacionário e a necessidade de maior controle sobre a massa monetária, o que poderá fazer subir os juros para inibir o excesso de consumo. Os municípios da região devem investir no planejamento das atividades domésticas no próximo ano, de forma a melhorar o seu poder competitivo e diminuir a atual dependência aos recursos externos.
Por Alcimar Ribeiro das Chagas, professor da UENF, no blogue:
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