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sexta-feira, 29 de outubro de 2021

MULHERES MIRACEMENSES NA CIÊNCIA: ENTREVISTA COM JULIANA CAMACHO

O blogue fez uma breve entrevista com a cientista miracemense Juliana Camacho Pereira, onde abordou a flexibilização no uso de máscaras no estado do RJ e também buscou conhecer um pouco mais sobre o trabalho denominado NeuroCovid19, que a a miracemense coordena.

Juliana formou-se em Farmácia (UFRJ), é Doutora pelo Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo e Meis (UFRJ), Professora Adjunta do IBqM (UFRJ), Pós-Doutora pelo Kogod Aging Center, Mayo Clinic, EUA, Coordenadora do Núcleo de Apoio ao Discente (NADi/IBqM) e Coordenadora do Projeto @neurocovid19. Suas pesquisas são na área de terapias que alterem o metabolismo energético para envelhecimento e dor. 

ENTREVISTA

BLOG) O governador do RJ acaba de sancionar uma lei que libera o uso de máscara em locais abertos no estado. Qual a sua opinião sobre o assunto?

JULIANA: Eu não sou especialista na área, então respondo sob a perspectiva de uma cidadã que acredita que a ciência é a única saída pra uma pandemia.  Esta é uma decisão que deveria ser científica e não política. Políticos, que de fato estão preocupados com a vida da população, devem consultar nossas instituições de pesquisa em saúde pública, autoridades no assunto em epidemiologia e infectologia, reconhecidas internacionalmente. No caso do Brasil e RJ, temos a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Pelo último boletim de outubro do Observatório de Covid 19 da FioCruz, ainda estamos com menos de 50% da população adulta com esquema vacinal completo e apesar dos avanços na vacinação terem trazido redução na velocidade de queda dos indicadores de monitoramento da pandemia, é fundamental que se continue aumentando a cobertura vacinal, reforçando a importância do passaporte vacinal  sem deixar de reforçar a manutenção de outras medidas como uso de máscara, higienização de mãos e distanciamento físico e social. Lembrando que nossas crianças ainda não estão vacinadas, e ainda temos casos expressivos de covid e óbitos em algumas regiões. A função dos nossos políticos deve ser adotar medidas orientadas por nossas instituições públicas de pesquisa, tanto em saúde quanto em economia que sempre estiveram a disposição para orientação.

BLOG) Conte um pouco para nós sobre seu trabalho denominado "NeuroCovid"?

JULIANA: Como cientista, o momento de pandemia trouxe uma necessidade interna de buscar soluções para os problemas que enfrentamos. No início da pandemia, tínhamos hospitais lotados, muitos óbitos e muitas dúvidas sobre como era a doença, ainda sem vacina e sem protocolo de tratamento. Médicos e profissionais de saúde exaustos e com pouco tempo ou nenhum para acompanhar artigos, relatos, e protocolos científicos que saíam a cada momento na área. Um dos grandes atrasos para o atendimento de pacientes neurológicos era essa falta de informações sobre covid19 nas doenças neurológicas e a dúvida de médicos na emergência sobre o que fazer nesses casos. Então para otimizar esse atendimento, criamos um aplicativo de celular, o “neurocovid19” com informações cruzadas sobre covid19 atuais e as principais doenças neurológicas, para que médicos e profissionais de saúde pudessem ter de forma rápida e nas mãos as principais informações científicas para o tratamento imediato desses pacientes. O aplicativo foi criado em conjunto com a Pós-Graduação em Medicina (Neurologia e Neurociências) da UFF, sob coordenação do professor Dr. Marco Antonio Araujo Leite e a empresa EagleLife, especializada em tecnologia para saúde. Importante mencionar que nesse projeto, também tivemos a participação da Dra Ana Beatriz Macedo Soldati, neurologista, miracemense, uma das autoras do trabalho.

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