Juliana formou-se em Farmácia (UFRJ), é Doutora pelo Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo e Meis (UFRJ), Professora Adjunta do IBqM (UFRJ), Pós-Doutora pelo Kogod Aging Center, Mayo Clinic, EUA, Coordenadora do Núcleo de Apoio ao Discente (NADi/IBqM) e Coordenadora do Projeto @neurocovid19. Suas pesquisas são na área de terapias que alterem o metabolismo energético para envelhecimento e dor.
ENTREVISTA
BLOG) O governador do RJ acaba de sancionar uma lei que libera
o uso de máscara em locais abertos no estado. Qual a sua opinião sobre o
assunto?
JULIANA: Eu não sou especialista na área, então respondo sob a perspectiva de uma cidadã que acredita que a ciência é a única saída pra uma pandemia. Esta é uma decisão que deveria ser científica e não política. Políticos, que de fato estão preocupados com a vida da população, devem consultar nossas instituições de pesquisa em saúde pública, autoridades no assunto em epidemiologia e infectologia, reconhecidas internacionalmente. No caso do Brasil e RJ, temos a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Pelo último boletim de outubro do Observatório de Covid 19 da FioCruz, ainda estamos com menos de 50% da população adulta com esquema vacinal completo e apesar dos avanços na vacinação terem trazido redução na velocidade de queda dos indicadores de monitoramento da pandemia, é fundamental que se continue aumentando a cobertura vacinal, reforçando a importância do passaporte vacinal sem deixar de reforçar a manutenção de outras medidas como uso de máscara, higienização de mãos e distanciamento físico e social. Lembrando que nossas crianças ainda não estão vacinadas, e ainda temos casos expressivos de covid e óbitos em algumas regiões. A função dos nossos políticos deve ser adotar medidas orientadas por nossas instituições públicas de pesquisa, tanto em saúde quanto em economia que sempre estiveram a disposição para orientação.
BLOG) Conte um pouco para nós sobre seu trabalho denominado "NeuroCovid"?
JULIANA: Como cientista, o momento de
pandemia trouxe uma necessidade interna de buscar soluções para os problemas
que enfrentamos. No início da pandemia, tínhamos hospitais lotados, muitos
óbitos e muitas dúvidas sobre como era a doença, ainda sem vacina e sem
protocolo de tratamento. Médicos e profissionais de saúde exaustos e com pouco
tempo ou nenhum para acompanhar artigos, relatos, e protocolos científicos que
saíam a cada momento na área. Um dos grandes atrasos para o atendimento de pacientes
neurológicos era essa falta de informações sobre covid19 nas doenças
neurológicas e a dúvida de médicos na emergência sobre o que fazer nesses
casos. Então para otimizar esse atendimento, criamos um aplicativo de celular,
o “neurocovid19” com informações cruzadas sobre covid19 atuais e as principais
doenças neurológicas, para que médicos e profissionais de saúde pudessem ter de
forma rápida e nas mãos as principais informações científicas para o tratamento
imediato desses pacientes. O aplicativo foi criado em conjunto com a
Pós-Graduação em Medicina (Neurologia e Neurociências) da UFF, sob coordenação
do professor Dr. Marco Antonio Araujo Leite e a empresa EagleLife,
especializada em tecnologia para saúde. Importante mencionar que nesse projeto,
também tivemos a participação da Dra Ana Beatriz Macedo Soldati, neurologista,
miracemense, uma das autoras do trabalho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário