SÉRIE: QUAL É O PAPEL DO ESTADOS EM TEMPOS DE CRISE? XIII

O blogue tem insistido nessa importante série que mostra o papel do Estado diante de crise, sobretudo a que vivemos nesses tempos com a Pandemia da Coronavírus/COVID.

Nesse sentido temos buscado dados e informações para trazer aos leitores vagalumes e o tema comunicação tem estado em pauta.

Hoje, a CPI da Pandemia ouviu dois cientistas brasileiros e um dos deles a microbiologista Natália Pasternak frisou os prejuízos que a falta de comunicação ou a comunicação inadequada têm gerado na vida das pessoas e no bom andamento do enfrentamento da Pandemia.

A CPI da Covid ouviu a microbiologista Natalia Pasternak e o ex-presidente da Anvisa Claudio Maierovitch nesta sexta-feira (11). A especialista comentou sobre a importância da campanha de comunicação durante uma pandemia.

"Realmente a comunicação da ciência durante a pandemia se mostrou essencial, não só pelos governos, mas até pelas organizações internacionais, quantas vezes a gente não viu falhas de comunicação da própria Organização Mundial de Saúde (OMS) que geraram confusão, isso não pode acontecer. Então o que a gente vê hoje é a necessidade extrema de treinamento das autoridades de saúde, dos governos de países e também de organizações internacionais, para que consigam se comunicar com a população".

Conforme matéria da UOL, de onde extraímos os detalhes da informação, a cientista aponta que "uma pandemia é muito mais do que do indivíduo, é uma doença da sociedade, e não tem como contar com a colaboração da população se ela está confusa e desinformada, sem campanhas de conscientização sobre a necessidade do uso de máscaras e outras medidas para combater o vírus. Ela afirmou ainda,

"Essas campanhas de informação não vieram do governo federal e quando a gente tem figuras de autoridade, como o presidente da República, que se comportam de uma maneira contrária à ciência e confunde a população, afinal ele é o nosso representante, e tem uma responsabilidade ao se colocar publicamente. Pessoas o seguem e acreditam nele. Quando ele aparece sem máscara, desdenhando a pandemia, fazendo pouco caso as pessoas que morreram e mostrando total falta de empatia com o luto dos brasileiros, ele confunde as pessoas e leva a uma ilusão de que está tudo bem. Isso faz com que pessoas assumam comportamentos de risco, coloquem a sua vida e a vida dos próximos em perigo, comunicação é essencial e negacionismo mata".

O enfoque da CPI é o governo federal, que deveria ter gerido a crise e coordenado as ações de forma planejada. No entanto, a falha na comunicação nessa pandemia não é exclusividade do governo federal. A falha comunicativa e a falta de transparência têm sido demonstradas em vários rincões do país.

Fica a reflexão, ainda há tempo! Tem pessoas sofrendo e morrendo enquanto os líderes políticos e autoridades não se comunicam ou não priorizam a vida.