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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

“Cidade com desigualdade é um inferno”

Do blog Diário da Desinformação
Em virtude dos acontecimentos recentes, não só no Noroeste fluminense, como no Brasil, como as manifestações de junho. E também em virtude das notícias que recebemos em relação à retirada das árvores da Avenida Nilo Peçanha, em Miracema, sob pretexto de colocação do asfalto e de um tal paisagismo, bem como do contexto em que vivemos. Decidi divulgar a entrevista realizada com a psicanalista e especialista em psicologia social Maria Rita Kehl, por Mariana Desidério, no Brasil de Fato, divulgada pela Revista Fórum. Abaixo, apenas transcrevo as primeiras perguntas e respostas, que são bem apropriadas, as demais podem ser lidas acessando o link que disponibilizo na sequência.

Autora do livro “O Tempo e o Cão” (Boitempo), que debate a depressão na sociedade contemporânea, ganhou o Prêmio Jabuti na categoria Educação, Psicologia e Psicanálise.

Brasil de Fato: Quais os impactos da dinâmica hostil de uma cidade como São Paulo na população?
Maria Rita Kehl – A cidade é uma das invenções mais geniais da humanidade. O que destoa é a desigualdade. O problema é que a cidade onde mora a moça que faz a faxina não é a mesma em que eu moro, embora seja o mesmo município.
Por quê?
A cidade em que ela mora quase não tem calçamento e quando tem é de péssima qualidade. Se o lugar é muito maltratado, as pessoas se sentem mal também. Às vezes o bairro nem é perigoso, mas não tem onde brincar, não tem árvore, não tem sombra e não tem beleza. Cidade com desigualdade é um inferno.
Qual a consequência para a vida das pessoas?
Um sentimento de permanente desencanto, em termos de uma patologia social. Esse sentimento deixa as pessoas sensíveis à injustiça. Não dá para dizer que basta me preocupar com meu umbigo. A cidade é um espaço de sociabilidade. Não sei se todo mundo que foi protestar em junho vive mal. Muita gente que tem carro deve ter ido para a rua, como quem não precisa de saúde pública. E muitos estudantes que vivem em bairros bacanas.
Como você caracteriza essa juventude que foi às ruas?
Uma geração com um sentimento muito grande de desencanto. Vou fazer aqui uma hipótese: foram duas grandes desilusões. Uma foi dada pela imprensa, com as denúncias de corrupção do PT – sem entrar na discussão do que a imprensa fez virar esse caso. A imprensa é muito de direita no Brasil.
Entrevista completa pode ser acessada aqui.

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